Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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domingo, agosto 22, 2010

Análise sintática: definição

Ronye Márcio Cruz de Santana1

A sintaxe é o estudo do aprofundamento e das relações que as palavras se estabelecem entre si nas orações, é uma técnica empregada no estudo da estrutura sintática de uma língua. Ela é útil quando se pretende entender as ligações que as orações da língua estabelecem entre si nos períodos, assim cria-se o discurso. E para compreender precisa-se de dois elementos essenciais descrever e decompor.

Descrever é quando as estruturas sintáticas são possíveis ou aceitáveis na língua; ou decompõem o texto em unidades sintáticas a fim de compreender a maneira pela qual os elementos sintáticos são organizados na sentença.

Ao compreender os vários vocábulos inerentes em uma língua é facilitada pelo procedimento analítico, através do qual se buscam nas sentenças as razões para certos fenômenos detectados nas unidades maiores como, por exemplo, o texto. Dessa forma, a Gramática Normativa sempre se ocupou em decompor algumas unidades estruturais da língua para tornar didática a compreensão de certos fenômenos.

No âmbito da fonologia, tem-se a análise fonológica, em que a estrutura sonora das palavras é decomposta em unidades mínimas do som (os fonemas); em morfologia, tem-se a análise morfológica, da qual se depreendem das palavras as suas unidades mínimas dotadas de significado (os morfemas).

A análise sintática, é um útil instrumento para manusear mais satisfatoriamente as múltiplas possibilidades de que dispõe para combinar palavras e orações, ocupa um lugar de destaque em muitas gramáticas da língua portuguesa, porque grande parte das normas do comunicar-se e do escrever recai sobre a estrutura sintática, isto é, sobre a organização das palavras na sentença. Para compreender o uso dos pronomes relativos, a colocação pronominal, as várias relações de concordância, por exemplo, é importante, antes, promover uma análise adequada da sintaxe apresentada pela sentença em questão. Nenhuma regra de conduta da língua culta tem sentido sem uma análise sintática da sentença que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer norma gramatical é preciso compreender de que forma os elementos sintáticos estão dispostos naquela sentença especial. Isso se dá porque os elementos sintáticos também não são fixos na língua. Por exemplo: uma palavra pode funcionar como sujeito em uma sentença e, em outra, funcionar como agente da passiva. Somente a análise sintática poderá determinar esse comportamento específico das palavras no contexto da sentença. Há que se ressaltar, a importância do estudo da forma das frases que, se dá, basicamente, nos quadros da sintaxe, podendo ser distribuída por três sub-capítulos: sintaxe de concordância, de subordinação ou regência, e de colocação.

Sendo a análise sintática uma aplicação estritamente voltada para a sentença, parte-se dessa unidade maior para alcançar os seus constituintes - os sintagmas – que, por sua vez, são rotulados através das categorias sintáticas. Como se vê, é um exercício de decomposição da sentença. Veja um exemplo de análise sintática:

A professora quer que você estude antes de brincar.

...[há três orações]

...[1ª oração: A professora quer = oração principal]

...[na 1ª oração: sintagma nominal = A professora; sintagma verbal = quer]

...[sintagma verbal da 1ª oração: formado por um verbo modal]

...[2ª oração: que você estude = oração subordinada objetiva direta]

...[na 2ª oração: sintagma nominal = você; sintagma verbal = estuda]

...[2ª oração: introduzida pelo pronome relativo que]

...[3ª oração: antes de brincar = oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo]

...[sintagma adverbial: locução adverbial de tempo: antes de]

...[sintagma verbal: brincar]

Pode-se compreender através da análise que foi desenvolvida, as várias unidades menores do período, isto é, as três sentenças, e, além disso, identificou-se as funções dos elementos sintáticos presentes em cada oração (tipo de verbo, qualidade do pronome, tipos de sintagmas, tipo de advérbio). A partir desse resultado é possível que a frase se defina pelo seu intuito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num relacionamento linguístico, sendo capaz de transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.

REFERÊNCIA

INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 3 ed. São Paulo: Scipione, 1995.

MAZZARATTO, Luiz Fernando. CAMARGO, Davi Dias de. SOARES, Ana Maria Herrera. Manual de Redação: guia prático da Língua Portuguesa. São Paulo: DCL (Difusão Cultural do Livro), 2001.

RYAN, Maria Aparecida. Conjugação dos verbos em português: prático e eficiente. 17 ed. São Paulo: Ática, 2006.

TERRA, Ernani. NICOLA, José de (Ass. Ped.). Minigramática. 8 ed., 7° imp. São Paulo: Scipione, 2001.

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Acadêmico do curso de Letra/Literatura Portuguesa da Faculdade AGES.

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