Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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segunda-feira, outubro 29, 2012

Uma lágrima de dor, de cor, aonde for.


Enquanto se é pré-adolescente a gente acredita que o mundo é puro e que a malícia só é vista em filmes e telenovelas. Ingênuo, que o amor surge de infância e que perdurará para sempre e que ele suprirá todas as necessidades e dificuldades que a vida nos põe em cheque. E verdadeiro, que todos apesar dos erros cometidos as pessoas se manterão fiéis aos princípios, à moral e a ética, mas é com as primeiras decepções que os adolescentes percebem a falácia que a sociedade vive e que as pessoas de índoles duvidosas endossam em benefício próprios quer pessoais, quer profissionais, que por pura maldade.

O livro é um desabafo de um adolescente que viveu a desilusão de amores de infância, a agonia do desejo ardente que permeia à mente desse jovem ingênuo, as contrariedades que vive, as traições dos amigos e dos amores de infância e, por fim a revolta de sentir o desprezo e o menosprezo dessas pessoas aproveitadoras e parasitas.

A maioria dos temas dos poemas gira em torno da dor, da desilusão e do desejo. E esses arroubos juvenis desaparecem com a maturidade e o despertar da consciência social e pessoal tendo um amadurecimento emocional e um equilíbrio psicológico para enfrentar as amarguras da vida, mesmo que dura e fria, guarda em sua essência a beleza do amor, do carinho e a união familiar.

O Autor

Esta é uma obra que começa a ser lançada agora em novembro e se encontrará a disposição do público em geral em breve, pois as primeiras tiragens já se esgotaram e estou pedindo mais cópias, pois o livro foi vendido por reserva.

A quem possa se interessar e queira comprar faça o pedido de reserva pelo email ronyemarcio@hotmail.com, assim que eu receber as encomendas da Editora começarei a fazer o envio do Livro.

Obs.: O valor vai depender do valor do envio, pois ficará assim: Valor de livro + postagem. Qualquer dúvida consulte-me via email, assim que souber dos tributos do correio eu retornarie o email respondendo.

Atenciosamente,

Ronye Márcio Cruz de Santana

segunda-feira, outubro 15, 2012

Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos (Resenha)

SACKS, Oliver. MOTTA, Laura Teixeira (Trad.). Vendo vozes: uma viagem ao mundo dos surdos. São Paulo: Companhia das Letras. 2010.


Recensão

O médico e escritor inglês Oliver Sacks nasceu em 1933, em Londres. Formou-se como médico em Oxford e no início da década de 60. Em São Francisco frequentou neurologia na Universidade da Califórnia em Los Angeles. Em 1965 foi para Nova Iorque, onde se tornou professor de neurologia na Escola de Medicina Albert Einstein, professor assistente de neurologia na Escola de Medicina da Universidade de Nova Iorque. Tratava-se do relato de histórias da luta de doentes com a esquizofrenia, a doença de Parkinson, a doença de Alzheimer, síndrome de Tourett, autismo, etc. Oliver Sacks é membro honorário da Academia Americana de Artes e Letras, da Academia Americana de Artes e Ciências e da Academia das Ciências de Nova Iorque.

Capítulo 1

O termo “surdo” é vago, ou melhor, é tão abrangente que nos impede de levar em conta os graus de surdez imensamente variados, graus que têm uma importância e mesmo “existêncial”. (p. 17)

Não é apenas o grau de surdez que importa, mas principalmente a idade, ou estágio em que ela ocorre. (p. 17)

A situação das pessoas com surdez pré-linguística antes de 1750 era de fato uma calamidade: incapazes de desenvolver a fala, e portanto “mudos”, incapazes de comunicar-se livremente até mesmo com seus pais e familiares, restritos a alguns sinais e gestos rudimentares, isolados, exceto nas grandes cidades, até mesmo da comunidade de pessoas com o mesmo problema, privados de alfabetização e instrução, de todo o conhecimento do mundo, forçados a fazer os trabalhos mais desprezíveis, vivendo sozinhos, muitas vezes à beira da miséria, considerados pela lei e pela sociedade como pouco mais do que imbecis – a sorte dos surdos era evidentimente medonha. (p. 24)

A língua deve ser introduzida e adquirida o mais cedo possível, senão seu desenvolvimento pode ser permanentemente retardado e prejudicado, com todos os problemas ligados à capacidade de “propisicionar” mencionados por Hughlings-Jackson. No caso dos profundamente surdos, isso só deve ser diagnosticada o mais cedo possível. As crianças surdas precisam ser postas em contato primeiro com pessoas fluentes na língua de sinais, sejam seu pais, professores ou outros. (p. 38)

É evidente que, se uma pessoa aprendeu a língua de sinais como primeira língua, seu cérebro/mente a fixará, e a usará, pelo resto da vida, ainda que a audição e a fala sejam plenamente disponíveis e perfeitas. A língua de sinais, convenci-me então, era uma língua fundamental do cérebro. (p. 40)

Consideração do capítulo 1.

          Ser surdo ou estar surdo é uma propensão totalmente distinta uma da outra e ao mesmo tempo ampla no seu sentido, pois devemos considerar que surdez tem níveis ou grau de surdez, e, ainda, a possibilidade de estar surdo no sentido de momentaneamente, por algum fato que ocorreu, seja por barulho, ou por indisposição física.

          Quando se pensa na história podemos perceber que em cada momento houve a sua discussão e embate frente aos critérios éticos e sociais de cada época, e que a política internacional passou a estudar e trabalhar pelos direitos do cidadão para a igualdade social, mas enfrenta o problema da cultura e da rejeição social.

          No tocante a língua pode-se observar que o fator da comunicação é imprescindível para o processo de relacionamento e de construção psicossocial do indivíduo surdo, fato esse que é corrigido pelo bilinguismo e pela Comunicação Total são estratégias que fortalece e revigora a relação sujeito – sociedade – família. Essa tríade fortalece a aliança entre o mundo interno e externo do deficiente surdo.

          Diante disso, podemos perceber que a língua de sinais não só fortalece, mas cria uma possibilidade de interação com o universo desconhecido do surdo por meio da língua de sinais tornando-o agente ativo da sociedade e produtivo no setor profissional, tirando-o da marginalidade e das atividades desprezíveis ao ser humano.

Capítulo 2

Anteriormente privado de oportunidades – pois ele nunca fora exposto à língua de sinais – e prejudicado em sua motivação e estado de espírito (sobretudo no que se refere ao prazer que a brincadeira e a linguagem deveriam proporcionar), Joseph estava então apenas começando a prender um pouquinho da língua de sinais, começando a ter alguma comunicação com os outros. Isso manifestamente o deleitava; ele queria ficar na escola o dia inteiro, a noite inteira, o fim de semana inteiro, o tempo todo. Dava muita pena ver sua aflição ao sair da escola, pois ir para casa, para ele, significava voltar ao silêncio, retornar a um vácuo de comunicação sem esperanças, onde ele não podia conversar, comunicar-se com os pais, vizinhos, amigos; significava ser deixado de lado, tornar-se novamente um ninguém. (p. 42-3)

Está claro que o pensamento e a linguagem possuem origens (biológicas) absolutamente separadas; que examinamos, mapeamos o mundo e reagimos a ele muito antes de aprender uma língua; e que existe uma enorme esfera de pensamento – nos animais ou nos bebês – muito antes da emergência da língua. (p. 44)

[...] Massieu percebeu que um objeto, ou uma imagem, podia ser representado por um nome, surgiu nele um apetite enorme e arrebatador por um nome. Sicard nos deixou descrições fascinantes de como os dois faziam caminhadas juntos, com Massieu exigindo e anotando os nomes de tudo [...]. (p. 48. Grifo do autor)

Nascemos com nossos sentidos: eles são “naturais”. É possível desenvolvermos sozinhos, naturalmente, as habilidades motoras. Mas não podemos adquirir sozinhos uma língua: essa capacidade insere-se numa categoria única. Não se pode desenvolver uma língua sem alguma capacidade inata essencial, mas essa capacidade só é ativada por uma outra pessoa que já possui capacidade e competência linguísticas. (p. 59. Grifo do autor)

A origem do questionamento, de uma disposição de espírito ativa e investigadora, não é algo que emerge de maneira espontânea, sem procedentes ou diretamente do impacto da experiência; ela provém do trato comunicativo, é estimulada por este [...] (p. 61)

O dialogo impulsiona a linguagem, a mente; mas, depois que esta é impulsionada, desenvolvemos um novo poder, a “fala interna”, e esta é que é imprescindível para nosso desenvolvimento mais amplo, nosso pensamento. (p. 67)

Linguagem e pensamento [...] são sempre pessoais – nossas elocuções nos expressam, e nossa fala interna também. Portanto, para nós, a língua parece ser uma efusão, uma espécie de transmissão espontânea do eu. (p. 68)

A língua de sinais, naquela época, não era considerada uma língua propriamente dita, mas uma espécie de pantomima ou código gestual, ou talvez uma espécie de inglês estropiado expresso com as mãos. (p. 70)

A habilidade de discriminar rostos e reconhecer variações sutis de expressão facial também é importantíssima para o usuário da língua de sinais, pois a expressão facial tem um papel essencial na gramática [...]. (p. 87)

A língua modifica-se de forma ativa, o próprio cérebro modifica-se de forma ativa, à medida que desenvolve uma capacidade inteiramente nova de “linguistizar” o espaço (ou “espacializar” a língua). (p. 99)

A língua emerge – biologicamente – de baixo, da necessidade irreprimível que tem o indivíduo humano de pensar e se comunicar. Mas ela também é gerada, e transmitida – culturalmente – de cima, uma viva e urgente incorporação da história, das visões de mundo, das imagens e paixões de um povo. (p. 105)

Consideração do capítulo 2.

          A comunicação acontece pelo princípio do espírito comunicativo do indivíduo, no entanto só há diálogo, quando há um canal comunicativo entre receptor e emissor. Essa mensagem só é compreendida quando um dos interlocutores interpreta a mensagem que na maioria das vezes é a fala. Contudo, para o deficiente surdo o oralismo não é a forma adequada para que haja uma comunicação entre indivíduos, pois ele não possue a audição para que possa interpretar a mensagem que está sendo proferida e como a linguagem é de domínio social o surdo fica à margem preso no seu mundo de silêncio.

          Toda pessoa ao nascer tem seus primeiros contatos com a mãe e é com ela que ela aprende a se comunicar por meio dos gestos da mãe, da fisionomia e das carícias. E com esses primeiros passos para uma comunicação mãe/filho é que surge a relação de compreensão das coisas e do mundo que o cerca. Essa relação de linguagem interna e externa que a criança começa a construir seu mundo particular e a conceber sua linguagem enquanto indivíduo, e é dessa relação que o deficiente surdo necessita para começar a se inserir no mundo, é no desenvolver a linguagem, seja qual for, que o surdo passa ter a percepção do seu mundo e a dos outros.

          Por essa razão é a língua de sinais passou a ser ensinada para os deficientes, pois tinha uma relação muito particular entre nome/objeto e passou-se a construir assim um sinal/símbolo para representar a linguagem ou o que se pretendia dizer o ato comunicativo do surdo. E, como se pode perceber que a língua é mutável e, como tal, ela passa a ter suas próprias incursões linguísticas, isto é, ela possui vida e articula-se através doas seus articuladores produzindo assim a sua comunicação e o seu discurso por meio dos interlocutores.

          Em suma, a língua é biologicamente humana e socialmente articulada, pois é nessa dicotomia que tanto o ouvinte, quanto o surdo precisam para se comunicar e ter a relação entre o seu interior e exterior para se perpetuar no contexto social e histórico.

Capítulo 3

Os professores podiam, em certa medida, comunicar-se com os alunos, entrar em seu mundo e em suas mentes; [...] (p. 108)

Os estudantes estão preocupados com sua identidade, com sua sobrevivência, um tudo ou um nada [...] (p. 110)

O padrão único de transmissãoda cultura surda vincula-se igualmente à lingua dos surdos (língua de sinais) e às suas escolas. Estas atuam como focos para a comunidade surda e transmitindo a história e a cultura dos surdos de geração em geração. (p. 115)

Stokoe afirmara desde o início que os surdos deviam ser bilíngues (e biculturais), que deviam adquirir a língua da cultira dominante mas também, iqualmente, a sua própria, a língua de sinais. (p. 124)

Mas a mudança objetiva, a mudança histórica, não se dá em uma semana, embora seu primeiro pré-requisito, “a transformação da consciência” [...] (p. 134)

Consideração do capítulo 3.

          À princípio, a pedagogia era voltada para o mundo dos ouvintes e esta relação de ensino era basicamente oral, e como todo estudante eles preocupavam-se com a construção de suas identidades e a formação de suas culturas. A pedagogia de inclusão foi importante para que não só as famílias percebessem a necessidade da participação social, mas também o direito de todos como cidadãos livres e conscientes.

          No cerne da cultura e da linguagem o bilinguismo é fundamental para a construção da diversidade linguística e cultural do surdo. É por essa razão que a mudança histórica é essencial para a conscientização e transformação do cidadão surdo.

Conclusão crítica

          O autor Oliver Sacks aborda com primazia os conceitos médicos para um deficiente surdo e abre um espaço fundamental para a construção de ma prosposta de interação sociolinguística do surdo. A relação de comunicação e interação social – familiar – pessoal é uma constante, pois deficiente fica enclausurado no mundo de silêncio e privações.

          Na obra Vendo Vozes o que deixou claro e bem relevante foi a possibilidade de construção de um mundo melhor e possível para o surdo, e a cada capítulo pode-se perceber que o seu discurso traz à tona possibilidade de uma comunicação possível e real com o deficiente surdo.

          A leitura dessa obra trouxe-me esclarecimentos e novas possibilidades de trabalhar com as pessoas condeficiência, além de compreender o seu processo de histórico e social, bem como os seus temores e limitações enquanto cidadão.

          Como profissional, essa leitura contribue para que um novo olhar possa ser percebido e que como semente ela desperte novas possibilidades de contrução e melhoramente do cidadão surdo em meio social, e como tal, pela construção de projeto possa melhorar as relações indivíduo/família/sociedade/profissão. É no processo social que toda linguagem se constroi e se multiplica.

domingo, junho 03, 2012

A semântica no contexto dos cenários poéticos e musicais a partir da música A ilhas da fantasia.

Ronye Márcio Cruz de Santana
Acadêmico do curso de Letras


RESUMO:


O presente trabalho tem como finalidade despertar a percepção do leitor em relação aos cenários existentes no mundo da poesia e da música. O objetivo principal para a relação do cenário com a poética é feito a partir do conceito de sociologia e da condição cultural do poeta. O cenário é essencial para a construção semântica das relações inter e intratextuais, a garantir ao leitor um panorama real e alternativo no contexto social e no poético. Entende-se que o leitor tem uma fragilidade para compreender os princípios da relação e do contexto, bem como e relação do particular para o global.


PALAVRAS-CHAVE: Percepção do leitor; cenário poético; poesia e música; semântica.


ABSTRACT:


The present study aims to arouse the reader's perception in relation to the scenarios in the world of poetry and music. The primary goal for the relation with the poetry of the scene is done from the concept of sociology and cultural condition of the poet. The scenery is essential for building semantic inter and intratextual relations, to ensure the reader a realistic perspective and alternative social context and poetic. It is understood that the reader has a weakness to understand the principles of interface and the context and the individual and relationship to the global.


KEY WORDS: Perception of the reader; poetry scene, poetry and music; semantics.


A princípio a frase nominal que dá nome ao título da canção é feita a partir de um seriado da TV americana que os passageiros chegam à ilha com problemas a que sempre ao final todo se resolve da melhor maneira possível intuindo que na vida sempre há uma saída mesmo que você não esteja enxergando a solução para o problema, mas que tudo tem sempre uma solução. E essa ideia de conformidade, de impotência, de vulnerabilidade desaparece ao perceber que há algo que pode acontecer solucionar todos os problemas existentes na vida de cada um.


A ilha da fantasia
Raul Seixas


Vamos logo que já tá na hora de zarpar
Vem sem medo que não vamos naufragar
Navegador!
Não se esqueça, meu amigo, de chamar o seu vizinho
Navegador!
Vê se na praça tem alguém para vir
A barca de Noé já vai partir, navegador
A barca de Noé já vai partir

Navegador!
Não se esqueça, meu amigo, de chamar o seu vizinho
Navegador!
Vê se na praça tem alguém pra vir
A barca de Noé tá pra sair, navegador
A barca de Noé já vai partir

Vamos escolher bem melhores condições
Longe desse triste carnaval de ilusões
Navegador!
Deixa os que sonham em ser felizes
Habitando o paraíso
Navegador!
Já faz tempo que esperou
Vivendo sob leis que não criou
Navegador
Vivendo sob as leis que não criou


Quando se pensa em contexto poético pensa-se também na criação dos cenários poéticos, pois estes fazem com que o leitor ou o ouvinte da música crie mentalmente essas paisagens. É o que podemos perceber claramente nessa situação, observe os seguintes versos da música A ilha da fantasia de Raul.


Vamos logo que já tá na hora de zarpar
Vem sem medo que não vamos naufragar
Navegador!


A primeira palavra que faz criar a imagem do ambiente é ‘zarpar’ que é um verbo que intui a ação de navegar no mar. E esse contexto semântico de cenário é reforçado no segundo verso da música com o verbo ‘naufragar’ que além de demonstrar uma cena forte, também nos deixa a par dos sentimentos de quem está vivenciando este momento e que esse contexto ideológico de imagem é feito a partir das relações que o autor pretende fazer.

No terceiro verso o poeta se utiliza do vocativo para chamar a atenção não só de quem está no comando da embarcação, mas nas entrelinhas ela está chamando a atenção do ouvinte para a situação que está para acontecer. A expressão ‘Navegador!’ também intui a posição de todos que estão presente na embarcação e que poderá sofrer, caso não tome as devidas precauções para solucionar o problema.


Não se esqueça, meu amigo, de chamar o seu vizinho
Navegador!


Nestes versos o compositor deixa claro do papel social que cada um de tem para com o seu semelhante, mas também deixa claro que você é responsável por você mesmo. Mais uma vez ele se utiliza do vocativo ‘meu amigo’ para dar um ar de intimidade e solidariedade com os ouvintes e com todos que estão presente na embarcação. E por fim ele chama mais uma vez a atenção do Navegador para o fato que está acontecendo.


Vê se na praça tem alguém para vir


No contexto social pode-se perceber que o autor já nos trouxe outros cenários que foram um cais onde ficam as embarcações e uma cidade litorânea onde fica esse cais e mais uma vez ele retorna ao contexto social quando diz ‘Vê se na praça tem alguém para vir’, perceber-se bem que ele chama a atenção da personagem quando ela utiliza o verbo ver no imperativo indicando uma ordem e um dever de cidadão para com o próximo, para que não possa sair e deixar ninguém para trás. Essa postura de mandar deixa claro a posição de comandante ou de líder que se forma quando não se acham alguém competente para resolver o fato crítico que estar por acontecer.


A barca de Noé já vai partir, navegador
A barca de Noé já vai partir


Somente nesses versos é que o autor deixa claro a real intenção da sua crítica que é uma passagem da bíblia que é a história de Noé. Essa duplicidade de ideia e de relação acontece, quando há uma semelhança de cenário, pois o poeta pode brincar com esse jogo de palavras, em que um determinado momento ele fala de uma cena e no outro ele fala do outro.

Só agora é que se pode utilizar a análise correlacional dos cenários, pois se tem os dois cenários que o autor quer abordar e o cenário que ele que criticar, não dizendo que ele só vai criticar uma parte, mas ambas. A crítica que se percebe é que Noé construiu uma arca e deixou milhares de pessoas morrem. Essa é primeira análise que ele faz e a segunda é que ele não foi humano suficiente para impedir a morte dessas pessoas isso é a concepção do autor.

Um fato importante é a relação que ele faz com a palavra ‘navegador’ que no terceiro e quinto versos essa mesma palavra vem acompanhada de letra maiúscula, esse recurso gramatical também é intencional, pois qualquer palavra que se refere a Deus deve ser em maiúscula, por essa razão é que Navegador se refere a Deus e a mesma palavra em letra minúscula está se referindo ao comandante da embarcação, determinando a responsabilidade de cada uma das personagens da música.

Nesse verso deixa claro o temor dele em ver que a embarcação está para partir e possa ter a possibilidade de alguém ficar para trás.


Navegador!
Não se esqueça, meu amigo, de chamar o seu vizinho


De acordo com o ambiente o poeta deixa evidente a posição de cada personagem e a crítica que cada um leva, pois mais uma vez ele se utiliza da palavra em maiúscula para se referir a Deus e criticando-O que ele abandonou aquelas pessoas para morrerem afogadas e ao mesmo tempo manda e critica a postura das pessoas por serem omissas e covardes e, mais uma vez ele se utiliza do imperativo para tomar uma posição de líder naquele momento quando diz: ‘Não se esqueça,’ e para denotar companheirismo a amizade ele usa o vocativo ‘meu amigo’ para indicar proximidade e respeito.

Observe os seguintes versos:


Vamos escolher bem melhores condições
Longe desse triste carnaval de ilusões


Nesses dois versos o autor já passa para a crítica social quando diz que ‘Vamos escolher bem melhores condições’ a crítica aqui é que as pessoas tenham consciência para exigir dos governantes uma postura séria e ética para com todos que fazem parte dessa sociedade e pagam seus impostos.

A relação que fala ‘desse triste carnaval de ilusões’ é quando a população não toma para si a responsabilidade de exigir melhores condições para todos e que a ideologia do pão e circo está falida e que queremos mais do isto, pois carnaval é uma máscara para os problemas sociais que não estão sendo resolvidos.


Navegador!
Deixa os que sonham em ser felizes
Habitando o paraíso


Mais uma vez ele chama a atenção para Deus fazendo uma solicitação e ao mesmo tempo uma ordem, pois o verbo se encontra no imperativo, quando diz ‘Deixa os que sonham em ser felizes’, pois em sua concepção toda pessoa merece um paraíso, pois todos são Seus filhos, e como tal merece o bom e o bem.


Navegador!
Já faz tempo que esperou
Vivendo sob leis que não criou


Aqui a crítica é para a igreja que criou leis para dominar e manipular a população e usando o nome de Deus para justificar a vontades deles. Pode-se perceber quando diz ‘Vivendo sob leis que não criou’, pois ele deixa claro que estas leis foram o homem que fez e não Deus, por essa razão é que é um absurdo para ele compreender determinados fatos que a igreja comete em nome de Deus se ele é amor.


CONCLUSÃO

 
Como podemos perceber o contexto do cenário é fundamenta para a criação do poema e da música e esse contexto social é importante para dar aos leitores uma dimensão do entendimento da poética, da semântica e das relações que a sociedade está passando e que todo isto contribui para o desenvolvimento para personalidade dos cidadãos.

domingo, abril 15, 2012

PARIPIRANGA


Bandeira de Paripiranga

A população de Paripiranga é 27.778 de habitantes. Atualmente, Paripiranga ocupa a 96ª (nonagésima sexta) posição de cidade mais populosa no estado da Bahia e a 1066ª (milionésima sexagésima sexta) no Brasil. A sua unidade territorial é de 435,701 Km² em que sua densidade demográfica é de 63,75 habitantes por Km².

Brasão de Paripiranga

 
Nada se pode adiantar de positivo quanto aos índios que habitavam as terras onde atualmente está situado o município de Paripiranga. É, no entanto, tradição corrente, que ali existiu uma tribo denominada vermelhos, havendo quem admite pertencesse ela à família dos tapuias.


O abrigo da cidade

A primeira penetração no território ocorreu no século XVII, quando colonos portugueses se fixaram no município, fazendo nascer a povoação de Malhada Vermelha, cujo nome foi mais tarde, mudado para Patrocínio do Coité, hoje cidade de Paripiranga.

Paripiranga em vermelho

Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei Provincial n.º 1.168, de 22 de maio de 1871, com o nome de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité.

Antigo Mercado hoje Fórum Municipal

O nome primitivo da localidade onde se originou o município era Malhada Vermelha, proveniente da abundância de terrenos argilosos com a denominação local de selão, depois mudado para Patrocínio do Coité, havendo ligação desse nome com a existência, na extrema oriental do município, de grande exemplar de uma árvore denominada coité. O atual topônimo Paripiranga, segundo alguns vêm do tupi terra vermelha, nome primitivo do lugar; e segundo outra versão é a junção dos vocábulos pari (cercado de peixes) e de piranga (vermelho), donde viria também Ipiranga, o antigo nome do vaza-barris.


Praça da Igreja em direção à Rua Brás do Amaral


Praça Matriz


Formação Administrativa:

Distrito criado com a denominação de Patrocínio do Coité, pela Lei Provincial n.º 1.168, 22-05-1871.

Elevado à categoria de vila com a denominação de Patrocínio do Coité, pela Lei Provincial n.º 2.553, de 01-05-1886, desmembrada do município Bom Conselho (mais tarde Cícero Dantas). Sede na antiga povoação de Patrocínio do Coité. Constituído do distrito sede. Instalada em 01-02-1888.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede.

Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, o município é constituído de 4 distritos: Patrocínio do Coité, Apertado de Pedras e Barreiras, Queimadas e Saco.

Pelo Decreto Estadual n.º 7.341, de 30-03-1931, o município de Patrocínio do Coité tomou o nome de Paripiranga.

Pelo Decreto n.º 7.479, de 08-07-1931, Paripiranga adquiriu o extinto município de Cícero Dantas como simples distrito.

Pelo Decreto n.º 8.447, de 27-05-1933, desmembra do município de Paripiranga o distrito de Cícero Dantas. Elevado novamente à categoria de município.

Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído do distrito sede.

Pelo Decreto Estadual n.º 11.089, de 30-11-1938, é criado o distrito de Adustina e anexado ao município de Paripiranga.

No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o município é constituído de 2 distritos: Paripiranga e Adustina.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município permanece constituído de distritos: Paripiranga e Adustina.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1988.

Pela Lei Estadual n.º 4.851, de 05-04-1989, desmembra do município de Paripiranga o distrito de Adustina. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 1993, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2001.

Em divisão territorial datada de 2005, o município é constituído de 2 distritos: Paripiranga e Conceição de Campinas.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

Alteração Toponímica Municipal

Patrocínio do Coité para Paripiranga, alterado pelo Decreto Estadual 7.341, de 30-03-1931.

Fonte: Prefeitura Municipal

          FOTOS:

Prefeitura Municipal de Paripiranga


Estátua de Nossa Senhora da Piedade


Estátua de Nossa Senhora da Piedade em 1938


Chafariz em frente a Escola Paula Abreu

Praça principal

Praça em frante ao Paula Abreu

Parque das Palmeiras Patrimônio Natural de Paripiranga 


Mapa de Paripiranga feito pelo Partido Verde

 
REFERÊNCIA

http://www.estadosecidades.com/paripiranga-ba_cidade.aspx. Acesso em 15 de abril de 2012 às 18h 26min.

http://www.ibge.gov.br/cidadesat/historicos_cidades/historico_conteudo.php?codmun=292380. Acesso em 15 de abril de 2012 às 18h 31min.



quinta-feira, janeiro 26, 2012

ALFABETIZAR SURDOS A PARTIR DAS MÚLTIPLAS INTELIGÊNCIAS NO CONTEXTO DA DIGITAÇÃO EM LIBRAS.

ALPHABETIZE DEAF FROM MULTIPLE INTELLIGENCES TYPING IN THE CONTEXT OF LIBRAS.



Ronye Márcio Cruz de Santana



RESUMO

Como uma palavra pode ter várias representações? A imagem é uma das respostas da qual tentarei explicar como uso da libertação do olhar em Libras, contudo o valor polissêmico linguístico só pode acontecer na linguagem, isto é, no contexto da Língua. No sentido polissêmico da linguagem as palavras possuem sentidos, pois elas dependem dos modificadores ou do contexto para assim assumirem o seu real significado contextual tanto em Português, ou em Inglês, quanto em Libras. Ao mostrar que dependendo da linguagem também pode mudar o sentido da digitação, pois as palavras possuem um sentido e uma estrutura completamente diferente. O modo de alfabetizar requer muita imagem e simbologia e por ela introduzir o alfabeto escrito e o alfabeto digitado, para que o surdo assimile a relação das imagens às palavras escritas ou digitadas.

PALAVRAS-CHAVE: Alfabetização, surdos, as múltiplas inteligências, contexto da digitação, Libras.


ABSTRACT

How a word can have multiple representations? The image is one of the answers of which I try to explain how to use of the liberation from the look in Libras, however the value polysemic linguistic can only happen in the language, that is, in the context of language. In the multiple meanings of language words have meanings, because they depend on the context for modifying or just take your real contextual meaning so in Portuguese or in English, as in Libras. By showing that depending on the language can also change the meaning of typing, because the words have a meaning and a completely different structure. The mode of teaching requires a lot of images and symbols and it to introduce the writing alphabet and typed alphabet, so that deaf people assimilate the relation of images to words written or typed.

KEY WORDS: Literacy; deaf; the multiple intelligences; context of digital; Libras.



1. INTRODUÇÃO



Alfabetizar é muito mais do que a ler e a escrever, pois como toda leitura, tanto a criança, quanto o adulto para traçar um diálogo têm um referencial e este parte do seu contexto de vida que abrange o seu contexto cultural, social, religioso e familiar.

No contexto de alfabetização do surdo não é diferente, pois ele tem que construir esse referencial, o que muda é o método em que se construir esse referencial e o modo como será utilizado para si comunicar, pois ele não possue a audição para produzir a fala, por isso é que a forma de ensino é mais demorada e mais sutil do que a alfabetização de ouvintes.

As práticas da teoria da libertação do olhar desenvolvidas por Antunes (2001) nos dizem que essa prática de alfabetização “deve começar em casa, mas é na escola que surge a oportunidade de freqüentar o campo da arte indo a museus e exposições e assistindo a apresentações.” (p. 79-80)

Para o contexto de análise serão retirados substantivos da canção what a wonderful world e a sua tradução no contexto da escrita em Português a contrapor-se com a digitação em Português/Libras.

O contexto da relação do substantivo em Inglês / Português / Digitação em Libras / imagem é analisado por meio da comparação facilitando assim a aprendizagem do deficiente auditivo e potencializando a linguagem visual do surdo.



2. COMO ALFABETIZAR SURDOS A PARTIR DA TEORIA DA LIBERTAÇÃO DO OLHAR.



As representações de um gesto ou ação podem ter várias escritas dependendo da língua que se fala ou escreve a palavra. Pensando nisso é o ato de se comunicar é muito importante para levar a informação para toda a sociedade e que possa levá-la ao progresso e ao desenvolvimento social, histórico e científico.

O comportamento do ser humano foi expresso em gestos ou em palavras, por isso é que a representação é a imagem ou a reprodução de algo existente, isto é, as ações e os comportamentos das pessoas. Ela é o exemplo, ou o caso concreto de atitudes que a humanidade possue, por isso é que a representação é denotar, é significar algum gesto ou atitude feita por alguém.

As práticas da teoria da libertação do olhar desenvolvidas por Antunes (2001) nos diz que: “Como uma página escrita, para que possa ser compreendida, necessita que ocorra antes um processo de alfabetização, um passo importante no sentido da alfabetização do olhar é levar a pessoa a “ver” a arte.” (p.79) O que quero deixar claro é que toda pessoa mesmo que algumas limitação pode adaptar-se, mas para isso tem que aprender a desenvolver outras habilidades e capacidades que lhe estão aptas.

Por essa razão é que a alfabetização do olhar através da pintura, do desenho, da imagem, da paisagem, da fotografia e das representações imagéticas são ferramentas estratégicas para construção de uma linguagem ampla no sentido da comunicação e ampliação para o aperfeiçoamento da construção do elemento representativo de sinais para as pessoas surdas.

Quando a deficiência é detectada nas pessoas(1) que vivem em cidades temos um gama e imensas possibilidades de construir e desenvolver o aprendizado destas pessoas, pois está à disposição delas uma grande contingente de leitura visual e cultural que lhes permitam construir um mundo de sentido e de significado. Sobre esse olhar de proposta de pedagogia podemos compreender bem quando Martin (2007) nos diz que:

O principal ensinamento é que devemos ter uma visão mais ampla do que é a arte visual, para além de telas e desenhos no papel. Fotos, outdoors, esculturas, instalações, objetos do cotidiano e histórias em quadrinho são parte da cultura visual e merecem ser trabalhados (...) (p. 14)

Mas para compreender melhor a teoria libertadora do olhar de Antunes temos que compreender a relação de A Teoria do Signo Lingüístico de Saussure segundo Carvalho (2000), pois ele nos esclarece que a natureza do signo é construída pela pirâmide da relação de sentido, que podemos descrever como significado, que é a representação do visual para o mental que se incorpora no seu inconsciente; o significante é o conceito ou a imagem psíquica que o interlocutor tem do significado; e o referente ou a coisa que é a representação ou o próprio objeto em discurso para a compreensão dos interlocutores.

Como o ato de comunicação é arbitrário, pois podemos perceber que para se compreender uma mensagem é fundamental que os interlocutores compreendam os mesmo referenciais linguísticos, no caso do falante, e os referenciais simbólicos, no caso da digitação, ou representação dos gestos das mãos, no caso de Libras.

Quando os interlocutores possuem a imagem, que é o que Saussure denomina de referente/coisa, a fluidez do discurso entre os surdos será maior do que não possuir essa imagem para a criação do dialogo em Libras, pois só após a essa assimilação da coisa que eles aprenderão visualizar e a identificar mentalmente, mesmo que não vejam o objeto, pois se encontra no inconsciente de cada um.

Por isso é que Fortunato (2006) reforça que “A aprendizagem é promovida por uso de material didático (gravuras, imagens, jogos, teatro, piadas, música, filmes, brincadeiras, orações, livros, palavras, desenhos, exercícios xerocados, etc.)” (p. 29). Como se pode perceber não podemos de maneira alguma construir um aprendizado para os surdos sem a construção psicológica e mental do objeto em questão. É com base na percepção de referente que se é possível traças um diálogo por meio dos gestos fazendo alusão aos referentes postulados pela imagem ou simbologia.

Para avançar nas representações devemos destacar que o uso das imagens para construir a representação por assimilação de sentido por meio da grafia, isto é, as letras/palavras transportando para a digitação é de suma importância para a alfabetização no contexto do bilinguismo(2) para o desenvolvimento das habilidades de leitura, escrita e comunicação. “No caso [da digitação em Libras] e do português, por exemplo, há muita transferência positiva de uma língua para outra.” (PÉRISSÉ, 2004, p. 47 a. Grifo meu.), pois ambas possuem a mesma representação alfabética, distinguindo somente do modo de se fazer, já que uma é na escrita e a outra é no gesto das mãos.

Quando se tem um apoio familiar torna-se mais fácil e mais ágil o aprendizado do surdo, e o trabalho de ensino e aprendizagem é desenvolvido a partir das necessidades das pessoas com deficiência auditiva. Segundo Gurgel (2007) diz que as atividades são: “Todas devidamente adaptadas aos padrões de acessibilidade e com um instrutor de libras para auxiliar nas atividades com os pequenos.” (p. 42a)

A família é fundamental para o progresso e o sucesso na aprendizagem do aluno surdo, mas a escola tem a obrigação de fornecer um “(...) professor de surdos competente deve conhecer o uso das LIBRAS para poder comunicar-se fluentemente com alunos surdos e ter contato com a cultura e a história dos surdos.” (ARRUDA, s/d, p 15b)

Um bom caminho para fazer esse aluno surdo desenvolver as habilidades de leitura e escrita a escola deve fazer um planejamento para que se desenvolvam as habilidades do olhar apurando o conhecimento pelo observar da cadência das histórias produzidas por imagens construindo um contexto e uma leitura proximal do aluno, pois inclusão não simplesmente colocar o aluno com necessidades especiais e não fazer nada por ele, pois suas necessidades são prioridades para a construção do conhecimento psicossocial.



3. O CONTEXTO DA DIGITAÇÃO EM LIBRAS REFERENTE À LÍNGUA PORTUGUESA E O SEU REFERENTE.



A digitação é a forma como o surdo utiliza para se comunicar de forma simples, pois ele representa gestualmente, com as mãos, cada letra do alfabeto em Português na língua dos sinais, com isso torna-se mais fácil a compreensão do que se quer dizer o surdo por um ouvinte, contudo o ouvinte só interpretará se também conhecer a língua de sinais.

Como é uma realidade nem todas as pessoas estão preparadas para lidar com pessoas com deficiência auditiva, mas há um caminho, quando se quer realmente desenvolver não só as habilidades físicas, mais também as competências cognitivas do deficiente.

É por essa razão vou aqui demonstrar um gráfico que pode ser utilizado por todos como uma forma de facilitar o ensino do deficiente auditivo. O princípio é mostrar como se deve construir um sentido de significado que Saussure descreveu e como podemos ampliar o conhecimento do aluno surdo por meio da contextualização e comparação a fortalecer As teorias libertadoras pela visão de Antunes (2000).

Quando conseguimos produzir uma relação entre a escrita à digitação contrapondo-se à imagem os alunos surdos saberá de que substantivo está se referindo e assim poderá desenvolver um diálogo mesmo que prolongado, mais fará com que ele tenha uma forma básica de si comunicar.

O que finalmente devemos entender é que todo meio de linguagem é bem vindo desde que seja bem trabalhado e desenvolvido a partir do contexto de vida do aluno surdo e não do contexto do professor, pois quem está precisando de ajuda para sair do mundo de clausura é ele e não o professor.

O trabalho desenvolvido por ele é para garantir que o aluno tenha uma possibilidade de seguir a sua vida com mais tranqüilidade e honradez. Como os teóricos afirmam uma educação só é completa quando o indivíduo possa desenvolver suas habilidades físicas e suas capacidades mentais e psíquicas, conseguindo, assim a contribuir para o seu pleno desenvolvimento sociocultural.



CONSIDERAÇÕES FINAIS



A interatividade entre as modalidades está presente na influência recíproca das linguagens, pois é com o aumento do vocabulário e o conceito das palavras ampliadas pelos preceitos que Saussure desenvolveu para que as pessoas tenham um conhecimento real, e que só assim as pessoas também possam ampliar novas formas de significação pelo contexto da utilização de cada símbolo representativo na imagem.

Em função do acesso à leitura a criança surda em fase de desenvolvimento e de alfabetização fará gradativamente as conexões necessárias para a construção do seu discurso. Por serem intimamente relacionadas no seu contexto de imagem e escrita facilitará a forma interativa entre as linguagens presente no quadro acima exposto.

Ao pensar na aquisição da escrita e da linguagem como modalidade de desenvolvimento do conhecimento esse aluno ganhará não só uma língua mais duas, tornando-se assim bilíngue no seu processo de construção sociolinguístico.



REFERÊNCIA

(O quadro referente a teoria não foi colocado pois quem tem interesse envie um email para ronyemarcio@hotmail.com que enviarei o artigo completo)



ANTUNES, Celso. A teoria das inteligências libertadoras. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

ARRUDA, Francisco Edmar Cialdine. A história da educação (Linguística) dos surdos. Conhecimento Prático / LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo: Escala Educacional, n. 31, p. 10-15, s/d.

CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure: fundamentos e visão crítica. 9ª ed. ver. e ampl. Com exercícios e um estudo sobre as escolas estruturalistas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

FORTUNATO, Jerci Polo. Mãos que falam. Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre, RS: ARTMED Editora S.A., n. 38, p. 28-29, maio/julho de 2006.

GURGEL, Thais. DIDONÊ, Débora. ARAÚJO, Paulo. Inclusão, só com aprendizagem. Nova Escola, São Paulo: Abril, n. 206, p. 38-45, Outubro de 2007.

MARTIN, Carla Soares. Ensinar a turma a desenhar exige oferecer contato permanente com a produção de diferentes lugares e épocas para ampliar o olhar. Nova Escola, São Paulo: Abril, n. 15, p. 10-15, Agosto de 2007. Edição Especial.

PÉRISSÉ, Paulo. O bilingüismo na escola favorece ou prejudica a aprendizagem?. Pátio Revista Pedagógica. Porto Alegre, RS: ARTMED Editora S.A., n. 31, p. 46-47, agosto/outubro de 2004.

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(1) Fazendo referência não exclusivamente a adultos, mas também a crianças e jovens.
(2) É a relação da Língua Portuguesa com a Libras.

domingo, janeiro 22, 2012


Outono, verão
esfriam-se no inverno.
Nasce a primavera.

Ronye Márcio
Domingo, 22 de Janeiro de 2012
às 15h 55min

terça-feira, janeiro 03, 2012

O UNIVERSO E O CORPO

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 26 de Abril de 2009
Às 18h.
Initium Sapientiae Timor Domini



Ao nascer do coração
É transplantar o amor de te em mim
Através do olhar malicioso,
É ver o amor por entre os meus seios,
É sentir o meu coração bater no teu.
Se a lua nasce do meu lado
Por que não do seu?
Se o Sol ilumina a minha Lua
Por que escurece a sua?

Se a escuridão me encobre
A luz te deixa nua.
Quando o Sol deixa de nascer
O coração passa a bater
Em seu lugar, em luz e luar.
Como um conjunto perfeito
O Universo, O Sistema Solar,
O corpo e o sistema celular.
Se um perde um corpo
Outro entra em seu lugar.
Bem como é a atração dos corpos
É a atração do olhar.
Se um mantém o equilíbrio
O outro expande o volume celular.