Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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segunda-feira, fevereiro 04, 2013

O planejamento educacional ideal

O planejamento educacional ideal

Ronye Márcio Cruz de Santana

O planejamento educacional ideal perpassa por dois princípios que são o planejamento anual e o planejamento das aulas, pois ambos precisam de no mínimo de três eixos norteadores para a sua aplicabilidade seja eficaz e que permeiam a elaboração, a execução e a avaliação.

Quando há possibilidade de troca de conhecimento e de experiência entre os gestores, coordenadores, professores e funcionários de apóio conjuntamente com a comunidade a possibilidade de o projeto funcionar é muito maior, pois a participação de cada componente é fundamental para o sucesso socioeducacional dos alunos.


É considerado ideal o planejamento que envolve as pessoas como sujeitos a partir de sua elaboração, e com a presença constante na sua execução e avaliação, não apenas como indivíduos, mas sujeitos de um processo que os envolve como grupo, visando o desenvolvimento individual e comunitário. (DALMÁS, 2001, p. 27).


Como o próprio autor afirma que a idealização de um projeto participativo só ocorre quando há presença de todos os envolvidos que fazem parte da vida cotidiana do aluno e quando isso ocorre existe um progresso não só individual, mas também de todo a comunidade em que esse aluno está inserido.

A troca de conhecimento é fundamental e essencial para que a comunidade escolar possa desenvolver o Projeto Político Pedagógico da escola, e não só o PPP, mas também projetos que possam desenvolver a comunidade, ou solucionar problemas de ordem política, familiar e/ou comunitária. E essa participação dialogada reforça os laços de cumplicidade entre a instituição e a sociedade local. Para isso podemos observar que Dalmás nos diz que:


O diálogo-comunicação é elemento essencial no processo de intercâmbio de vivências, experiências, interações, diálogos entre os participantes.
Visa-se um planejamento centrado na pessoa, livre e crítica, sujeito de seu desenvolvimento, mas com decisões comunitárias; um processo grupal e participativo que considere as pessoas, com seus valores, sentimentos e situações de ordem sócio-econômico-político-cultural. (2001, p. 27).


Esses elementos permeiam a metodologia do planejamento, pois o princípio é o diálogo entre as partes para ganhar a credibilidade de todos fazendo que fortifique a proposta do projeto em elaboração é nessa vertente que as linhas de ações pensadas são: “planejar PARA a comunidade [..], planejar COM a comunidade [...] [e finalmente é] o planejamento da comunidade” (DALMÁS, 2001, p. 26), e com isso se fortifica e torna ainda mais intensa o planejamento participativo.

As condições para a realização do planejamento participativo dependerá de alguns pressupostos que guiará o grupo para uma eficácia e sucesso na implementação do projeto em que devemos entender que a educação é um ato político de visão crítica a gerar um clima favorável no ambiente escola, pois tem que haver uma integração do grupo e para isso a socialização do poder descentraliza a opressão e sendo assim potencializa a motivação para o planejamento participativo.

Também se sabe que o conhecimento teórico é relevante para a produção deste e com a ampliação do conhecimento dos envolvidos as pessoas participarão melhor e tornar-se-ão responsáveis por tudo e por todos, com isso os riscos do fracasso do projeto são menores e quando a direção da instituição escolar dá o seu aval toda à infra-estrutura se materializa e os recursos tornam-se disponíveis para a sua execução. Como se pode perceber todo planejamento participativo requer um compromisso de todos os componentes que fazem parte da vida do aluno.

A proposta de trabalho tem que ser vinculada a Proposta Curricular da escola e com o Plano-Ação a equipe coordenadora imbuirá desejo e atitudes para que as pessoas tenham fé no seu trabalho a gerar assim um respeito ao estágio de consciência do grupo anulando todo ou qualquer princípio de conflito entre as partes e esse envolvimento participativo torna-se eficaz pela sua metodologia participativa que orienta não só os professores, mas todos que estão envolvidos.

E para isto a clareza do projeto e do grupo quanto à proposta tem que ser aceita e vivenciada, pois a sua elaboração ocorre por etapas e a construção leva resultados positivos para o grupo e estes resultados satisfatórios só podem ocorrer quando o grupo trabalha unido, com isso subtende-se que o planejamento participativo é uma construção de uma equipe que vivencia a sua realidade, “como desafio, pelos participantes do processo participativo, este terá sólidas condições para concretizar-se na instituição de educação formal que por ele se decidir.” (DALMÁS, 2001, p. 103).


REFERÊNCIA

DALMÁS, Angelo. Planejamento participativo na escola: elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.