Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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quarta-feira, julho 09, 2014


 
DISCUSSÃO SOBRE A DECLARAÇÃO DE SALAMANCA
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS – AGES
LIBRAS E EDUCAÇÃO INCLUSIVA
 

 
 
Ronye Márcio Cruz de Santana[1]

 

De acordo com a Declaração de Salamanca o seu documento introdutório define e objetiva os princípios dos Direitos Universais do Homem referente ao processo de igualdade a todos sem distinção de nada, a reforçar o princípio de inclusão para que a sociedade adapte-se às necessidades especiais que cada indivíduo possui, a garantir seus direitos como cidadão e tornando-o apto e competente ao meio social e profissional.
Para que haja um enquadramento de ações é necessário que as minorias tenham conhecimento dos seus direitos fundamentais e essenciais garantidos perante a lei e para isso a participação de todos é fundamental para que todos tenham acessibilidade aos direitos é de fundamental importância que haja apoio suplementar das instituições públicas, privadas e do terceiro setor, bem como toda a sociedade, em geral, tem que ficar atenta as iniciativas de cada seguimento para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Quando se pensa em instituição pública, referente à inclusão, intui-se de imediato na escola que é o ambiente, onde acontece o processo de educação formal, e é nesse local que se aplica o currículo, no entanto esse tem que ser adaptado às pessoas com necessidades para que aconteça o princípio de ensino e aprendizagem, entretanto o governo tem que investir em programas de formação para professores para que possam trabalhar seguramente e desenvolver propostas de trabalho que garantam o acesso à educação gratuito e igualitário a todos.
Para reforçar o trabalho educativo os planos de ação são de suma importância para os professores, já que eles permitem que os educadores projetem passos a partir do planejamento educativo a permitir que eles tenham uma visão ampla do currículo que está sendo empregado e quais metas estão sendo atingidas a fortalecer o processo de igualdade e de acesso à educação e a convivência social.
Com isso, a inclusão perpassa por duas barreiras – a primeira que é a integração da pessoa com necessidades especiais que tem que se enquadrar à realidade que o cerca e, ao mesmo tempo, às demandas do mercado de trabalho. Já a segunda é a questão da linguagem no processo de comunicação, pois todas as pessoas têm como foco principal da linguagem a fala e em segundo lugar a imagem, no entanto, para o mercado de trabalho o argumento é essencial para a garantia de sucesso nesse ambiente colocando as pessoas com necessidades especiais em atividades mais braçal e com pouca exigência mental dependendo da necessidade que tenha, para isso é fundamental que os professores desenvolvam as potencialidade de cada um para que haja uma integração à realidade mais digna e coesa a quem realmente precisa.
De acordo com a legislação todos têm direitos e com isso possam se desenvolver e tornar-se um cidadão crítico e autônomo. É pensando nessa vertente que o governo promove programas de financiamento para que todos tenham conhecimento da área e acessibilidade aos meios sociais e profissionais do país.
Para isso, o governo desenvolve políticas educacionais a partir de uma política governamental que foi discutida e debatida para gerar um documento e a partir dele gerar um projeto de lei ou uma lei que vai regimentar as necessidades da população, sendo assim o passo seguinte é buscar financiamentos para conseguir implantar a lei ou o projeto de lei. E para que a sociedade goze dos benefícios dos seus direitos é de suma importância que o governo pense no processo de estruturação e de fiscalização para que a lei saia do papel e passe a ser um direito garantido por lei.


[1] Acadêmico do curso de Letras.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2003. 





RESENÇÃO

Tomaz Tadeu da Silva é professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pertence ao Conselho Editorial das revistas Curriculum Studies; Journal of Education Policy; Discourse e Heuresis. É autor de diversos livros.

 

RESUMO

A obra aborda não só a concepção das teorias do currículo como a define como um princípio social, cultural e individual. É nesse contexto que o autor subdivide em quatro capítulos, em que o primeiro é a introdução que explana o objetivo e a finalidade que o autor quer defender na obra, sendo que a segunda permeia os conceitos da teoria tradicional frente as teorias críticas: é nesse ponto que surge o conceito de ideologia, reprodução, resistência, reconceptualistas, neomarxista, política cultural, construção social, reprodução cultural e currículo oculto. Já no terceiro capítulo Tomaz Tadeu descreve as teorias pós-críticas que defendem e relação de que todo ser humano é completo e complexo socialmente e incompleto e introspectivo ou extrovertido individualmente, sendo simples ou complexo no seu ser, bem como nas suas relações: é nesse ponto que surge as nomenclaturas de identidade, currículo multiculturalista, relações de gênero, narrativa étnica e racial, os estudos culturais e uma pedagogia pós-crítica. E no último capítulo ele aborda e confronta as teorias críticas com a pós-críticas do currículo comparando com questões de saber, no tocante ao conhecimento, de poder, em relação ao princípio político e econômico e na identidade, referente ao ser como um todo.
 

CITAÇÕES:

(...) as diferentes teorias podem recorrer a discussões sobre a natureza humana, sobre a natureza da aprendizagem ou sobre a natureza do conhecimento, da cultura e da sociedade. (p. 14b)
(...) as teorias do currículo estão envolvidas, explicita ou implicitamente, em desenvolver critérios de seleção que justifiquem a resposta que darão àquela questão. (p. 15a)
(...) As teorias do currículo estão ativamente envolvidas na atividade de garantir o consenso, de obter hegemonia. As teorias do currículo estão situadas num campo epistemológico social. As teorias do currículo estão no centro de um território contestado. (p. 16a)

PARECER

O que deixa bem claro no sentido do currículo é que ele faz parte da nossa vida seja social, seja na constituição de própria identidade, e esse currículo permeia as instituições sociais como as empresas e bem como as ideologias utilizadas por elas para construir a partir da escola um currículo modelo que dogmatize o ensino e aprendizagem por meio da metodologia a utilizar a didática como forma de planejamento para que tenha seu objetivo cumprido a partir da ideologia capitalista.
Para manter a hegemonia do capitalismo o governo desenvolve métodos de mecanização do ensino formal para adestras, manipular e manter as relações de poder nas mãos das empresas e do mercado.
 

CITAÇÕES:

(...) a cultura não depende da economia: a cultura funciona como uma economia, como demonstra, por exemplo, a utilização do conceito de “capital cultural”. (p. 33a-34b)
(...) a crítica de inspiração marxista, desnaturaliza o mundo “natural” da pedagogia e do currículo significa submetê-lo a uma análise científica, centrada em conceitos que rompem com as suas categorias de senso comum cm as quais, ordinariamente, vemos e compreendemos aquele mundo. (p. 38b)
(...) A capacidade intelectual dos alunos tal como avaliada pelos professores acaba sendo determinada pela tipificação que os professores fazem deles. Essa tipificação é determinada, em grande parte, pela classe social dos alunos. (p. 69a)
(...) O tipo de código determina, por sua vez, a consciência da pessoa, o que ela pensa e, portanto, os significados que ela realiza ou produz na interação social. (p. 74b)
O currículo oculto é construído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes. (p. 78b)

PARECER

No mundo capitalista as empresas utilizam o currículo oculto para fundamentar as atitudes, os comportamentos e as leis para gerar valores dogmatizados para desenvolver a capacidade intelectual, porém submisso às vontades do capitalismo e as suas vontades.
Para isso a crítica marxista vem desmistificando a noção de submissão para a luta de classe, para a conscientização e emancipação e libertação do indivíduo pelo conhecimento e troca por capital cultural socialmente construído para todos e por todos.
 


CITAÇÃO

Essa visão liberal ou humanista de multiculturalismo é questionada por perspectivas que se poderia caracterizar como mais políticas ou críticas. Nestas perspectivas, as diferenças culturais não podem ser concebidas separadamente de relações de poder. (p. 86b)
O currículo oficial valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, o domínio e o controle, a racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica, o individualismo e a competição. (p. 94b)
A atitude racista é o resultado de uma complexa dinâmica da subjetividade que inclui contradições, medos, ansiedades, resistências, cisões. (p. 103a)

PARECER

Nas teorias pós-críticas o que podemos salientar é que a construção do homem é feita pelo viés da cultura como representação de gênero, raça, etnia, sexualidade e multiculturalismo reforçando o conceito de identidade e de respeito pelas diferenças em que sua subjetividade dá conta da alteridade e da relação do conhecimento e do poder, pois é construído pela noção de significado e discurso.
O contexto social é mais amplo a abrangente quando se refere a construção do meio social e da individualidade a partir dos conceitos de ética, moral e conduta socialmente aceito por todos.

 
PARECER CRÍTICO

 A obra como um todo desperta a curiosidade e a relação de poder e de construção social a partir de políticas públicas, de construção de conhecimento social e individual, cujo currículo é a base política de manipulação e adestramento social.
Ao ler a obra dá para perceber que ela de fundamental importância para o aluno dos cursos de licenciaturas, pois constroem no cognitivo do aluno a noção de currículo implícito e explícito na sociedade.
Referente a minha profissão a obra indica caminhos teóricos e curriculares para a construção de uma proposta socialmente aceita e defendida perla união.
Socialmente, Documentos de Identidade traz à tona o conceito de relação social e o respeito mútuo a todas as pessoas e entidade que constroem a identidade de cada um.
 
 
 

SASSAKI, Romeu Kazumi. Os desafios da inclusão na educação. In: __________. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 8º ed. Rio de Janeiro: WVA, 1997.
 
 
 
Ronye Márcio Cruz de Santana[1]
 
 
 
RECENSÃO
 
Romeu Sassaki é assistente social e consultor sua experiência profissional foi construída no Brasil e no exterior. Entre as organizações onde ele atuou podemos destacar Secretarias Estaduais de Educação, Banco Mundial, Escola de Gente – Comunicação em inclusão, Associação Carpe Diem, Sociedade Pestalozzi de São Paulo, Apaes, Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Comitê Brasileiro de Tecnologia Assistiva, Federação das Indústrias em vários estados e Instituto Muito Especial.
 
INTRODUÇÃO
 
          O presente trabalho tem por finalidade fazer um estudo a partir dos desafios que a educação enfrenta ao lidar com alunos com deficiência, esse é o ponto chave da discussão do capítulo 5 do livro de Romeu Sassaki, cujo tema é Os desafios da inclusão na educação em que se norteiam discussões como Fases de desenvolvimento da educação, cuja temática é voltada para o princípio de atenção social em que as pessoas, as instituições o governo dão aos deficientes; como O Programa de Educação Inclusiva de Goiás, cuja fonte de inspiração foi as experiências publicadas como, por exemplo, Stainback & Stainback, 1999 e Salend de 1990. O projeto constava sensibilização, implantação, expansão e consolidação, com isso pode se dizer que aspectos fundamentais foram essências para a construção de uma sociedade mais aberta aos problemas do deficiente procurando acertar mais no processo educativo através das múltiplas inteligências. E na parte final A temática As sementes do conceito de educação inclusiva, cujo fato primordial é o ideal da igualdade de oportunidade em todos os setores da sociedade.
 
CITAÇÕES
 
A sociedade simplesmente ignorava, rejeitava, perseguia e explorava estas pessoas (...) (p. 126).
 
 
Excluídas da sociedade e da família, pessoas com deficiência eram geralmente atendidas em instituições por motivos religiosos ou filantrópicos e tenham pouco ou nenhum controle sobre a qualidade da atenção recebida. (p. 126)
 
 
Para que as pessoas com deficiência realmente pudessem ter participação plena e igualdade de oportunidades, seria necessário que não se pensasse tanto em adaptar as pessoas à sociedade e sim em adaptar a sociedade às pessoas (...). Isto deu surgimento do conceito de inclusão (...). (p. 127)
 
 
(...) a inclusão “questiona não somente as políticas e a organização da educação especial e regular, mas também o conceito de mainstreaming[2]. (SASSAKI apud MANTOAN, p. 128). 
 
 
As escolas inclusivas propõem um modo de se construir o sistema educacional que considera as necessidades de todos os alunos e que é estruturado em virtude dessa necessidade. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenham sucesso na corrente educativa. (SASSAKI apud MANTOAN, p. 128).
 
 
(...) buscar o potencial nas identidades individuais significa descobrir talentos em todas as pessoas individualmente, partindo-se do pressuposto de que ninguém é tão severamente prejudicado que não possua uma habilidade. Se a mais prejudicada das pessoas possui uma habilidade, então todas as pessoas podem aprender; mas cada uma de uma maneira diferente das outras. (p. 134)
 
 
É, portanto, imprescindível valorizarmos a nossa crença de que “Todos poderão aprender se escolhermos os diferentes estilos de aprendizagem e as inteligências múltiplas de cada aluno”. Os estilos de aprendizagem são o modo como cada um de nós aprende melhor e as inteligências múltiplas constituem as habilidades que podemos utilizar para aprender qualquer coisa e realizar nossos objetivos. (p. 134)
 
 
Educação de qualidade é aquela que atende às necessidades de cada aluno, respeita o estilo de aprendizagem de cada aluno, propicia condições para o atingimento de objetivos individuais e utiliza as 12 inteligências de cada aluno. (p. 135)
 
 
(...) ao aplicarmos a teoria das inteligências múltiplas, abrimos uma ampla gama de situações relevantes e significativas para a vida do aluno, das quais extraímos os dados de avaliação da aprendizagem. Como princípio, nunca comparamos os alunos entre si, sempre os comparamos com os respectivos desempenhos anteriores de cada um. (p. 136)
 
 
Todos os integrantes da comunidade escolar devem ser informados e capacitados a respeito da teoria das inteligências múltiplas a fim de que a aplicação desta teoria se torna uma prática comum em toda a escola. (p. 136) 
 
 
O ideal de igualdade de oportunidades em todos os setores, incluindo a educação, oficialmente documentado pela ONU em 1981, foi novamente consagrado em 1983 no Programa Mundial de Ações Relativas às Pessoas com Deficiência. (p. 137) 
 
PARECER CRÍTICO                
 

          Para se construir uma sociedade coesa toda ela deve estar irmanada e, como tal pressupõe que as famílias e as instituições estejam adaptadas a toda e qualquer pessoa a garantir acessibilidade e possibilidades de desenvolvimentos pessoal, para isso um fator preponderante para a política de inclusão social, profissional e pessoal tem como base a educação, pois é nela que se garante o princípio idôneo do desenvolvimento das habilidades e capacidades.
          Com isso, intui-se que todo o sistema educacional deveria estar apto a desenvolver e a preparar o cidadão a partir das competências e habilidades para que o aluno aja socialmente como um ser crítico e competente dentro e fora do ambiente sócio-profissional.
           O que deve ser analisado é que a escola tem que planejar políticas que garantam o ensino e aprendizagem e, para isso o sistema educacional deve se reestruturar como um todo para que possa garantir a acessibilidade a todos os cidadãos. Como base nessa ideia o sistema educacional precisa reunir toda a sociedade – comunidade, empresas, centros religiosos, família e a comunidade escolar para organizar as políticas educacionais, melhorá-las e desenvolver processos de inclusão a todos, para que isso aconteça a avaliação é um processo fundamental para a tomada de decisões para construir uma educação de qualidade.
          Para que aja ensino e aprendizagem as escolas têm que se adaptar às necessidades de cada aluno, cujo ensino tem que ser de forma integral e abranger as inteligências múltiplas mas para isso ocorrer as escolas têm que adaptar seu currículo e seu processo metodológico às potencialidades de cada aluno, cuja finalidade do processo avaliativo é desenvolver as habilidades e fazer comparativo com o seu último desempenho e saber se foi atingindo ou melhorado, sendo assim as instituições, de modo geral, efetivam e balizam o direito a igualdade e a oportunidade de inclusão e ascensão social.
          A obra é importante para todo aquele que se interessa pelo tema e queira crescer, pois traz uma explicação clara e convincente a partir do assunto inclusão. O autor nos traz uma vasta gama de informação sobre lutas e conquistas. No tocante as leis houve movimentos que Sassaki reportou a história para que o leitor se situasse e compreendesse toda a luta e sofrimento que as pessoas enjeitadas, de uma forma ou de outra, sofriam na sociedade.
          Esta obra possui um teor relevante para todo profissional que queira construir uma sociedade mais justa e igualitária a beneficiar àqueles que procuram conhecer, estudar e aprofundar seus conhecimentos na área da inclusão. No contexto social e empresarial a obra traz relevantes contribuições para que todos os profissionais e cidadãos reflitam, construam e efetivam projetos inclusivos e integradores a todas as pessoas que possuam uma habilidade especial e garantam, não só o ideal de igualdade, mas também a igualdade de oportunidade a todos sem distinção.


MAPA CONCEITUAL



 
 




[1] Acadêmico do Curso de Letras. Fichamento da obra Inclusão: construindo uma sociedade para todos de Romeu Sassaki na Disciplina de Libras e Educação Inclusiva com a orientação da Prof. Josefa Risomar Rosário Santa Rosa para inclusão das atividades de Portfólio como nota parcial da disciplina.
 
[2] “O mainstreaming de género consiste na (re) organização, melhoria, desenvolvimento e avaliação dos processos de tomada de decisão, por forma a que a perspectiva da igualdade de género seja incorporada em todas as políticas, a todos os níveis e em todas as fases, pelos actores geralmente implicados na decisão política. ”
(Definição do Conselho da Europa)
Disponível em: http://www.igualdade.gov.pt/INDEX_PHP/PT/MAINSTREAMING_DE_GENERO.HTM. Acessado em 31 de maio de 2014 às 15h 41min.
 

ATIVIDADE PROPOSTA DO CAPÍTULO 3:
 
Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais / Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. (Série de Estudos. Educação a Distância, v.9) 
 

 
 
Ronye Márcio Cruz de Santana[1]


Você concorda que as propostas inclusivas / integradoras não se limitam aos portadores de deficiência? Justifique sua resposta.[2]


O ser humano é dotado de todas as potencialidades possíveis e, como tal, o inverso também ocorre – as limitações são fatores preponderantes a qualquer indivíduo, pois as pessoas podem ter uma habilidade específica e várias fragilidades ou limitações, por isso é que cada um deve buscar apoio de especialistas para que possa sanar suas dificuldades ou limitações.
Quando você reporta ao princípio de integração/inclusão podemos pensar naquelas pessoas que possuem dificuldades de aprender, não conseguem interagir com grupos ou se relacionar, àquelas que possuem fobias e, por isso deixam de participar de algumas atividades ou tarefas que possa desenvolver habilidades ou competências, ou ainda àquelas que não se adequam ao trabalho ou uma atividade específica, pois não possui pré-requisitos das competências exigidas para o exercício da função.
Por isso é que Mantoan em seu artigo intitulado Integração X inclusão: escola (de qualidade) para todos ela diz que “é preciso respeitar os educandos em sua individualidade”, pois cada indivíduo possui sua limitação e que cada um deve ser tratado com o respeito que merece e trabalhar com sua potencialidade para superar suas fraquezas.
O ponto primordial da construção de habilidades e competências vem da superação e quando falamos de superar pressupomos em seres humanos dotados de raciocínio que o utiliza para romper barreiras e conseguir chegar a atingir seus objetivos.
Diante do exposto venho reiterar e concordar que uma educação inclusiva / integradora não se refere somente a uma pessoa com deficiência, mas a todas àquelas que possuem uma limitação, uma dificuldade ou uma barreira para conseguir chegar ao seu objetivo ou a sua finalidade de conseguir algo na vida, no trabalho, na educação ou no seu meio social.
 


[1] Acadêmico do curso de Letras. Atividade proposta pela prof.ª Josefa Risomar Santa Rosa do Rosário na Disciplina de Educação Inclusiva.
[2] Pergunta retirada do texto Integração e inclusão: do que estamos falando? De Risita Edler Carvalho.

Salto para o Futuro: Educação Especial: tendências atuais / Secretaria de Educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, SEED, 1999. (Série de Estudos. Educação a Distância, v.9)

 

INTRODUÇÃO
 

A finalidade principal desta obra é ampliar o conhecimento de todos os órgãos ou instituições que desconhecem ou conhecem muito pouco a respeito da Educação Especial e como são encaminhadas, tratadas e desenvolvidas atividades que garantam a plena cidadania do deficiente ou das pessoas com dificuldades de se relacionar com a população ou de possuir um trabalho ou ser incluso no mercado de trabalho.
O que se pretende é quebrar barreiras que limitam ou exclui os deficientes, porém o que se espera é que a sociedade deixe os preconceitos de lado e possa incluir/inseri-los não só no meio educacional, mas também no mercado de trabalho tornando-os cidadãos ativos e socialmente produtivos.
Para isso a escola e as famílias têm que lutar pelos direitos dos filhos e garantir-lhes a educação necessária para que possam construir um futuro e que tenham segurança a partir das habilidades e competências que a escola lhes garantiu pelo ensino regular e gratuito.
O que se observa é que o Governo desenvolveu programas que discutem esses problemas e alertam toda a sociedade sobre o fato e que traçam propostas que tentam incluir ou inserir o deficiente em todos os setores sociais e empresariais por meio da educação e de programas que qualificam os setores sociais e educacionais a construírem parcerias que facilitam a acessibilidade das pessoas com deficiência.
 

CITAÇÕES 

 

(...) faz-se necessário que os profissionais da escola sejam capazes de oferecer oportunidades de atendimento educacional que prevejam as necessidades, as limitações, as potencialidades e os interesses de cada aluno, ou seja, individualizando o ensino de acordo com sua necessidade específica. (p. 13) 

A escola será tanto mais democrática à medida que acolher, educar e ensinar a todos, ao mesmo tempo que respeite as diferenças individuais, estimulando em especial o desenvolvimento da capacidade do aluno de aprender a aprender. (p. 14) 

(...) a escola deve ser um espaço para as transformações, as diferenças, o erro, as contradições, a colaboração mútua e a criatividade. Dessa forma, precisamos de uma escola que não tenha medo de arriscar, que tenha muita coragem para criar e questionar o que está estabelecido, em busca de rumos inovadores, necessários à inclusão. (p. 15)

(...) os seguintes conteúdos: os movimentos internacionais em prol de uma sociedade justa e democrática; os movimentos nacionais em busca de uma escola de boa qualidade; a compreensão histórica dos movimentos de defesa dos direitos de cidadania das pessoas com deficiência; a escola como espaço inclusivo; remoção de barreiras para aprendizagem; adaptações curriculares; alfabetização; formação de professores para uma escola inclusiva; a família e o movimento de inclusão; educação para o trabalho e inclusão. (p. 16)

 

O direito de ter direitos – Rosita Edler Carvalho 

 

(...) reivindicação de direitos, reconhecimento dos mesmos como fundamentais, justos ou naturais, sua proteção ou garantia de cumprimento e a contradição entre o discurso e a prática, pois, enquanto a consciência universal dos direitos humanos é cada vez mais forte, (...) (p. 17) 

(...) deficiência é conceitualizada como "toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica"; a incapacidade, como "toda restrição ou falta, devido a uma deficiência, da capacidade de realizar uma atividade na forma ou na medida que se considera normal a um ser humano"; e o impedimento, "como uma situação desvantajosa para um determinado indivíduo, em conseqüência de uma deficiência ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho de um papel que seria normal, em seu caso, em função de idade, sexo e fatores sociais e culturais". (p. 21) 

O segundo preceito básico, o da reabilitação, é entendi- do no sentido de se proporcionar aos deficientes condições de alcance e manutenção com um ótimo nível de funciona- mento nos planos físico, intelectual, sensorial, psíquico ou social, de forma que possam contar com os meios apropriados para modificar suas vidas, visando tornarem-se cada vez mais independentes.
Quanto à conquista da igualdade de oportunidades, traduz a idéia da "equiparação de oportunidades" como um processo através do qual os diversos sistemas sociais são postos à disposição de todos, especialmente das pessoas portadoras de deficiência. (p. 22)

 

Educação: direito de todos os brasileiros – Vera Lúcia Flôr Sénéchal de Goffredo
 

No Art. 206, podemos destacar princípios eminentemente democráticos, cujo sentido é nortear a educação, tais como: a igualdade de condições não só para o acesso mas, também, para a permanência na escola; a liberdade de aprender, ensinar e divulgar o pensamento; o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas; a coexistência de instituições públicas e privadas; a existência de ensino público gratuito e a gestão democrática do ensino público. (p. 28) 

(...) a proposta inovadora de Educação Inclusiva deve ser analisada com base no contexto político, econômico, social e educacional brasileiro, sem que se esqueça que, num mundo globalizado, muitas vezes ocorre a tendência ao decalque, ou seja, a impor- tação de conceitos e práticas que, em vez de possibilitarem um avanço, uma alternativa, acabam por se tornar mais uma experiência frustrada.
Assim, precisamos entender que democratizar a educação significa propiciar a todos o acesso e a permanência na escola. Dessa forma, nosso sistema educacional precisa saber não só lidar com as desigualdades sociais, como também com as diferenças. Precisamos saber, então, associar o acesso à permanência com qualidade e eqüidade. (p. 29) 

A escola deve promover o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo, moral e social dos alunos com necessidades educativas especiais, e ao mesmo tempo facilitar-lhes a integração na sociedade como membros ativos. Mas, para que isto aconteça, é importante que o indivíduo portador de necessidades educativas especiais seja visto como um sujeito eficiente, capaz, produtivo e, principalmente, apto a aprender a aprender. (p. 32)
 

Integração e Inclusão: do que estamos falando? – Rosita Edler Carvalho
 

A integração é um processo dinâmico de participação das pessoas num contexto de relações, o que determina a sua interação com os diversos grupos sociais. Integração implica reciprocidade. Sob o enfoque escolar, é um processo gradual e dinâmico que pode adotar formas diferentes de acordo com as necessidades e habilidades dos alunos. (p. 35)

A educação inclusiva tem sido conceituada como um processo de educar conjuntamente e de maneira incondicional, nas classes do ensino comum, alunos ditos normais com alunos - portadores ou não de deficiências - que apresentem necessidades educacionais especiais. A inclusão beneficia a todos, uma vez que sadios sentimentos de respeito à diferença, de cooperação e de solidariedade podem se desenvolver. (p. 38)

Na verdade, considerando-se o conjunto das minorias, estaremos nos referindo à maioria das pessoas que vivem à margem do processo político e social. Pessoas que ou não têm acesso e não ingressam nas escolas ou que delas foram afastadas, independentemente de suas vontades. (p. 38)
 

A escola como espaço inclusivo - Vera Lúcia Flôr Sénéchal de Goffredo
 

Assim, necessitamos de uma nova escola que aprenda a refletir criticamente e a pesquisar. Uma escola que não tenha medo de se arriscar, com coragem suficiente para criar e questionar o que está estabelecido, em busca de rumos inovadores, e em resposta às necessidades de inclusão. (p. 46)
 

(...) o planejamento da ação educativa deve ser participativo, isto é, deve envolver os educadores da educação especial e da educação regular. O professor especializado deve participar de todas as ações, opinando e discutindo com o professor do ensino regular e participando de todo o planejamento em suas fases de elaboração, execução e avaliação. O professor deve, assim, ser parte integrante da equipe escolar. Ele precisa ter, sempre, a oportunidade de socializar o seu saber específico junto aos outros profissionais da equipe, contribuindo para a melhoria da qualidade do ensino oferecido na escola e possibilitando o envolvimento desta equipe na busca de alternativas que minimizem as diferenças entre os alunos com deficiências e os demais. O professor de classe regular precisa entender o significado de uma escola inclusiva, a partir de seus conhecimentos anteriores como professor. Precisa entender, também, que seus alunos desenvolvem meios diferentes de aprendizagem e, por isso, às vezes utilizam caminhos que o próprio professor desconhece. (p. 47) 

(...) a escola como espaço inclusivo deve considerar como seu principal desafio o sucesso de todos os seus alunos, sem exceção. Neste fim de século, nossa es- cola não pode mais desconsiderar esse desafio. Ela terá de estar preparada para lidar com situações que fujam ao cotidiano. A não-garantia de acesso e permanência de todos na escola é a forma mais perversa e irremediável de exclusão escolar e, conseqüentemente, de exclusão social, pois nega o direito elementar de cidadania. (p. 49)
 

Adaptações curriculares: uma necessidade. – Erenice Natália S. de Carvalho
 

A educação inclusiva é anunciada como a forma mais recomendável de atendimento educacional para os alunos que apresentam deficiência (s), altas habilidades e condutas típicas de síndromes. É identificada, hoje, como o caminho eficiente para a construção da cidadania e da participação social em consonância com a perspectiva da educação para todos e com todos. (p. 51) 

A prática da inclusão na realidade brasileira revela algumas dificuldades: despreparo do sistema regular de ensino para atuar no processo; resistência da comunidade escolar na aceitação dos alunos (cf. Carvalho & Monte, 1994); e fatores diversos de natureza familiar, institucional e sociocultural. (p. 52) 

A vivência escolar tem demonstrado que a inclusão pode ser favorecida quando se observam as seguintes providências: preparação e dedicação dos professores; apoio especializado para os que necessitam; e a realização de adaptações curriculares e de acesso ao currículo, se pertinentes. (p. 52)
 

Removendo barreiras para a aprendizagem - Rosita Edler Carvalho
 

Barreiras à aprendizagem são obstáculos que se impõem aos alunos, criando-lhes dificuldades no aprender. Inúmeros fatores geram tais dificuldades: alguns são intrínsecos aos alunos e outros, talvez a maioria, externos a eles.
O que se constata é que os obstáculos à aprendizagem não são exclusividade dos alunos com deficiências visuais, auditivas, mentais, dos que têm paralisia cerebral, dos autistas, entre outros. Barreiras à aprendizagem (temporárias ou permanentes) fazem parte do cotidiano escolar de quase todos os alunos, sejam eles deficientes, com altas habilidades ou os ditos normais. (p. 60-61) 

O favorecimento da aprendizagem de qualquer aluno implica, para o educador, saber o que é o processo de aprendizagem e como ele se dá. Igualmente é importante conhecer o processo de desenvolvimento humano em suas diversas facetas, examinando suas relações com a aprendizagem.
Educadores que identificam a si mesmos como profissionais da aprendizagem conseguem transformar as suas salas de aula em espaços prazerosos, onde tanto eles como os alunos são cúmplices de uma aventura que é o aprender, o aprender a aprender e o aprender a pensar. O clima das atividades favorece ações comunicativas entre alunos e entre estes e seus professores. (p. 62) 

(...) uma escola aberta à diversidade, consciente de suas funções sociopolíticas, ao lado das pedagógicas, uma escola sintonizada com os valores democráticos. Mais importante que conceber a escola como mera transmissora de conteúdos é concebê-la como o espaço privilegiado de formação e de exercício da cidadania. Como a escola também é o espaço dos escritos, é preciso registrar nela as experiências de alunos e professores. E a pesquisa na educação é outra das formas de remover barreiras à aprendizagem. (p. 64-65)
 

Como formar professores para uma escola inclusiva? - Vera Lúcia Flôr Sénéchal de Goffredo.

 

Inclusão, numa sociedade de excluídos, passa a ser palavra- chave para se alcançar a verdadeira democracia. A cidadania se estabelece pela igualdade dos direitos e deveres, e pela oportunidade de poder exercê-los plenamente. Vamos discutir a inclusão do ponto de vista educacional, embora este movimento seja muito mais amplo, norteando, também, todas as ações que emanam dos direitos sociais, políticos e civis. (p. 67) 

(...) os cursos de formação de professores devem ter como finalidade, no que se refere aos futuros professores, a criação de uma consciência crítica sobre a realidade que eles vão trabalhar e o oferecimento de uma fundamentação teórica que lhes possibilite uma ação pedagógica eficaz. (p. 68)
 

A família e o movimento pela inclusão - Mônica Pereira dos Santos.
 

(...) na história, o surgimento e o fortalecimento de duas práticas relativas aos portadores de deficiência: uma prática assistencialista e caritativa, para aqueles a quem os testes apontavam como incapazes de participação social; e uma prática reabilitativa, para aqueles que, de alguma forma, fossem considerados como podendo ter alguma participação na vida em sociedade. (p. 74) 

No caso brasileiro, as organizações não-governamentais (ONGs) criadas, na maioria, pelos pais e/ou por técnicos, têm desempenhado um importante papel histórico. Tais organizações, em parceria com o poder público governamental, têm oferecido o atendimento de que os portadores de deficiências necessitam em educação, saúde e trabalho. Igualmente, têm sido pioneiras na liderança e, em sua militância política e social, vêm conseguindo fazer com que várias das reivindicações dos portadores de deficiências sejam atendidas. (p. 76) 

(...) a participação da família é de suma importância no movimento da inclusão. Seja de forma individualizada ou por meio de suas organizações, é imprescindível a sua participação para que a continuidade histórica da luta por sociedades mais justas para seus filhos seja garantida. É imprescindível que elas, as famílias, busquem conhecer para participar, dando o exemplo de cidadania (coma aliás cabe a qualquer família), e servir, assim, como mais um veículo por meio do qual seus filhos possam aprender para ser. (p. 78-79)
 

Educação para o trabalho e a proposta inclusiva – Romeu Kazumi Sassaki
 

Uma das conseqüências negativas dessa situação tem sido a quase total dificuldade enfrentada pelos usuários (alunos, aprendizes, clientes, pacientes) na hora de procurarem empregos abertos na comunidade. Apenas uma pequena porcentagem deles conseguia realmente ingressar no mercado de trabalho, cuja principal característica era o preconceito e a discriminação em relação às pessoas com deficiência que desejassem trabalhar. Hoje o mercado de trabalho está mais conscientizado e sensibilizado sobre a questão da deficiência, embora não o suficiente para incluir pessoas com deficiência profissionalmente qualificadas. (p. 81) 

No modelo integrativo, apenas algumas pessoas deficientes conseguem conviver com as barreiras físicas, de atitude e programáticas da empresa. No modelo inclusivo, a empresa reduz ou elimina essas barreiras e possibilita a contratação de muitas pessoas deficientes e não-deficientes que possuam necessidades especiais para trabalhar. Empresas em todo o mundo estão se tornando inclusivas, primeiro adotando alguns empregos inclusivos para então expandir essa prática para toda a organização. (p. 83) 

"O caráter educativo do processo profissionalizante precisa predominar sobre todos os outros aspectos, porque não se trata apenas de inserir- se no mercado, mas de envolver o todo no contexto da cidadania; saber pensar e aprender a pensar denotam não só habilidades propedêuticas de estilo formal e inovador, mas, sobretudo, a qualidade política de quem, ao mesmo tempo, maneja bem o conhecimento e o humaniza; [...] embora o esforço educativo no campo profissionalizante corra sempre o risco de subordinar-se ao mercado ou de cair no vazio por desvinculação com o merca- do, aceita-se hoje que o trabalhador só tem a ganhar se o processo profissionalizante se centrar na qualidade educativa, para poder retirar daí tanto a capacidade de inserir-se no mercado quanto, sobretudo, de poder confrontar-se com ele".(apud DEMO, p. 85)

 

CONCLUSÃO CRÍTICA

 

Quando se pensa em direito pensa-se em todas as pessoas que possuem saúde e são socialmente ativas, no entanto o direito é defendido inclusive aos indefesos e incapacitados temporariamente o permanentemente. É com essa proposição que a ideia de inclusão vem reforçando o princípio de direitos individuais e coletivos que são garantidos pelo fato de existir na sociedade, por isso é que todo deficiente tem o direito de viver e conviver na sociedade gozando plenamente seus direitos e de ter desenvolvidos suas habilidades e competências para o exercício da cidadania e do mercado de trabalho, sendo assim um ser autônomo e produtivo.
Para chegar a uma vitória como cidadão a família tem que dar apoio e participar de todo o processo de inclusão do filho deficiente e com essa organização o seio familiar garantirá uma acessibilidade a todos os setores sociais a exigir do governo sua participação na manutenção e criação desse cidadão em desenvolvimento em que coloca e escola como agente desse processo transformador.
Quando as famílias passam a exigir do poder público governamental o direito de uma educação inclusiva para ter acesso a um emprego inclusivo, fazendo com que o deficiente tenha uma equiparação de oportunidade para que vivam uma participação social sem preconceitos e sem limitações – salvo as que já são impostas biologicamente ou fisicamente – e que a educação como um todo, interne e externa, possa fazer com que seus direitos sejam gozados e respeitadas por todas as camadas da sociedade e pelo mercado de trabalho.
No entanto, o que pode-se perceber é que a escola não está preparada para incluir e sem integrar o deficiente a uma realidade excludente e perversa que limita e segrega o deficiente. Para a escola se tornar uma educação inclusiva o seu atendimento educacional tem que ser voltado para a vivência escolar, pois é isso que chamamos de escola democrática e aberta, cujo currículo é adaptado e cujo planejamento é participativo, pois é constituído e elaborado por todas as camadas sociais, empresariais e governamental.
Com esse trabalho em conjunto o governo garante a formação dos professores atendendo com qualidade a demanda social e profissional do deficiente e que o processo de educar ganha um caráter educativo favorecendo a aprendizagem e removendo as barreiras da exclusão, do preconceito, do desrespeito e do desfavorecimento social e educativo do deficiente.
É com essa visão que acredito que esta obra é fundamental para mim enquanto cidadão, pois abre possibilidades de construção de ideias que me libertam das amarras do preconceito e do descaso social, no entanto no meio profissional eu enquanto professor não estou preparado para trabalhar com o deficiente a pesar de conhecer e defender o direito de cada um – inclusive dos deficientes, mas o livro como balizador de ideias para construção e formação profissional assume um caráter essencial para quem quer construir uma educação inclusiva e democrática.
  A publicação traz uma relevante contribuição para a sociedade, pois ela abre um leque de possibilidades de pesquisa e de propostas que levam as famílias e a todos que se interessam pelo tema a efetivar uma pesquisa e abrir debates que possa construir e contribuir para a melhoria e desenvolvimento da vida dos deficientes como um todo.