Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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quinta-feira, setembro 15, 2011

A resistência da Flor de Lácio


Ronye Márcio Cruz de Santana
Feito em 17 de Agosto de 2011
Homenagem ao Professor Jailson Almeida








Jailson
é A Resistência da Flor de Lácio
em Letras.
Lusitano não em Pátria,
sim em Língua.
Desbravador não em caravelas,
Mas em Epopeias camonianas.
Jailson não é um mero escritor
que descreve ambientes.
É um arqueólogo da Língua Lácia
E desbravador da Língua Nacional.

Jail-son variação de “Joel”
que quer dizer ‘O adorador de Jeová’,
e o termo ‘son’ em Inglês quer dizer filho,
então Jailson significa ‘O filho do adorador’.

Ptolomeu Filadelfo edificou
a Biblioteca de Alexandria,
porém, somente A Resistência da Flor de Lácio
é que continua sendo perpetuado por Jailson,
cujo filho do adorador
apaixonou-se pelas Letras,
e com elas entoam o canto
tão belo como o do Rei Davi.

Profere seu canto didático
que reluz na obscuridade
da falta de conhecimento discente.

Jailson, o professor-pai
que ensina a linguística-didática,
que canta em linguística-fonética,
que conta em linguística-textual,
que sonha em linguística-poética.

Na Língua dos Tupiniquins
a Língua Lácia dominou,
mas para a sociedade brasileira
a mistura se firmou.
É nesse contexto
De mistura linguística
Que nasce O linguista
Para coser as nuanças
Da gestação da Linguística Nacional.

Assim é Jailson...

Justo na linguagem,
Amoroso no discurso,
Ímpar no sistema linguístico,
Livre no pensamento Lácio,
Soberano no domínio gráfico,
Orador, perito e sonhador
Nos sinais gráficos – formador.

Assim é Jailson.

terça-feira, junho 28, 2011

O currículo e a identidade escolar no processo de manipulação de uma sociedade nas bases da gestão compartilhada.

Ronye Márcio Cruz de Santana
ronyemarcio@hotmail.com.


RESUMO


Toda mudança só pode ocorrer quando há uma relação de cooperação mútua. A escola é responsável pelo pleno desenvolvimento pessoal e intelectual dos cidadãos da sociedade, pois a função do currículo é integrar assuntos que sejam de uma relevante importância para a comunidade local. A finalidade dela é desenvolver a capacidade plena dos indivíduos para que sejam críticos e auto-suficiente para garantirem suas necessidades em qualquer lugar no mundo.


PALAVRAS-CHAVE: Sociedade; Identidade Escolar; Gestão Participativa; Currículo.


ABSTRACT


Any change can only happen when there is a relationship of mutual cooperation. The school is responsible for full personal and intellectual development of citizens of the society, because the function is to integrate the curriculum subjects that are of significant importance to the local community. The purpose of it is to develop the full potential of individuals to be self-critical enough to ensure their needs anywhere in the world.


KEYWORDS: Society, School ID, Participatory Management, Curriculum.


1 INTRODUÇÃO


A identidade escolar permeia pelo princípio do currículo, no qual é gerenciada pela gestão escolar, em que há uma possibilidade para a transformação da sociedade no seu campo socioeconômico, refletindo, porém no campo sociopolítico, no entanto, a escola manipula a sociedade por meio do currículo, sobretudo os chamados currículos ‘ocultos’ que é a forma de mascarar como uma educação democrática e participativa, e atendendo os interesses da classe dominante, contudo essa mesma classe seleciona jovens para transmitirem os saberes para que possam continuar no poder e manter a sociedade submissa e controlada.

Essa divisão social, os governantes e os subordinados, compõem as estruturas do nosso país, por essa razão é que a escola deveria ter a função de transformar a sociedade, ao invés de mantê-la cativa de interesses próprios.

Ao se pensar em mudança devemos observar as perspectivas da gestão escolar e as implicações quanto à formação de seus gestores, em que se devem analisar os novos desafios de uma sociedade democrática por legislação, isto é, em si ela é participativa, política e cooperativa, no entanto ela é transformada pelas mídias sociais que deturpa o modo como as pessoas pensam e agem na sociedade, com isso podemos perceber que a escola é a brecha para a construção de um cidadão livre e crítico. Por essa vertente Heloísa Lück (2000) nos esclarece que:


[...] a mudança de concepção de escola e implicações quanto à gestão, as limitações do modelo estático de escola e de sua direção; a transição de um modelo estático para um paradigma dinâmico; a descentralização, a democratização da gestão escolar e a construção da autonomia da escola, e a formação de gestores escolares. (p. 11)


Como a própria Lück salienta é que a complexidade das partes está voltada para o interesse de uma única classe, e que os processos de construção de conhecimento se faz pela descentralização do poder da escola tornando-a autônoma, com isso conduzirá a sociedade a múltiplas mudanças no seu contexto social, econômico, político e cultural, por essa razão, que é fundamental compreender o processo de construção da realidade pelo modelo paradigmático e dinâmico.


É no contexto desse entendimento, que emerge o conceito de gestão escolar, que ultrapassa o de administração escolar, por abranger uma série de concepções não abarcadas por este outro, podendo-se citar a democratização do processo de construção social da escola e realização de seu trabalho, mediante a organização de seu projeto político-pedagógico, o compartilhamento do seu poder realizado pela tomada de decisões de forma coletiva, a compreensão da questão dinâmica e conflitiva e contraditória das relações interpessoais da organização, o entendimento dessa organização como uma entidade viva e dinâmica, demandando uma atuação especial de liderança e articulação, a compreensão de que a mudança de processos educacionais envolve mudanças nas relações sociais praticadas na escola e nos sistemas de ensino. (LÜCK, 2000, p. 16)


Com isso, pode-se garantir uma identidade voltada para uma gestão democrática e autônoma, fazendo com que a escola como instituição possa transformar a sociedade, fugindo do currículo voltado para as classes dominantes, para isso, basta que as questões teóricas e metodológicas de formação estejam em consonância com os interesses da sociedade local e a concepção no sistema de ensino estabeleça a formação política e social para os gestores articularem as práticas no processo de autonomia social e desenvolva uma consciência sociopolítica de cada cidadão.


2 O ensino e a aprendizagem da escola frente a uma sociedade globalizada.


A educação contemporânea, por mais que engatinhe está fadada ao ensino pobre e sem valor crítico para a construção de um cidadão consciente, visto que a sua didática curricular é moldada nos preceitos de uma elite que exige uma sociedade submissa e servil.

Os fundamentos curriculares são ditados pelo desejo de moldar a sociedade para o ingresso ao mercado de trabalho, desculpa esta que prioriza a falta de mão-de-obra qualificada e de cidadãos críticos, já que a escola funciona como aparelho ideológico do Estado, como mecanismo de manipulação pelos princípios laicos, construindo uma sociedade cética e manipulável, a utilizar apenas fundamentos teórico-pedagógicos para o domínio econômico e político.

A sociedade, por outro lado, deixa-se manipular pelos meios de comunicação, a gerar assim, pessoas alienadas e volúveis ao domínio do capitalismo. É no processo de transmissão de conhecimento e na sua apropriação que uma instituição, tanto escolar, quanto social pode formar uma organização mais eficaz, a atingir uma consciência crítica e política de que se precisa para desenvolver o mundo e não aliená-la ou dominá-la.

Ao embasar o livre conhecimento da sociedade e a eficiência do ensino no processo de aprendizagem para que os cidadãos sejam atuantes e tenham consciência ética, política e democrática consegue-se desenvolver em qualquer criança os preceitos de cidadania e democracia, porém tal mudança exige do ensino público uma estratégia que possa superar as barreiras dos domínios político-pessoais, dos técnico-empresariais e das ideologias das elites escravistas.

É primordial que a escola e a sociedade sejam co-irmãs, que ambas se coordenem, tenham uma união para que funcionem e consigam chegar a uma ideologia própria, e que essa cooperação desenvolva não só a sociedade, mas também o conhecimento técnico-científico embasada nos preceitos da sociedade em que está inserido.

Por essa razão é que no projeto Gestão Interna e externa: uma releitura das interações nas complexidades entre as partes, observa-se que:


É necessário que se tenha como princípio a participação e cooperação nos aspectos sociais e políticos em que compreenda a cidadania envolvendo assim o exercício de direito e dever políticos, bem como os civis e sociais abordando uma gestão cooparticipativa em que haja atitude de cooperação e, especialmente o repúdio às injustiças partindo do respeito próprio e ao outro, sendo assim o amor, a ética e o amor pela educação é essencial para que haja colaboração, cooperação, responsabilidade e compromisso de todos (...). (SANTOS, at all. 2011, p. 10)


Na perspectiva da gestão co-participativa trará mais ganhos para a sociedade e para a sociedade escolar, visto que essa irmandade trará uma colaboração e uma consciência de que o sistema de ensino é vital para superar as dificuldades e as mazelas que a sociedade enfrenta, por essa razão é que a igualdade de oportunidade tornar-se-á mais presente e real para os cidadãos que dela dependem para galgar uma vida mais digna e justa.

A gestão do conhecimento para a correciprocidade de desenvolvimento intelectual é reforçado quando Boneti diz:


Ao me referir ao conhecimento sociamente produzido, refiro-me ao conhecimento básico utilizado pelos sujeitos sociais na sua plena inserção no contexto social, quer seja na dinâmica da produção, na busca da garantia dos direitos sociais básicos, nas relações sociais outros ou na própria reprodução e/ou produção do conhecimento nas instituições de ensino. (2006, p. 226)


É na dinâmica da produção de conhecimento que toda uma sociedade se desenvolve, visto que com a compreensão da educação como instância política, podemos perceber que as diversas formas de gestão deveriam priorizar a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Ao analisar esse preceito Boneti diz que “a uma nova configuração de sociedade, a começar pela organização produtiva, desencadeando uma acelerada mutação tecnológica, fazendo com que o conhecimento tecnológico tenha uma durabilidade limitada, (...)” (2006, p. 213).

Nesse patamar de melhoria tanto social quanto educacional, como disse Boneti, está na dinâmica da sua própria elaboração, esta reporta a uma proposta de ensino voltado para a contemplação do conhecimento e a aprendizagem voltada para os múltiplos significados e interpretações.

A educação quando está presente no cotidiano da sociedade, ela demonstra a sua cultura frente ao mundo das mídias sociais que repercute diretamente na globalização e na produção técnica-científica, fator este que implica na manipulação da elite pelo processo de ensino e aprendizagem.

Ao se pensar nas estratégias de melhoria de ensino e a forte relação que o conhecimento tem com a sociedade Heloísa Lück diz que:


Essa mudança de paradigma é marcada por uma forte tendência à adoção de concepção e práticas interativas, participativas e democráticas, caracterizadas por movimentos dinâmicos e globais, com os quais, para determinar as características de produtos e serviços, interagem dirigentes, funcionários e “clientes” ou “usuários”, estabelecendo alianças, redes e parcerias, na busca de soluções de problemas e alargamento de horizontes. (2000, p.11)


Nessa assertiva podemos perceber que o ensino e a aprendizagem podem ser eficazes, quando há uma cooperação mútua entre escola e sociedade, desde que a escola priorize o ensino de conhecimento técnico-científico, a garantir o livre desempenho das faculdades mentais dos alunos de forma ética, cidadã e democrática. E que a sociedade seja mais ativa e participe das decisões sociais formando conselhos, ONGs, cooperativas etc., para discutir problemas sociais e educacionais firmando assim um pacto de corresponsabilidade sócio-educacional, a desenvolver uma criticidade e ser mais eficiente no processo técnico-científico, tanto na educação quanto social.


3 A gestão e a participação para proporcionar o ensino-aprendizagem nas práticas políticas e sociais.


O papel do gestor é garantir meios que possibilite a superação entre a teoria e prática e que aproxime a realidade às atividades teóricas e práticas para asseverar o ensino-aprendizagem como atividade de transformação da realidade para isso a gestão deve primar pela participação e proporcionar o conhecimento perante as práticas políticas e sociais. O maior problema que a educação enfrenta é o fato de que os políticos não abrem a mão do poder, nem da autoridade e o que é pior ainda mantêm a política do coronelismo mandando e desmandando como bem entendem.

Se, por outro lado, pode-se pensar que o gestor é, acima de tudo, o elo que faz a engrenagem da máquina funcionar, por isso é que tem a obrigação de asseverar ao aluno uma autonomia tanto na vida escolar, quanto na política sócio-profissional.

Para esse intento a gestão e a participação devem proporcionar e desenvolver a autonomia intelectual a possibilitar as práticas de cooperação socioeducacional, de promover as discussões e análise da realidade em que se insere e de intermediar instrumentos de leitura e desenvolvê-las com as chamadas novas tecnologias permeando as atividades sociais, pessoais e políticas para expandir plenamente o processo de ensino-aprendizagem.

A dimensão de uma prática metodológica volvida a uma prática social afirmará a construção do conhecimento pelo processo de articulação cooperativista a vincular assim o conhecimento de sala de aula à práxis e as formas de trabalho, em que permeia a organização do ensino-aprendizagem e da relação pedagógica que se quer efetivar no aluno.

Por essa razão, quem constrói o sujeito? Quais são as suas relações entre ensino e conhecimento? São estas questões que nos alerta para uma relação direta na construção psicossocial do aluno e a sua relação com o meio.

Para asseverar o raciocínio e as novas tecnologias à didática deve-se compreender que a aprendizagem tem que utilizar o processo de provocação, isto é, proporcionar ao aluno situações que faça refletir sobre a questão indagadora. Outro ponto fundamental é colocá-lo frente ao objeto de estudo, ou elemento, ou a situação que o permita elaborar respostas a estas situações é consequentemente a interação que o aluno tem que compreender para saber refletir e produzir suas hipóteses para gerar possíveis soluções. Esse é o ponto chave que a gestão escolar tem que assegurar ao aluno mantendo uma dinâmica da união com o conteúdo X análise da realidade e as novas tecnologias X a solução dos problemas.

Daí a capacidade analítica de avaliar o cidadão como um ser autônomo e consciente dos seus atos e das decisões que devem ser tomadas. Para a efetivação da metodologia de uma gestão cooparticipativa devem perceber-se as relações que a problematização traz e este é o fator preponderante para que o aluno possa estabelecer a contradição entre o problema e a hipótese. A interação com o objeto-problema faz com que o discente elabore, planeje e esquematize soluções para tal situação proposta contrapondo o teórico à prática a dialogar com o tirocínio de cooperação a propiciar a reflexão pelo processo das novas tecnologias do conhecimento.

A educação como objeto da produção do conhecimento deve abranger a autonomia e a livre consciência na participação não só político, mas também pedagógico e, por essa razão que a gestão segundo Heloísa Lück (2000) diz que o entendimento pode gerar considerações em relação ao todo e com as suas partes e transformá-las entre si, de modo que a maior transformação se é alcançado quando se trabalha em conjunto.

O instrumento que viabilize a prática da gestão é a forma como o gestor conduz a sua prática, segundo Freire (1999) o professor, o gestor, a escola e a sociedade estão lidando com o indivíduo concreto, e como tal ele é uma síntese de inúmeras relações sociais. Os problemas que o aflige não só os de casa, mas também o de qualquer setor social faz com que ele tenha uma postura e reflita sobre ela e produz assim novas tecnologias do conhecimento.


4 CONCLUSÃO


Quando se cria a consciência de si mesmo passa a manifestar e aceitar a convenção de que precisa do outro e essa forma garante, segundo Lück (2000), o surgimento da consciência que a realidade pode propiciar para a autonomia só por compreender que essa exigência é condição preponderante para a relação do trabalho pedagógico frente ao ensino e a aprendizagem em que se volta para a relevância da união com o conhecimento social, a construir assim um cidadão pleno.

Em si tratar das práticas políticas e sociais volta-se também a uma prática educativa eficiente e eficaz na produção do conhecimento, em que se pode perceber que é essencial para a construção do ser humano que tem experiência, responsabilidade e autonomia de pensar fazendo com que reflita e produza as suas próprias conclusões, a melhorar assim o conhecimento efetivado no ensino a na aprendizagem assegurando-o a consciência de uma gestão participativa e social como um ser autônomo.

O saber como prática educacional e social se constrói a partir da busca de reorganização do mundo, estritamente relacionado com os variados mecanismos de poder que perpassam as relações dos seres humanos entre si. Por isso, o saber gera poder e, por sua vez, cria mecanismos no interior do próprio conhecimento para não só constituir mais legitimá-lo.

Com isso, segundo Freire (1999) a prática educativa pode ser um testemunho da capacidade de comparar, valorizar, intervir, escolher, decidir e romper todos os preceitos de conhecimento concebendo o seu a partir do outro criando e recriando com todas as suas possibilidades de construção e criação do conhecimento real, social e político.

Ao pensar nesse pressuposto pode-se intuir que as relações de participação e a criação de novas tecnologias do conhecimento são múltiplas, no entanto, as particularidades da vida social interferem na construção do saber e vice-versa, pois o papel da gestão é primordialmente gerar cooperação e confrontar as ideias para gerar um ser autônomo e consciente, portanto, ela é preponderantemente o estimulo e a viabilidade de abrir as portas de novos conhecimentos e de novas diretrizes sociais para a construção de um novo ser social pleno.


REFERÊNCIA

BONETI, Lindomar Wessler. As políticas Educacionais, a gestão da escola e a exclusão social. In FERREIRA, Maria Syria Carapeto; AGUIAR, Maria Angela da S. (Orgs). Gestão da Educação: impasses, perspectivas e compromissos. 9 ed. São Paulo: Cortez, 2006.

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23. Ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1999.

LÜCK, Heloísa. Perspectivas da Gestão Escolar e Implicações quanto a Formação de seus Gestores. In: Enfoque. Qual é a questão? Em Aberto, Brasília, v. 17, n 72, p. 11-33 fevereiro-junho 2000.

SANTOS, Cristina Nunes dos. at all. Gestão Interna e externa: uma releitura das interações nas complexidades entre as partes. (Projeto). Paripiranga-BA, fevereiro-junho, 2011.

domingo, junho 26, 2011

Análise estilística da música Como Vovó Já Dizia de Raul Seixas.

Ronye Márcio Cruz de Santana
VI período do Curso de Letras

RESUMO:

O artigo pressupõe uma análise textual voltada para a Linguística e a Estilística e é nesse contexto que apresento uma relação contemporânea na interpretação textual relacionada a essas duas áreas. A finalidade é mostrar que a Língua Portuguesa como disciplina é tratada como uma mera reprodutora de normas gramaticais e que deve utilizar as múltiplas áreas para ampliar o conhecimento do aluno por meio da interpretação e do ethos e da performance textual.

PALAVRAS-CHAVE: Análise Textual; Linguística; Estilística; Interpretação Textual; Língua Portuguesa.

ABSTRACT:

The article assumes a textual analysis focused on Linguistics and Stylistics and in that context that I present a contemporary relationship in textual interpretation related to these two areas. The objective is to show that the Portuguese language as a subject is treated as a mere reproducer of grammatical rules and must use the multiple areas to expand the student's knowledge through the interpretation and textual ethos and performance.

KEYWORDS: Textual Analysis, Linguistics, Stylistics; Textual Interpretation; Portuguese Language.


1 INTRADUÇÃO


No contexto atual podemos perceber que a disciplina de Língua Portuguesa está ganhando espaço no processo de interpretação, no entanto, o ganho ainda é sutil, visto que a maioria dos profissionais ainda utiliza essa matéria com forma de passar normas gramaticais deixando a parte o universo que é a leitura e a interpretação com bases Linguísticas e Estilísticas. O avanço da ciência linguística no Brasil veio a nos possibilitar uma relação de criação e interpretação textual pela contribuição das áreas psicolinguística, bem como a sociolinguística.

O caminho recorrente para diminuir as falhas do contexto do ensino de Língua Portuguesa está voltado para a pragmática, bem como as gramáticas textuais com ênfase na teoria da comunicação e na análise do discurso, em que a semiótica é o eixo preponderante da compreensão e interpretação da palavra em seu diverso sentido.

Por essa razão farei uma análise da canção ‘Como vovó já dizia’ de Raul Seixas para demonstrar como todas essas áreas podem contribuir para uma real eficiência do ensino da Língua Portuguesa.


2 UMA ANÁLISE ESTILÍSTICA NO CONTEXTO TEXTUAL DA LÍNGUA PORTUGUESA


Como Vovó Já Dizia
Composição: Paulo Coelho / Raul Seixas


-Como vovó já dizia
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
(Mas não é bem verdade!)
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Hum!...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia 10
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente está na terra
O programa está no ar
Quem não tem colírio 20
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uuuuuuuh!... 30
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
"Se subiu tem que descer"
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro 40
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro 50
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro

Solta a serpente!
Hari Krishna!
Hari Krishna!...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Quem não tem filé
Come pão e osso duro
Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro
Uhuuuu!...


Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
José Newton já dizia:
"Se subiu tem que descer"
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar...
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A serpente tá na terra
E o programa está no ar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro
A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar
Quem não tem colírio
Usa óculos escuro...


A música Como Vovó Já Dizia é composta por Paulo Coelho e pelo próprio cantor Raul Seixas que faz uma relação do seu mundo particular quando ele cita a avó, pois é uma realidade que surgiu do seu convívio familiar para o mundo globalizado e virtual.

Justamente quando faz referência ao ditado de sua avó que é: “Quem não tem colírio usa óculos escuro”. Deixa bem claro o confronto de fatos ideológicos que ficam implícitos na mensagem. Esse dialogismo que reflete àquilo que digo, a àquilo de quem a interpreta, que perpassa do eu para o outro, demonstra uma heterogeneidade de interpretação textual.

Nessa perspectiva o autor faz referência a uma sociedade que não se permite enxergar os erros e as mazelas sociais, enquanto que pelo refrão quem não tem uma visão heterogênea que passa pelo campo da virtualidade do sentido interpretará ao pé-da-letra o sentido dessa mensagem que é uma pessoa que tem problema de visão e para não mostrar o problema usa os óculos escuros.

Porém a heterogeneidade desse refrão deixa bem claro a relação de sentido entre o conteúdo e a forma de expressão. Que no conteúdo a referência é uma limitação corpórea, porém na expressão a limitação é na criticidade, na total falta de se indignar com os fatos do cotidiano social e suas mazelas.

Já a relação entre o semio-narrativo e o discursivo ultrapassa os limites da compreensão vocabular à imaginação religiosa ou popular de um povo, que é a sua cultura. A estrutura semântica da frase há uma quebra de sentido coeso, que é a concordância do substantivo ‘óculos’ em relação ao adjetivo ‘escuro’ que devia está no plural.

No entanto o autor procurou um efeito de sentido, que nesse caso, prioriza o falar da sua avó que um fato correlacional à cultura popular, por essa razão é que a análise do discurso deixa evidentes as intenções da cegueira de quem não quer ver o que se está amostra e mesmo assim se esconde por traz de algo e fica espreitando, fingindo não saber do que está acontecendo.

A relação da enunciação com o enunciado é muito pertinente para a totalidade de estilo, pois permeia a fato homogêneo ao fato heterogêneo que é aquilo que parte de mim para o outro o chamado (eu/tu) essa relação dialógica provoca os diversos sentidos polifônicos textuais, já que o que eu penso não é a mesma forma que o outro pensa, por essa razão a interpretação de um mesmo fato pode ser interpretado de diversas formas e contextos.

Na relação discursiva o autor discorda do próprio ditado ao dizer: (Mas não é bem verdade!) Essa expressão permeia um sentido de dúvida e de explicações que ele fará em uma relação lógica e coerente.


Minha vó já me dizia
Prá eu sair sem me molhar
Mas a chuva é minha amiga
E eu não vou me resfriar


O autor usa uma máxima de relação que é sair sem molhar / chova / não resfriar, na construção da virtualidade do sentido ele quis demonstrar que: se sair vai se molhar sim e a consequência é se resfriar, pois ficará molhado. O sentido reverso dá um teor irônico e sarcástico do autor para aqueles que são ingênuos e omissos.


A serpente está na terra
O programa está no ar


A relação serpente / programa é uma correlação do ethos com a performance, pois o primeiro denota a compreensão dos dogmas e a moralidade em virtude da devoção que é o caso de serpente. Já no segundo traz à tona as impressões cognitivas do autor referente à posição do programa, no qual faz alusão ao poder mercantilista e a influência da mídia em virtude do capitalismo.

Uma análise psicológica da serpente pode ser vista do ponto de vista que ela representa a relação sexual de jovem e a forma sedutora que ela causa e tal poder influencia o jovem a ser seduzido para os prazeres carnais ou prazeres compulsórios individuais. E o programa é a amante que seduz e manipula para que ele satisfaça esses prazeres.

A existência dos elementos terra / ar faz alusão aos seres divinos e aos seres humanos, no princípio cultural e histórico torna esses elementos como algo sagrado e real a todo ser vivo, por isso é que o fator ideológico da poética lava o autor a construir o texto com indicações de micronarrativas por meio de palavras alusórias ou até mesmo nomes próprios e expressões que remontam núcleos temáticos ou núcleos figurativos.

A micronarrativa é a inclusão de um núcleo temático no poema do autor a qual ele faz alusão que é o caso dos seguintes versos:


A formiga só trabalha
Porque não sabe cantar...


Os seguintes versos fazem uma reconstrução da ideologia da fábula A formiga e a cigarra que faz uma relação com o tema social em que as pessoas têm um trabalho ou uma profissão a exercer e, àquelas pessoas que não têm um trabalho e cai no estereótipo do boêmio que leva a vida a cantar e a se divertir.

Numa relação dialógica entre formiga e o trabalhador que pega no pesado e se embrutece no espírito, pois perde a alegria de viver como um ser múltiplo e culto, passando a representar a obrigação e a insatisfação de viver o que não se pode conseguir no processo de alienação e escravidão no trabalho.

Porém a mesma relação entre a cigarra e o lazer nos intui a boemia e a pobreza. Essa relação denota a fragilidade da cigarra de não ter qualificação e habilidade para o trabalho e que se recusa a exercer uma função no campo social, passando a depender dos outros para sobreviver, com ele se reporta as artes para tentar ganhar o pão de cada dia.

Essa relação que Raul faz em sua composição Greimas e Fantanelle denomina de Intertextualidade estilística, essa análise também é refletida como recurso interpretativo textual quando Discini diz: A Intertextualidade estilística “será observada em homologação à intertextualidade entre textos, esta considerada como a retomada consciente, intencional, da palavra do outro, mostrada, mas não demarcada no discurso da variante”. (p. 225)

Outro ponto da performance que denota a totalidade de estilo que reflete a consciência individual é o seguinte trecho:


Quem não tem filé
Come pão e osso duro


A heterogeneidade da relação consiste no foco morfológico, semântico, sintático, analítico e acima de todo ideológico, cultural, religioso e político. Por isso a palavra filé correlaciona a ideologia de uma classe dominante que possui riqueza e fartura, por outro lado pão e osso duro demonstra a ganância de uns e a pobreza de outros que tem como base alimentar o pão, que é um alimento pobre de nutrientes de e fácil aquisição, no entanto o osso duro reflete o estado de penúria desse povo esfomeado e ávido por solução, porém sego pela ideologia e pelo capitalismo.


Quem não tem visão
Bate a cara contra o muro


A (re)construção de termos faz valorizar a falta de rima, mas enriquece em sentido polissêmico. As palavras visão/bate/muro nos faz entender que mesmo aquele que enxerga não consegue ir longe, pois tem obstáculos que o impede de ter uma visão mais minuciosa e crítica.

O verbo bater foi empregado de forma pejorativa e crítica que nos faz intuir que quem não for inteligente, estudioso, astuto e crítico nunca vai conseguir o que deseja na vida, pois é comandado e influenciado pelo mundo, pela política, pela mídia e pelos interesses dos capitalistas.

Até a expressão fônica do verso Uuuuuuuh!... tem um sentido polifônico e polissêmico, pois pode se referir a fome que o povo sente e se satisfaz no cheiro do filé, mesmo que coma pão e osso. E representa a dor que sentiu ao bater a cara no muro ou então o peso na consciência sendo refletido num gemido de desespero por uma solução desses problemas que estão à vista e se omite para não resolvê-lo por medo do sistema capitalista.

O mesmo som Uuuuuuuh!... introduz o mesmo fato social que o autor deixa bem claro a sua indignação que é a fome.


É tanta coisa no menu
Que eu não sei o que comer


Os termos menu/comer denota mais uma vez a fartura da elite e a fome do pobre, ponto no qual ele se inclui como pobre que está tendo a chance de chegar a uma mesa farta, na qual reflete uma abundância de iguarias que ele não sabe como se portar à mesa.

A relação de convocação enunciativa permite que o autor faça uma relação de heterônimos textuais é o fato de que o seu eu se transforme em outro no seu texto, nesse contexto Raul Seixas transforma Isaac Newton em José Newton, como se estivesse dizendo que o José que representa o ‘qualquer um’ desse notoriedade àquele que vive no meio do povo e que possui a mesma sagacidade e inteligência. Percebe-se isso nos versos seguintes:


José Newton já dizia:
“Se subiu tem que descer"


Essa relação de povo representado pelo José e Newton que representa a massa intelectualizada e científica possa produzir uma prática cultural e histórica pela façanha de mudar toda uma estrutura social pelo seu conhecimento e prática científica, frente a um José que tem uma prática cultural e folclórica que possui uma vivência popular e religiosa.

As palavras subir/descer que está explicitamente claro na Lei da Física que diz que tudo que sobe tem que descer, porém no contexto das intenções intui de forma implícita que pode haver uma queda no poder ou a mudança de status, essa variação permeia a falta de capacidade intelectual para gerenciar o capital e manter o padrão social que possui.


Só com a praia bem deserta
É que o sol pode nascer


Nesses versos a relação com e religiosidade é dificilmente encontrada, porém o sentido heterogêneo de um termo nos faz esclarecer essa analogia com as seguintes palavras ‘praia deserta’ refere-se ao paraíso em que se encontrava Adão e Eva e o ‘sol’ faz uma analogia ao Deus que tudo criou e fez nascer fortalecendo assim o poder que Deus possui sobre todas as coisas. Como Deus criou tudo, todos os seres exercem um controle sobre os outros, seja pelo meio físico, como biológico, ou ideológico. É o que podemos observar nesses versos:


A banana é vitamina
Que engorda e faz crescer...


A relação conteúdo, expressão e discurso é bem evidente com essa analogia de controle e de poder, pois a semelhança entre a banana e o povo é simbólico. Quando o povo é vitaminado ele cresce, por essa razão é que a população é manipulada e dependente daqueles que o alimenta com pão e osso. A banana é uma metáfora para a população que vive na América, na qual se alimente de frutas e perpetua de forma livre. Porém quem tem uma visão limitada consegue ver o óbvio que é que toda banana tem potássio e como vitamina pode engordar e desenvolver o corpo dos seres vivos, que é a relação de controle e dependência.

Na parte final do texto a convocação enunciativa chama a atenção para o processo de dominação pelo capitalismo quando o autor diz:


Solta a serpente!


Esse trecho denota uma virtualidade de sentido como fato ideológico de uma relação para a produção de uma performance. Nesse contexto analítico podemos observar que soltar a serpente é botar para fora tudo que você tem de ruim, é lutar contra todas as diversidades que o aflige, é dominar o seu medo contra o capitalismo, é entregar-se aos amores, é libertar-se das prisões ideológicas. Por essa razão é que liberar a serpente significa lutar pelos seus ideais e correr atrás dos seus desejos.

E quando a serpente é dominada ele reflete o processo da criação por um olhar religioso indianista citando Hari Krishna! Deus Indiano que domina as serpentes pelo som da flauta e as fazem submissa aos seus desejos. Hari Krishna possui o olho que tudo vê, que tudo sabe, que tudo faz, como isso quando Raul cita Krishna ele se abstém de suas crenças e valores e com um olhar de alteridade faz uma análise consciente e crítica da realidade social que fica fora do seu campo de visão limitada a um único dogma.


CONCLUSÃO


De acordo do que aqui foi exposto pode-se perceber que a Língua Portuguesa ainda está muito longe de atingir esse processo nas escolas de Ensino Fundamental, porém já é um número crescente de professores que estão se qualificando para que possa melhoras as aulas dessa disciplina. O que se pode pensar, em curto prazo, é o que ensinar e como ensinar. Com todo não se pode responsabilizar o professor por todas as falhas, ele faz aquilo que lhe é oferecido e a postura de criação e elaboração de uma proposta de ensino curricular inovando deve vir em conjunto e não de ímpeto.

Quando começar a evidenciar a leitura, a interação e a interpretação o aluno saberá refletir e a interpretar as ideologias que o texto apresenta, já é um princípio para que o aluno comece a perceber a relação de sentido que o texto nos intui e que analogia essa ou aquela palavra está se referindo.

No contexto sociolinguístico o aluno tem que está preparado para saber buscar a princípio a relação real que a palavra está sendo empregada para a partir daí fruí as várias relação de contexto que nos dá em diversos ambientes e culturas. Não se esquecendo da análise psicolinguística de que a Língua é carregada de ideias, de ideologia e de intenções que é proferida, e essa forma de compreensão tem que ser entendida e interpretada pelos alunos, por essa razão é que temos uma variedade linguística riquíssima e que podemos utilizar esse material como feramente de trabalho para construir um trabalho riquíssimo em sala de aula. E todo isso está presente na música, na poesia, nos contos e/ou nos textos em geral.


REFERÊNCIA


BOAVENTURA. Edivaldo. Como ordenar as idéias. São Paulo: Ática, 2003. (Série Princípios)

COELHO, Paulo. SEIXAS, Raul Como Vovó Já Dizia. Disponível em http://letras.terra.com.br/raul-seixas/48305/. Acesso em 16 de Abril de 2011.

DISCINI, Norma. O estilo nos textos. 2 ed. São Paulo: Contexto, 2004.

FAULSTICH, Enilde L. de J. Como ler, entender e redigir um texto. 19° ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.

BLIKSTEIN, Izidoro. Técnicas de comunicação escrita. 22 ed. São Paulo: Ática, 2006. (Série Princípios)

NEVES, Maria Helena de Moura. Ensino de Língua e vivencia de linguagem. São Paulo: Contexto, 2010.

SHIMOTE, Carlos Alberto. A retórica de Aristóteles. In: CORRÊA, Leda (Org.). Direito e Argumentação. Tamboré Barueri / SP: Manolo, 2008.

sábado, março 26, 2011

Quem é o povo. A questão fundamental da democracia

MÜLLER, Friedrich. Trad. NAUMANN, Peter. Quem é o povo. A questão fundamental da democracia. 4 ed. São Paulo. Revista dos tribunais, 2010.


Ronye Márcio Cruz de Santana

Para Friedrich Müller as leis sofrem influências negativas de uma corporeidade de sucesso no qual recaem as normas a respeito do campo das teorias jurídicas, implicando assim na produção de danos materiais e pessoais enfraquecendo o espírito dos direitos nacionais europeu, em que fere as leis dos direitos do homem e do cidadão em detrimento dos direitos germânicos.

O estudo do professor contribuiu para o desenvolvimento de uma filosofia denominada hermenêutica, reforçando assim a estrutura de um método mais racional. Com base ao método de articular e pensar uma obra de direito constitucional, acaba-se de estreitar a visão positivista de um nacionalismo propriamente jurídica, no qual o nacionalismo-positivismo deforma de certo modo a ciência jurídica de um país.

Seja como for, a existência de um universo jurídico-político tem como obstáculo o padrão da função hierárquica dentro de uma organização política, na qual a natureza organizacional exclui do panorama nacional a democracia.

Em diferentes épocas, o terno morfológico povo teve vários significados, no período da Revolução industrial esse termo significava operários e lavradores. Com o advento da Declaração dos direitos do homem e do cidadão o termo povo passou a significar também nação, idealizando e exercendo a influência de um poder no quais todos compartilham e usufruem os direitos de cada país.

Dependendo do regime (monárquico, democrático,...) ou que se consolida em cada país o vocábulo a que se refere a povo muda de acordo com a designação de um regime ou cultura. De acordo com a legislação, povo é todo aquele faz parte de um grupo de indivíduos que formam uma nação ou vivem numa mesma região e é por causa desse sentido de povo é que somos, efetivamente, reconhecidos como cidadãos. O povo como um estado constitucional moderno torna-se o poder e, como tal, transforma-se na práxis efetiva de um resultado, que também se fundamenta na meta de uma luta política e transforma a palavra povo no contexto polissêmico. Contudo a soberania da população se caracteriza na mera redução da ideologia dos envolvidos, os dominados e os dominantes, já que os representantes são os que agem pelo povo.

A ciência política liga-se a uma concepção naturalista em que se denomina uma política jurídica no âmbito ético e sociológico, no qual se quer justificar o aparelho ideológico do estado, sendo evidente a efetivação da legitimação do sistema político que tenta fundamentar a idéia de democracia, porém um estado não pode sustentar um sistema republicano sem a intervenção do povo ou dos políticos, para se consolidar como nação precisa-se de um único corpo que abrange o sistema sócio-político de um país.

No final o autor conclui abordando sobre a legitimação da democracia e o processo pelo qual essa legitimidade vem interferir no poder constituinte do povo.

Manual de Redação: Guia prático da Língua Portuguesa

MAZZAROTTO, Luiz Fernando. CAMARGO, Davi Dias de. SOARES, Ana Maria Herrera. Manual de Redação: Guia prático da Língua Portuguesa. São Paulo: DCL, 2001.


Ronye Márcio Cruz de Santana
Wisdomlearnable.blogspot.com

O Manual de Redação é uma excelente obra para aqueles que desejam compreender as idéias de um texto. Saber como são suas relações com a semântica e essencialmente ensina como manter a forma de um texto coeso e coerente em todas as suas nomenclaturas e normas gramaticais, cujas características fortalecem a unidade textual e a elegância.

Atualmente, a necessidade de escrever vem se tornando cada vez maior, por causa das mídias sociais, e este fator é preponderante para àquele escritor no mundo virtual, visto que a grafia é o meio de comunicação entre o comunicador e o receptor desse veículo de comunicação, e tal mensagem tem que conter a fluidez e a clareza maior possível a que possa ler o texto, por esse ponto de vista é que é sempre bom ter um manual à mão para que se possa consultar e resolver problemas de ordem estrutural, sintático e morfológico, norteando uma forma simples e precisa de um texto bem elaborado.

Esse Guia Prático da Língua Portuguesa é dividido em cinco partes, sendo que as três primeiras são elaboradas por Mazzarotto. A primeira parte tem como tema Teoria da redação, nesse capítulo o autor aborda assuntos como A redação e os bloqueios que norteia explicações dos problemas que as pessoas têm ao fazerem uma redação, traça um pequeno perfil de pessoas que dão branco ao escrever ou, até mesmo, a ansiedade de produzir algo que seja aterrorizante no nosso contexto educacional.

Para quem é um iniciante pode começar a perder o medo de produzia, pois o autor prossegue com a obra explicando como são os Tipos de redação, aqui ele elenca diversos pontos simples e de fácil compreensão sobre o que seja Descrição, Narração e Dissertação, todas essas categorias são colocadas de forma objetiva e o mais clora possível para que possa o leitor compreender a estrutura e o esquema de elaboração de um texto literário ou não.

A segunda parte tem como tema A redação nos vestibulares, nesse capítulo o autor aborda assuntos como Os erros mais freqüentes que o vestibulando comete e com isso ele traz lembretes fundamentais para que não cometa o mesmo erro e, logo após, traz um seleção de temas que foram freqüentes nos vestibulares no Brasil, perpassando por instrumentos gerais que faz com que o candidato tome cuidado com a elaboração e a conclusão das propostas de redação nos vestibulares.

Na terceira parte, Mazzarotto nos traz vários exemplos de Redação escolar, comercial e oficial, partindo das cartas comerciais às regras destas, bem como a Ata, Circular, Certificado, Contrato, Memorando, Ordem de serviço, Procuração, Recibo, Relatório, Currículo, passando por Apresentação e Redação oficial como o Ofício, Requerimento, Decreto Despacho, Auto, Aviso, Ato, Acórdão, Boletim, Comunicado, Edital, Folha corrido e Portaria. Todo isso faz com que o seu material fosse completo no quesito produção textual, principalmente para as áreas que mexe com produção escrita.

A quarta parte tem como tema Interpretação de textos, nesse capítulo o autor Davi Dias de Camargo aborda assuntos como a intencionalidade textual focando o sentido lógico e o sentido simbólico das palavras, isto é, demonstra com uma clareza ímpar a polissemia que as palavras têm contidas nos texto e para isso ele foca o estudo da denotação e conotação que são recorrentes na produção escrita.

Com o mesmo afinco o autor faz comparações textuais com o grau de compreensão dos textos para aquilo que chamamos de Figuras de Linguagem e que cada uma delas se revela uma chama viva de intencionalidade e de complexidade para os olhos vendados dos não leitores e analfabetos.

No último capítulo Ana Maria Herrera Soares nos apresenta um Guia prático de redação, nessa parte ela objetiva desenvolver com o guia condições para que o aluno ou o estudante possa desenvolver habilidades necessárias para redigir com clareza, fluidez e originalidade um texto, no mínimo, criativo em que possa embasar coerentemente nas normas da morfossintaxe, com isso ela traz uma subárea com o tema Especificações, aqui é abordado todo tipo de dúvidas que as pessoas têm ao escrever em relação a algumas expressões e até mesmo com o sentido que algumas palavras são postas no texto.

Concluindo a parte do guia ela produz um vocabulário com todas as palavras que causam dificuldade de escrever, tornando assim muito mais fácil e simples a consulta do material, e logo após monta um caderno de atividades com questões que foram colocadas nos vestibulares que foram aplicados no Brasil. Com todo isso esse material é muito precioso para aqueles que gostam de produzir um texto e não tem segurança para escrever.

O Manual de Redação é uma obra excelente para os estudantes de uma forma geral, no entanto, o guia é apropriado para os estudantes de todas as áreas, especificamente para as áreas de Licenciatura (Letras, Pedagogia e etc.) e Bacharelado (Contabilidade, Administração e etc.), visto que o manual traz reflexão a análise competente para esse estudo de produção escrita.

sábado, fevereiro 26, 2011

PÉRICLES ALEXANDRE

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 05/11/03 às 10h15min
Wisdomlearnable.blogspot.com

Peraltices e energia
É o que ele de real tem
Risonho e muita folia,
Irreverente é também
Calmo quando bem quer,
Logra a cada instante.
Ele é o meu bem-me-quer,
Seja afoito ou fatigante.

Ás nestes labores lúdicos,
Logo perde o pudor
É esperto como os Índicos.
Xodó do pai é ___condor,
Assim, igual ou tal qual
Ninguém há de negar isto.
Deus! Sonho esse, o qual
Recordo- me e tenho visto
E sonhamos com gene misto.

Meu Deus! Que sonho não era
Ah! Se um dia realizar,
Rir com este filho pudera;
Tanto desejo a atar
Iguais aos dela, os meus.
Nem que movesse o céu...
Só com a permissão de Deus.

Debruço ___orações e o véu
E entre lágrimas e choro

São relembrados os dias
Antes e depois do choro,
Nestas horas de alegrias
Todos nós lembramos o ouro,
A nós cedido por Deus;
Nos meus dias e nos teus
Afim desse filho d’ouro.

Como ler, entender e redigir um texto

FAULSTICH, Enilde L. de J. Como ler, entender e redigir um texto. Petrópolis, RJ: Vozes, 1987.
Ronye Márcio Cruz de Santana
Wisdomlearnable.blogspot.com

Todo texto ao ser produzido permeia uma complexidade tanto para quem o faz como para quem o ensina. Quando se pensa em redigir, todo produtor de texto tem que possuir estilo próprio e esquemas estilísticos que faça com que o leitor possa ler, pensar e entender o texto, pois se sabe que todo texto possui um intertexto, hipertexto carregado de ideologia e ideias sublimares. Na escrita percebe-se que ao criá-la expõe ideias e pensamentos que já são pré-estabelecidos. A redação escolar tem um formato esquelético e engessado, pois em cada aula promove-se uma relação de esquemas pré-moldados para que os alunos sigam este exemplo. Redigir requer uma análise técnica e estilística do autor-escritor e ao mesmo tempo mostra e demonstra o que o autor pensa sobre determinado assunto. As conversas não são registros escritos, porém representam um discurso que é entendido e proliferado pelo ouvinte, e esta comunicação estabelecida é que permeia o texto por meio da oralidade. O redigir é uma ação que coloca em prática aquilo que se pretende resolver ou solucionar, por essa razão seja qual for a natureza do texto, seja um problema de matemática, de física, de química, ou contando uma história, ou descrevendo uma cena, ou um fato e, mesmo ainda, o seu ponto de vista está construindo um texto. Na obra Como ler, entender e redigir um texto o foco da leitura é informar ao escritor ou a quem pretende escrever um panorama de como ler um texto técnico com sua estrutura e suas inferências e uma análise de compreensão das ideias textuais, em que se possa explorar com segurança e habilidade para construí-lo sem aquele terror de como começar um texto. A autora dividiu a obra em duas partes. Na primeira é separado em quatro eixos temático: o primeiro eixo sob o tema Com a intenção de ler a autora permeia o campo da busca da informação que é busca e a pesquisa sobre o assunto, por essa razão que a leitura é fundamental. Nesse foco ela traz os tipos de leitura como leitura informativa em que se pretende fazer o processo de seleção textual; fazer leitura crítica que é a pertinência em que os conteúdos estão envolvidos nas sentenças-tópico e por último a leitura interpretativa que envereda a capacidade do conhecimento e do domínio da leitura de informação. O segundo eixo sob o tema Texto e entendimento em que busca e relação da leitura informativa coerente em relação às capacidades cognitivas com isso o leitor terá a capacidade de fazer uma inter e intrarrelação textual com maior eficiência e eficácia. Por isso, observam-se as relações com as capacidades cognitivas de Bloom efetivando, assim o pleno desenvolvimento do texto. O terceiro eixo sob o tema Palavras e vocábulos: unidades essenciais de texto em que foca o sentido da palavra em denotação ou conotação, levando o escritor compreender que as palavras possuem um sentido tanto no plano real quanto no plano imaginário, isto é, poético. Para não fugir da essência da frase e da temática a autora propõe que se tenha o conhecimento necessário do valor semântico de cada palavra e que o conjunto vocabular pode representar uma técnica textual que Faulstich denomina de corpus que é a formação frásica em que compõe o parágrafo e constitui o texto. A relação vocabular e o campo lexical sofrem relações de sentidos como uma variante em relação à sinonímia e hiponímia, tal variante recorre à correlação simétrica e assimétrica da linguagem vocabular. A estrutura de vocábulo em campo lexical investiga o arquilexema no seu sentido mais abrangente, e o ponto restrito em que vigora a relação da ideia do texto. O quarto eixo sob o tema Produção do texto: a dissertação apresenta pontos que instrui de modo simples escrever delimitando as ideias e o assunto, relação da pesquisa e tema e por último o objetivo a que se propõe o texto. O texto expositivo-dissertativo estrutura-se em introdução com sua tese, desenvolvimento que permeia as idéias fundamentadas e conclusão que é o desfecho com a síntese da introdução e o desenvolvimento. O texto dissertativo-argumentativo baseia-se pela proposição que é a tese do autor; a concordância parcial que representa os dados para embasar o argumento; a contestação ou a refutação que abrange a contra-argumentação que se opõe à tese e por fim a conclusão que tem a finalidade de explicar em síntese o trabalho. Na segunda parte é separado em quatro eixos temático: O primeiro eixo sob o tema Sintaxe de construção demonstra como se constitui e obedece a ordem frásica que se classifica em ordem sintática, ordem lógica e ordem harmoniosa, seja como for uma frase sem conjunção gera uma frase fragmentada e sem intenção. O segundo eixo sob o tema A vírgula no contexto sintático retrata a relevância da marcação da pausa sintática indicando funções distintas como o separar e o isolar termos dentro do período. O terceiro eixo sob o tema Conversando sobre crase a autora revela que a crase assume uma razão de regência em que os usos são obrigatório e facultativo. E por fim o último tema que é Temas sugeridos para redação que é um apanhado geral de sugestões que são pedidos nos cursos e nos vestibulares. O objetivo geral da obra é a melhoria do discente na produção textual e na construção do tema para uma melhor clareza nas ideias a serem redigidas.

PALAVRAS-CHAVE: como ler; como entender; como pesquisar; como produzir.

sexta-feira, janeiro 14, 2011

A Good Friendship

By Ronye Márcio Cruz de Santana

Who is always prepared to help you?

__ The friend.

He isn’t selfish.

He’s a good listener.

A good friend shares his problems with you.

Being friend isn’t to lie to you.

Being a good friend isn’t jealous of your success.

A friend is very patient.

He understands what you are thinking and wanting it.

terça-feira, janeiro 11, 2011

UM ADEUS

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 30 de Abril de 1996
Às 9h35min. da manhã

O seu olhar congelou a minha alma.
As suas palavras tocaram meu coração.
Não consigo distinguir as minhas lágrimas
Dos da chuva, às gotas do inverno
E das do suor de verão;

Ambas fluentes, constantes.
Ambas é a solidão.
Uma percorre ao peito,
A outra penetra __ o coração.

Não me dê às costas,
Peço-te aflito uma explicação,
Olhe nos meus olhos,
Porém a caminhar continuou,
Seus passos foram largos,
Nos seus passos largos me abandonou.

Essa chuva constante
Ao meu corpo
Á minha alma,
Que sem sentidos fiquei
Sem direção.

Se, hoje, chora a minha alma,
Goteja de sangue o meu coração,
Se não sinto nada por dentro,
Só pareço por fora __ depressão,

Você matou a minha alma
E arrancou o meu coração,
Ofereci-te o meu amor,
Mas foi o meu coração que você levou.

Auto

Copyright by Ronye Márcio
Publicado em www.webartigos.com

3. Teat1. Composição2 dramática3 originária da Idade Média, com personagens geralmente alegóricas4, como os pecados, as virtudes, etc., e entidades5 como santos, demônios, etc., e que se caracteriza pela simplicidade da construção, ingenuidade da linguagem, caracterização exacerbada e intenção moralizante podendo, contudo, comportar também elementos cômicos6 e jocosos7.

1. s.m. 1.Edifício onde se representam obras dramáticas, óperas, etc..2. A arte de representar; o palco. 3. Coleção de obras dramáticas de um autor, época ou nação. 4. Lugar onde se passa algum acontecimento memorável; palco.

2. s.f. 4.Produção literária ou artística.

3. adj. 1. De, ou pertencente ou relativo a drama3.1. Que representa dramas. 3. Comovente político.

3.1. s.m. 1. Teat. Designação de composição dialogada ou teatral; texto ou peça teatral; comedia. 2. Teat. Peça teatral em que o cômico se mistura com o trágico. 3. Série de episódio complicado ou patético. 4. Acontecimento terrível, sinistro; catástrofe.

4. adj. Referente a alegoria4.1

4.1. s.f. 1. Exposição de um pensamento sob forma figurada. 2. Ficção que representa uma coisa para dar idéia de outra. 3. Seqüência de metáforas que significam uma coisa nas palavras e outra no sentido. 4. Obra de pintura ou de escultura que representa uma idéia abstrata por meio, de formas, que a tornam compreensível. 5. Simbolismo concreto que abrange o conjunto de toda uma narrativa ou quadro, de maneira que a cada elemento do símbolo corresponda um elemento significado ou simbolizado.

5. s.f. 1. Aquilo que constitui a essência de uma coisa; existência; individualidade; ente, ser. 2. Tudo quanto existe ou pode existir.

6. Adj. Relativo à comédia6.1; burlesco. 2. Que faz rir por ser engraçado ou ridículo; burlesco.

6.1. s.f. 1. Teat. Obra ou representação teatral em que predominam a sátira6.1.1 e a graça.

6.1.1. S.f. 1. Composição poética que visa a censurar ou ridicularizar defeitos ou vícios. 2. Qualquer escrito ou discurso picante ou maldizente. 3. Troça6.1.1.1, zombaria, ironia. 4. Censura jocosa.

6.1.1.1. s.f. 1. v. zombaria. 2. v. graça. 3. bras. pândega, farra. 4. bras. vida devassa. 5. pop. ajuntamento (de pessoa); multidão.

7. (ô). Adj. que provoca o riso; chistoso, faceto, alegre.

terça-feira, janeiro 04, 2011

A escola tem uma função social, democrática e transformadora

Por Ronye Márcio

A escola se depara com a nova realidade social que implica em novos paradigmas educacionais, por isso, é necessário dinamizar o ensino preparando os educandos para a sociedade, capitalista, moderna, tecnológica, informatizada na qual estamos inseridos. Diante dessa realidade é coerente buscar uma educação significativa através de uma postura dialética para a formação dos indivíduos.

O meio educacional tem uma função social que deve priorizar uma educação democrática transformadora da realidade em que vivemos desenvolvendo nos alunos uma consciência crítica que lhes permitam analisar o meio alienante e ideológico no qual se encontra a sociedade capitalista.

Educar é um fenômeno social específico que envolve aspectos que vão além dos muros da escola, pois, o indivíduo não se educa somente na escola, mas, em todo o contexto social em que está inserido caracterizando uma educação informal que adquire nas instituições sociais, como a igreja, a família, o clube esportivo, os grupos de convivência entre outros, além disso, através dos meios tecnológicos, como a internet, o indivíduo entra em contato com vários tipos de informações, o que traz novos desafios para a educação formal. Compreende-se que a educação deve ser voltada para a realização plena dos objetivos pessoais e coletivos de forma que possa satisfazer sua função social, enquanto sujeito transformador dos meios pessoal, educacional, social e religioso.

É nesse contexto que a educação se depara com o desafio de exercer seu papel de formador de indivíduo para a sociedade, mas, sofre diversas interferências dos sistemas administrativos, sociais, culturais, religiosos, entre outras. A construção pessoal considera aspectos de desenvolvimento interpessoal e social, em que se dá a possibilidade de poder modificar as convicções e posturas do ser humano. Cada pessoa carrega valores, crenças e costumes que vão sendo incorporados à medida que conhece e entra em contato com novos saberes, informações e culturas, para isso ele precisa ter uma ação concreta em busca da educação dialética para que possa tornar-se um ser autônomo, para que a mudança se torne real e efetiva. Toda mudança só é válida quando é aceita mediante a um processo contínuo de aprimoramento e aperfeiçoamento em que envolva a crítica e a autocrítica.

O professor enquanto profissional da educação deve ter consciência de sua responsabilidade e de seu poder como orientador e formador dos educandos. Por isso, deve priorizar os princípios metodológicos, dialéticos e críticos para uma formação social do aluno tornando-o autônomo, questionador e pesquisador dos seus problemas sociais, transformando-o num ser consciente e agente do processo sócio-educativo.

Nesse processo da construção educacional o professor depara-se com a uma série de elementos a ser considerada para melhor desenvolver sua prática pedagógica, entre elas sua formação enquanto profissional. Ter uma formação continuada que lhe permita uma visão holística da realidade para que possa desenvolver no seu fazer pedagógico um momento de construção social crítica e transformadora da realidade através de uma educação significativa.

segunda-feira, janeiro 03, 2011

A democracia garante a igualdade social no mundo globalizado?

Por Ronye Márcio

É possível que a sociedade garanta uma mudança efetiva nas estruturas socioeconômicas de seu país, para isso é fundamental que o cidadão esteja antenado às variações do mundo do mercado internacional, e que compreenda a diversidade cultural dos temas e da sociedade a que se pretenda conhecer economicamente, mas a complexidade do processo de globalização requer das pessoas uma liderança e uma capacitação para se gerir uma sociedade e um mercado.

O homem é o objeto consumidor do mercado global, isto é, a parte influenciável e manipulável de todos os setores sociais, com isso, o modo de vida dessa sociedade vem se transformando em um mercado de consumidores compulsivos e sem freios nos atos socioeconômicos, pensando nisso Chiavenato nos esclarece sobre a esse mercado globalizado e consumidor:

A globalização consolidou no Brasil o consumo ideológico.
Atende às necessidades reais das classes média e média alta, que precisam de uma televisão de 29 polegadas e\ou de um carro BMW, queimar charutos ou beber vinhos importados. Um moderado consumidor de charutos cubanos e vinhos franceses pode gastar mensalmente de três a dez salários mínimos para satisfazer sua “necessidade”. Essa é uma despesa pessoal: se ele for anfitrião e dividir os seus prazeres, os seus multiplicam-se. São necessidades que se incorporam nas classes médias e alta e representam nova ideologia predominantemente no país. Considerar o seu caráter alienante e seus aspectos desumanos, que reduzem o homem a um animal consumidor, é outra questão. Estamos situando uma realidade que permite a vitoriosa expansão do consumismo global. (2004, p. 30-31)

Com a crescente demanda de produtos ficou inevitável a procura por uma demanda econômica e tecnológica, fatores que foram preponderantes ao desenvolvimento de toda uma sociedade, por isso, “os processos de globalização geralmente se agilizam quando ocorre um sensível avanço tecnológico” (CHIAVENATO, 2004, p. 9), isso determina e exclusão de boa parte de uma sociedade analfabeta e atecnológica, para isso o mercado proporciona uma demanda crescente de produtos no comércio e utiliza os meios de comunicação como um veículo de manipulação da massa, influenciando-os a comprarem um produto que na maior parte das vezes é inútil ao seu convívio.

A diversidade do consumo identifica-se com a diversidade do poder político. Como temos direito de consumir, temos direito ao poder político. Se há vários tipos de poder. Essa diversidade brasileira, que na política recebeu o nome de democracia e na economia o de neoliberalismo ou globalização, permite o discurso de uma sociedade igualitária. (CHIAVENATO, 2004, p. 51)

Com isso podemos perceber que a sociedade não está preparada para o mercado consumidor e a realidade social no qual está inserido, por esse motivo é que podemos perceber que a democracia não é garantida e é mascarada na forma de uma cidadania aparente no qual se luta pelos direitos. O neoliberalismo promove uma aparente realização e ascensão social, mas o que realmente ele promove é a alienação e a manipulação controlada dessa sociedade a começar pelo sistema educacional pensando assim podemos perceber que:

Se relacionarmos a liberdade vivida, as condições de educação e saúde do povo e a força dos meios de comunicação, reproduzindo direta e indiretamente o discurso do poder, verificaremos como é fácil implantar no imaginário popular conceitos que favorecem o sistema e os seus modos de comunicação. (CHIAVENATO, 2004, p. 51)

Com isso podemos concluir que uma democracia não garante uma sociedade igualitária a todos, já que a sociedade política e financeira exerce uma influência na sociedade de massa, deixando-os submissos e passivos. Com o advento do processo tecnológico deveríamos ter uma sociedade mais justa, mais digna e igualitária, por isso é que a globalização gerou uma ilusão de bem estar social pelo poder de consumir e usufruir sem ser significativo para suas vidas.

REFERÊNCIA:

CHIAVINATO, Júlio José. Ética globalizada & sociedade de consumo. São Paulo: Moderna. 2004.

O texto narrativo

Por Ronye Márcio

O princípio do texto narrativo é discorrer sobre os fatos, ou seja, é o relato de episódios do cotidiano ou não. A sequência discursiva é ao mesmo tempo o enredo e a ação das personagens nesse fato.

Toda história mantém uma estrutura factual, começo, meio e fim, isto é, um enredo uno, coeso e coerente.

Em resumo, a narrativa é composta por fatos, histórias ou vários deles. O esquema narrativo é composto por alguns elementos essenciais que devem responder as seguintes perguntas:

1. O que? (o acontecimento a ser narrado);
2. Quem? (a personagem principal, protagonista);
3. Quem? (o antagonista);
4. Como? (a maneira como se desenrolou o acontecimento);
5. Quando? (o tempo da ação);
6. Onde? (o local do acontecimento);
7. Por quê? (a razão do fato);
8. Por isso... (o resultado ou conseqüência).

Na produção narrativa o verbo é elemento preponderante a ação das personagens e as suas características psicológicas, sendo assim, é importante que uma só situação envolva as personagens para não haver conflitos de postura diante do enredo, no entanto, o texto pode haver conflitos paralelos em que se distingue e ordena os fatos.

O foco narrativo pode ser temporal e atemporal, no qual transita por uma linha tênue a ação dos personagens em período de tensão, suspense, perigo, romance, alegria, júbilo, desespero, etc., que dependendo do foco pode o clímax da história, isto é, o auge ou o apogeu da história contada.

Dependendo do texto o discurso pode ser direto, indireto ou indireto livre. A depender do texto a voz narrativa pode ser em 1ª pessoa que é o narrador-personagem, ou em 3ª pessoa que caracteriza o narrador-observador e ainda o narrador onisciente, isto é, conta a história em 3ª pessoa e, às vazes, narra em 1ª pessoa que revela uma relação intima com a personagem, tem uma proximidade.

O texto narrativo abrange na estrutura ficcional um enredo de exposição, complicação, clímax, e o desfecho, por isso o núcleo verbal é importante para a estrutura das ações das personagens, por conseqüente torna um texto mais fluxo e empolgante e o leitor se envolve na história.

A depressão é um dos fatores que mais inibe o processo educativo do aluno.

Por Ronye Márcio

A depressão é uma disfunção mental em que ocorre no funcionamento das células que estão presentes no sistema cerebral e esse mau funcionamento compromete o estado emocional, em que o aluno apresenta variação de humor e de comportamento, como perda de interesse pelas atividades diárias e escolares, tristeza permanente, desânimo, ansiedade e irritabilidade com os colegas e familiares, e o estado físico em que sofre alterações como cansaço, diminuição da libido, insônia ou excesso de sono, perda ou aumento de apetite, distúrbios digestivos, falta de memória, redução de concentração e da capacidade produtiva. Além disso, se torna pessimista e apresenta dificuldade para tomar decisões.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estipula que o distúrbio da depressão, possa afetar cerca de 340 milhões de pessoas atualmente. Estipula-se que no ano de 2020, segundo a OMS, a depressão será o principal distúrbio mental a atingir a população dos países em desenvolvimento. Essa doença pode ocorrer com idosos e crianças, mas os adultos na faixa dos 20 aos 50 anos são os mais vulneráveis, no entanto, as mulheres têm maior tendência à depressão, em uma proporção de duas mulheres para cada homem. A principal razão é a maior variação hormonal que apresentam. Outros fatores que determinam a disseminação da doença são as causas genéticas, psicossociais e neuroquímicos, pontos estes que conduzem á depressão.

Alunos que vivem em constante perseguição por parte de colegas e exigências do professores, ele começa a pensar em suicídio com maior freqüência e o acúmulo de atividades que vão exigir do aluno uma maior concentração para a execução proporcionará ao aluno uma reação em cadeia no seu organismo e estressando podendo provocar graves problemas como derrame, diminui os esquemas mentais inutilizando e impossibilitando de pensar e produzir suas tarefas escolares podendo até torná-lo hipertenso pelo distúrbio corpóreo.

Quanto ao rendimento escolar pode-se perceber que há uma estreita relação entre os sintomas depressivos com a dificuldade de aprendizagem que o aluno tem na escola. O baixo rendimento escolar normalmente é resultado da depressão em si e não de um problema de inteligência ou mesmo intelectual, no entanto, os problemas escolares estariam atuando como uma possível expressão da depressão, diretamente relacionada à falta de interesse e desmotivação da criança depressiva em participar das tarefas escolares e em função dos sentimentos de auto-desvalorização apresentados por ela. Segundo alguns psicólogos, a importância do pensamento de uma criança é a preservação da vida e, principalmente, frente às situações adversas no cotidiano do aluno, uma vez que, afetará suas expectativas, a motivação para aprender, transformando inclusive o seu comportamento em sala de aula, bem como na realização de suas tarefas escolares.

O ponto de mutação; a ciência, a sociedade e a cultura emergente.

CAPRA, Fritjof. O ponto de mutação; a ciência, a sociedade e a cultura emergente. São Paulo, Cultrix, 1986.

Por Ronye Márcio Cruz de Santana

A nova visão da realidade em que se observa na obra O ponto de mutação converte em grandes mudanças não só no ponto do conceito, mas também no campo das idéias, esses novos conceitos provocaram uma profunda crise e transformação na sociedade e no meio acadêmico. A crise multidimensional não afeta apenas um ponto, mas toda uma esfera universal em que atinge não somente o meio físico, e também o plano espiritual, moral, ético e cultural. Ao esclarecer a dinâmica da crise da nossa cultura objetiva-se apontar saída para os problemas atuais, que já vem sendo prenunciado pelo processo da História da humanidade em meio ao declínio da civilização frente aos seus domínios sociais, culturais, científicos e filosóficos. A Crise e transformação que é o título que Capra deu ao seu primeiro capítulo ele escreve a respeito das mudanças e crise enfrentada por todo o mundo não só no meio biótico, mas também nos aspectos psicológicos de toda a humanidade. Além dessas distorções Fritjof aponta para o desequilíbrio econômico, no qual acentuará ainda mais as desigualdades sociais no mundo e como se pode perceber é que os problemas são de ordem sistêmica, isto é, estão intimamente interligados e são interdependentes entre si. Desta forma é que as transformações culturais e sócias acontecem e estas etapas são fundamentais ao desenvolvimento das civilizações. No percurso da história houve três imensas transformações. A primeira mudança ocorreu com o declínio do sistema do patriarcado, na segunda, foi o colapso dos combustíveis fósseis, e a última foi à mudança na concepção dos paradigmas sociais, filosóficos, psicológicos, religiosos, políticos, científicos e tecnológicos. Yin e yang que é a filosofia do I Ching representa um papel importantíssimo para entender as transformação e as transições no mundo intimamente interligado, em que o Yin representa as forças naturais do pensamento, da ética e do psicológico etc, já o Yang representa as instituições como a economia, a política e a ciência tecnológica, esse equilíbrio é que fortalece e garante uma perfeita união desde da menor partícula ao maior universo existente e que cada um desempenha a sua função nesse micro e macro cosmo holístico. O questionamento e a experiência não só mudaram a estrutura conceitual, mas também a forma de pensar de toda uma sociedade que passou a viver num mundo cada vez mais efêmero, no entanto recompensou a humanidade com uma nova gênese do pensamento filosófico interligando com todas as áreas, enfocando assim uma visão holística e ecologicamente espiritual nas avançadas teorias científicas em virtude da realidade física. Com isso objetiva-se a esclarecer a dinâmica em que aponta a crise nas direções de todas essas mudanças para essa situação que ocorre na atualidade e para com isso conseguir resolvê-las de forma consciente e ética.


PALAVRAS-CHAVE: Crise multidimensional; Cultura; História da humanidade; Paradigmas sociais; Visão holística.

O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança

HUNTER, James C., MAGALHÃES, Maria da Conceição Fornos de (Trad.) O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança. Rio de Janeiro: Sextante, 2004.

O monge e o executivo: uma história sobre a essência da liderança

Por Ronye Márco

Com o objetivo de atender as necessidades do mercado empresarial com uma nova linha de liderança no mercado setorial das empresas, a obra faz uma reflexão sobre o que é líder, motivação, relações humanas e trabalho em equipe. O monge Leonard Hoffman usa o princípio de que as ideias, as discussões, o carisma são o sucesso de uma negociação de uma líder.

O Monge e o Executivo é diferente de todos os outros livros de administração, pois é volta mais para a literatura, no entanto ensina muito sobre a qualidade do empresário que sabe lidar com o seu público, com seus funcionários e, acima de tudo, com seus familiares.

É um livro fascinante, já que aborda temas de teor sócio-administrativo que nos faz refletir sobre como nos tornar um líder carismático; explica de forma literária técnicas de como influenciar pessoas; aborda o processo de uso corporal da linguagem para se beneficiar-se; demonstra como ser bem-sucedido em negociações; ensina como motivar e equipe usando exemplos que ocorrem no mundo e em meio empresarial e, sobretudo é uma lição de como se tornar uma pessoa melhor e mais humana.

A estrutura da obra é dividida em sete capítulos de que vem mostrar ao leitor os pontos primordiais de um empresário líder que são a motivação, a liderança, o planejamento setorial e humano, relações humanas e gestão de equipes que são cruciais para o bom funcionamento de uma empresa e um bom desempenho de um negócio.

O autor defende que a liderança não representa necessariamente o poder e sim o autoritarismo de quem o exerce; a liderança é a conquista do amor, é a dedicação à empresa, é o sacrifício pelo bem em que se trabalha para o outro. E complementa que o respeito, a responsabilidade e o cuidado com as pessoas são princípios virtuosos e indispensáveis a um grande líder. A servidão é o princípio de uma liderança e uma gestão eficaz e democrática.

A cada capítulo o autor nos esclarece a respeito de conceitos que são empregados na obra e a aplicabilidade destes. A exemplo disso é o conceito de liderança que é dado na página 25 e exemplifica com uma narrativa simples e de fácil compreensão e, também, isso ocorre com as palavras poder e autoridade, na página 26, na qual segue o mesmo modelo de estrutura de narrativa.

O monge Leonard Hoffman, como personagem principal da obra aborda assuntos de caráter lingüísticos, explicando como funciona o sistema de comunicação e a forma com a qual o nosso cérebro interpreta os sinais da comunicação, sendo assim, faz com que o executivo compreenda algumas ‘ferramentas’ interessantes que lhe ajudarão em seu processo de influência das pessoas, adequando as técnicas ao contexto em que você se encontra.

Já na metade do livro compreende-se como a personagem usa o processo de motivação e a função dessas. Ela aborda algumas ideias clássicas e os chamados Fatores Motivacionais que lhe servirão de apoio quando precisa motivar sua equipe de trabalho, ou até mesmo seus familiares e amigos. É surpreendente como o autor aborda todas as formas de gestão democrática e participativa de uma empresa de forma humana e respeitosa.

Além de chamar a atenção para os velhos paradigmas frente aos novos, para melhor entendimento o autor utiliza de diversos elementos na obra como tabelas e gráficos para elucidar o empreendedorismo de um valoroso líder. Afinal para corrigir falhas, é preciso estudar, conhecer e saná-las de antemão.

O Monge e o Executivo é um trabalho composta com seriedade e é uma ferramenta importantíssima para os alunos que cursam administração, contabilidade e demais áreas que primam por competência e zela uma liderança forte e democrática.

Independente do ambiente em que você se encontra, ou do número de indivíduos que está a sua volta, influenciar e motivar pessoas sempre serão formas imprescindíveis de alcançar seus objetivos, a aumentar ainda mais o seu poder de persuasão.

A sua utilização, seja no ambiente profissional, acadêmico ou familiar trará ferramenta muito eficaz nessa arte de compreender e influenciar e motivar pessoas que se relacionam com o empreendedor líder e é justamente esse conteúdo deste livro, que fornecerá conceitos e práticas exemplificadas pelo monge na narrativa que o ajudará e revelar o líder que existe em cada um de nós.