Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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quarta-feira, dezembro 15, 2010

O sentir da Educação

Ronye Márcio Cruz de Santana
15 de Dezembro de 2010 às 23h 23min.
Initium Sapientiae Timor Domine

Que a paz de Deus preencha o seu coração,
Que a luz do Senhor ilumine os seus passos
E caminhe na plenitude do amor,
Por isso, plante sementes de caridade,
Regue o broto que germina na campina,
Deixe as estações pôr o seu amor à prova,
Deixe a chuva inundar a sua paciência,
Deixe o vento te jogar para todos os lados,
Deixe a neve congelar a sua irritabilidade,
Deixe a terra soterrar a sua temperança,
Depois disso tudo, agradeça ao Deus
O infinito amor de poder te testar
Quebrando assim todas as suas possibilidades
De poder ver o mundo de outra forma,
Sem presunção, sem arrogância, sem preconceitos.
Permita que a humildade tome conta de sua ação,
Permita que a saudade cure as desavenças,
Permita que a verdade proporcione lucidez,
Permita que o carinho fortifique a gratidão,
Permita que o sonho leve-o/a para o mundo encantado,
Permita que a felicidade transborde em seu olhar,
Permita que a solidariedade reate os laços de amizade,
Permita que a vida trague os melhores momentos do seu dia,
Pensar nos problemas é trazer para se o amor de Deus,
Agradecer-Lhe é ser humilde,
Porque está enxergando o poder do amor de Deus por ti,
Já que Deus põe à prova a quem o ama,
O amor está posto à prova a quem quer ser feliz,
“Deus é o amor” e o amor reside em doar-se,
Por isso, é que por amor...
Sou professor.
É por amor que me dedico ao meu trabalho,
É por amor que me dedico aos meus alunos,
É por amor que me dedico ao conhecimento,
É por amor que me dedico às amizades,
É por amor que me dedico à minha família,
É por amor que me dedico ao prazer de estudar,
E é esse prazer no amor a tudo que tento despertar
No olhar da educação
No ouvir da educação
No cheiro da educação
No sabor da educação
No sentir vivo pela a educação.
Por isso, Ame! Viva! E sonhe!
Que o sabor da vida está em ti.

segunda-feira, novembro 01, 2010

João e a jiboia - John and the boa

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 11 de Outubro de 2010
Às 9h. 50min. da noite

    João é um menino que vivia brincando no mato nas proximidades de sua casa. É uma casa simples e pequena. Ele ama nadar na fonte, brincar nas árvores, correr pelo campo, sair livre, leve e solto, feito um passarinho.

     Porém num dia quente de verão ele saiu para o rio bem próximo de sua casa para dar uma refrescada. Ele animado para o banho de rio deixou de observar o ambiente antes de entrar na água. Ele tirou a roupa entrou na água em um só pulo e feito um peixe curtindo as correntezas esqueceu-se dos perigos que ronda um rio, de repente, algo lhe segurou pelas pernas e envolveu todo o seu corpo e começou a lhe esmagar em alguns minutos ele chegou a desmaiar, despertando no lado de fora do rio algum tempo depois com uma jibóia ao seu lado morta e seu pai às lágrimas por ver seu filho são e salvo em seus braços.

John and the boa

     John is a boy who was playing in the woods near his home. This is a simple and small. He loves swimming in the fountain, playing in trees, run around the field, go free, light and loose, made a birdie.

     But on hot summer he went to the river and around his home to give a refreshed. He excited to swim in the river ceased to observe the environment before entering the water. He took off his clothes went into the water in a single bound and made a fish enjoying the rapids forgot the dangers that surrounds a river, suddenly something grabbed him and wrapped her legs around his body and began to crush him in a few minutes he fainted, waking up on the outside of the river some time later with a boa beside her dead and her father to tears to see his son safely in his arms.

domingo, outubro 31, 2010

PRECISAMOS ‘JUNTOS’ SABOREAR O CONHECER

Copyright by Ronye Márcio Cruz de Santana
Feito em 26 de Outubro de 2009
Acadêmico do Curso de Letras III
ronyemarcio@hotmail.com
FACULDADE AGES

Poesia declamada na Faculdade AGES na Palestra da Profª Gilza Andrade Cruz com a temática ‘O sabor do saber: condições de aprendizagem’ , no dia 27 de Outubro de 2009, em Paripiranga-BA.

PRECISAMOS ‘JUNTOS’ SABOREAR O CONHECER,
DEGUSTAR O CONHECIMENTO, O SABER,
AVISTAR A HABILIDADE EM QUEM SE DEVE VER,
DEGUSTAR O SENTIR NO SABOR EM APRENDER,
OUVIR O PERFUME NA LUZ DO TER,
SENTIR ENERGIA, MAGIA NO OUVIR, VER.
SE O QUE SABEMOS É O RESPIRAR,
MAS DESCONHECEMOS TODA ESSÊNCIA DO AR.
SE “O QUE SABEMOS É UMA GOTA,
O QUE IGNORAMOS É UM OCEANO”.
ESTA É A COMPLECIDADE DO VIVER
SABENDO QUE HÁ ALGO POR LÁ,
QUE SÓ SABEMOS SE SENTIRMOS
NA MAIS ÍNTIMA DERME DEGUSTATIVA
O SABOR DE SENTIR
O QUE NÃO SE PODE VER,
NO ENTANTO, PODEMOS OUVIR
ÀQUILO QUE A MENTE CONSEGUE DEGUSTAR
EM CADA VEÍCULA DE LUZ.

DO CHEIRO DA PAPOULA
QUE AFLORA A HABILIDADE
EM COMPETÊNCIA,
PELO ÓPIO DO SABER,
ORLA ATENÇÃO,
CURIOSIDADE,
PERCEPÇÃO
E CONSCIÊNCIA.
DISSE SÓCRATES QUE
“A CONQUISTA DO SABER SE REALIZA
ATRAVÉS DO EXERCÍCIO
LIVRE DA CONSCIÊNCIA.”
SE O HOMEM, DE FATO, NÃO PRIORIZA
É PRECISO QUE O SEU PENSAR,
SINTIR E QUERER,
UNAM-SE AO ENTUSIASMO DO DESCOBRIMENTO,
À COMPREENSÃO DO ETERNO SABER.

O QUE É... AMOR?

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 29 de Maio de 1994
Às 7h. 05min. da niote
Initium Sapientiae Timor Domini

O que é amor?


Sonhei que você
Era o meu grande amor.
Hoje, eu peço,
Logo, por favor!
Venha correndo
Para os braços meus,
Que estou a morrer
De saudades de você.


O que é Amor?


Toquei no fundo,
No íntimo do seu coração.
Estou preso nas chamas,
Chamas da paixão,
Paixão essa
Que nasce, cresce,
Transcende e eterniza.
Somente para te amar, nasci;
Fazer-te mulher, cresci;
O que eu quero, é tudo;
E tudo, é o que você quer.


O que é amor?!


Tudo o que eu faço,
Faz-me lembrar de te;
O meu coração dispara
Ao te ver,
Só por te ver.
O meu corpo ferve
Ao te tocar;
É tudo, o que eu quero
É poder te amar
O que é? Amor.

O TEMPO

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 13 a 14 de Maio de 1996 às 8h. 05min.
Initium Sapientiae Timor Domini


O tempo não é algo passageiro,
Ele passa, percebido ou despercebido,
Já viu coisas crescerem, morrerem,
Viu guerras, mortes, fome, pobreza...

Há algo que o tempo não cure?
A dor de uma perda,
A saudade de um amor,
Um sonho que ficou,

O tempo é de se pensar,
Se não tem tempo para o hoje,
Será que há tempo para o amanhã?
Isso com certeza ninguém sabe.

Só não se sabe se há tempo para você.
O tempo sempre existirá,
Mas, você só existirá num determinado tempo,
São lembranças que se vão,

Que se perdeu no tempo, no passado,
Às vezes reencontradas, além do seu presente,
Mais distante que o seu futuro,
São coisas que só o tempo pode explicar,
Algo que ninguém sabe e nem saberá.

domingo, setembro 26, 2010

A borboleta

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 16 a 26 de Setembro de 2010

O dia amanheceu magnífico, o sol estava brilhando com aqueles raios aquecedores e envolventes que parecia que estava te abraçando e te afagando e fazia a pele se arrepiar do frescor dos raios no corpo.

Fechei os olhos e respirei fundo para sentir o frescor do ar e a sensação agradável da atmosfera que estava em meu redor. O ar tinha o aroma suave das flores silvestres que dava a sensação acolhedora do campo.

Em pé, em frente de casa de olhos fechados estava sentido a emoção de estar no campo verde, num dia ensolarado e esplêndido para se curtir a natureza; o vento marotamente brincando com as folhas das árvores e com os meus cabelos deixando-os arrepiados e embaraçados, no entanto a emoção de sentir a natureza tão viva, tão irradiante e tão marota como uma criança descobrindo uma nova emoção de estar eu um lugar onde nunca esteve, ou a sensação de estrear um novo brinquedo, ou então aquela euforia ou vivacidade de poder correr livre para qualquer lugar sem se preocupar com nada, só em se divertir.

De olhos ainda fechados contemplando a natureza no meu corpo dava para ouvir os pássaros cantarolando hinos de amor e felicidade a Deus e a natureza agradecendo a dádiva de serem livres e felizes nesse momento primaveril. O canto era harmônico e maravilhoso parecendo um coral com seus tons agudos e graves que acalentava a alma e o corpo transportando-os para um ambiente de total paz e amor.

Em frente de casa tinha uma cerca verde e totalmente coberta de flores silvestres, quando observei melhor a cerca estava coberta de borboletas voando de uma flor para outra sugando os seus néctares para se alimentar e manter o equilíbrio da natureza.

Elas bailavam no ar como se fossem bailarinas movimentando-se para cima e para baixo nas ondas do vento, como se fosse a música que embalava as bailarinas nos seus saltos e rodopios magistrais. Lembrando aquelas crianças faceiras e apimentadas que não conseguem ficar em lugar algum, nem que seja por dois minutos de repouso.

Nesse momento de repouso e descontração senti uns puxões na barra da minha camisa, quando abri os olhos era o meu filho com aqueles olhos pidões e ávido de informação era a famosa fase dos por quês... Eu já não agüentava mais explicar tantas coisas para o meu filho, era tanta pergunta que me deixava ébrio, parecia mais uma barata tonta preste a ser massacrada ou dando sopa para um predador.

A sensação era horrível e desconfortante, contudo era gratificante ver aqueles olhos brilhantes querendo saber de tudo,e quanto mais eu explicava mais ele perguntava, eram dúvidas infinitas e pertinentes para qualquer um.

A primeira pergunta que ele me fez foi:

__ Pai, como nasce uma borboleta?

Imagine você nesse momento de contemplação natural e espiritual e ter que parar para responder uma pergunta científica dessa. É somente sendo pai para passar por isso!

Olhei para o meu Grandão, pois é assim que eu o chamo. Peguei-o no colo e levei-o para a cerca natural, aproximamo-nos das flores e das borboletas e lá comecei a explicar o processo pela qual passa a lagarta até chegar a ser uma bela borboleta.

__ Péricles, para nascer uma borboleta, primeiro tem que nascer a lagarta.

Ele com aquela carinha de incrédulo franziu a testa e meio irritado me explicou o seguinte e me perguntou:

__ Mas a lagarta é um animal e a borboleta é outro animal. Eles não se misturam, papai! A borboleta voa e a lagarta não voa. Mas como um faz nascer a outra?

__ Meu filho, a lagarta é um ser metamórfica...

Antes mesmo de terminar a explicação ele me questiona outra vez.

__ Mas o que é metamórfica?

__ Metamórfica vem da palavra metamorfose que significa mudança de forma, isto é, é quando um animal tem uma profunda mudança de forma e aparência que ocorre de uma fase da vida para a outra, como é o caso da lagarta, do mosquito, do sapo e etc.

__ Pai, não entendi?

Como a explicação era muito abstrata para a cabeça do meu filho, tive que recorrer para os documentários que ele tinha, que era o filme Microcosmos, que justamente falava dos insetos e dentre estes tinha um capítulo sobre as borboletas.

À medida que o documentário ia passando, eu explicava mais detalhado para ele para que pudesse compreender melhor o processo de mudança e transformação desse pequeno animal.

A película iniciava com a lagarta saindo do ovo. Ele ficou maravilhado com a eclosão e a fome voraz que tinha ao nascer. Péricles ficou impressionado quando ele viu a lagarta comendo o próprio ovo, a curiosidade foi tanta que quis saber por que ele comia a casca do ovo.

Tive que explicar que as lagartas se alimentam das cascas porque tem muito nutriente e ia alimentá-la até conseguir chegar a uma folha para saciar a sua fome.

__ Então, pai! A lagarta tem fome?

__ Sim, todo ser vivo precisa se alimentar para poder continuar a própria espécie. Ela tem que nascer, crescer, namorar, que dizemos acasalar para os animais, pôr os ovos, que serão seus futuros filhotes, envelhecer e morre.

Nas imagens ele percebeu que a lagarta come muito e que ela pode destruir uma plantação. Percebeu que ela era uma prega para a lavoura e que causaria muitos prejuízos para os agricultores.

Depois que ela comeu bastante, a lagarta se dirigiu para uma árvore que tinha um galho seguro e começou a tecer o seu casulo para entrar no seu processo de metamorfose.

Após ter terminado o casulo os dias e as noites foram passando. A textura e a coloração do casulo foram mudando, até que a magia da natureza se concretiza, ela rompe o casulo e cada vez mais a força para sair; a estrutura do casulo se fortificou durante o passar dos dias para protegê-la do clima, por essa razão é que ela se debate muito para sair.

A borboleta, também, gostou todas as suas forças para fazer o processo de metamorfose, daí a dificuldade para romper casulo. À medida que ela forçava saía mais um pouco, isso era necessário para esticar e fortalecer as suas asas, sem esse processo ela perde os movimentos delas e se torna uma presa fácil. Quando ela consegue sair do casulo ela passa um tempo esticando-as e se aquecendo para levantar o vôo para se acasalar e pôr seus ovos e fechar esse ciclo de sobrevivência.

Esse tempo todo Péricles estava com os olhos fixos na televisão, encantado com o show da vida e cada cena era determinante para ele compreender que a lagarta se transformava na borboleta e que ela era responsável para a existência das lagartas.

Quando ele compreendeu essa dinâmica, todo extasiado saiu correndo para frente de casa e ficou contemplando as borboletas voando por todos os lados, de flor em flor, de um canto para o outro, subindo e descendo como um balé em harmonia.

Nesse momento o vizinho da frente olha para o Péricles e curioso pergunta:

__ O que você está fazendo, Péricles?

__ Eu estou olhando as borboletas se alimentando do néctar das flores. Tenório, você sabia que a borboleta faz nascer à lagarta e que a lagarta vira a borboleta?

__ É mesmo?

Desse momento em diante não ouvi mais ele contando a história da lagarta e da borboleta, mas o que soube foi que ele foi muito elogiado por Seu Tenório pela inteligência e o domínio que ele tinha sobre os assuntos dos animais.

Bem até o momento o sonho dele é ser veterinário, pelo menos ele está percorrendo o caminho certo.

sábado, setembro 25, 2010

UMA LUTA PELA IGUALDADE

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 13 de Maio de 1996
Ás 11h15min.

Ao sem-terra

Essa manhã resplandecente,
Metafórica em sua natureza,
Transformadora de sonhos,
Manhãs que nunca se acabam, eternas.
Cheios de vida,
De magias, mistérios...
Um mundo onírico, fantástico.
Prematuramente devastado,
Sonhos cerrados,
Florestas devastadas,
Vidas dizimadas,
Homens esfacelados
Por injúrias, pobreza.
Povo desterrado de sua terra natal
Brutalmente chacinado
Corpos de encontro à terra,
Almas de encontro ao céu
Vidas dissipadas dos corpos
Pelos animais da própria espécie,
Covardes!
Lei não tem,
Nem dinheiro no mundo,
Que assegure
Ou vale mais que uma vida.
Aqueles sonhos dissipados,
Covardemente destruídos
Acabaram sendo esquecidos
No espaço, no tempo.
Encoberto por medo, por perdas,
Mas lutadores por um trabalho digno,
Por direito a uma vida melhor.
Enquanto houver sonhos
De Liberdade e Igualdade,
Haverá lutas, derrotas e perdas
Por parte dos lutadores de sonhos,
Haverá corpos ao chão ensanguentados,
Haverá sonhos dizimados.
E a impunidade dos assassinos
De sonhos alheios, ladrões,
Que se resume num mundo de opressões
Numa vida bizarra dos oprimidos,
Sem vida e sem condição.

O TEMPO

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 13 a 14 de Maio de 1996 às 8h. 05min.
Initium Sapientiae Timor Domini



O tempo não é algo passageiro,
Ele passa, percebido ou despercebido,
Já viu coisas crescerem, morrerem,
Viu guerras, mortes, fome, pobreza...

Há algo que o tempo não cure?
A dor de uma perda,
A saudade de um amor,
Um sonho que ficou,

O tempo é de se pensar,
Se não tem tempo para o hoje,
Será que há tempo para o amanhã?
Isso com certeza ninguém sabe.

Só não se sabe se há tempo para você.
O tempo sempre existirá,
Mas, você só existirá num determinado tempo,
São lembranças que se vão,

Que se perdeu no tempo, no passado,
Às vezes reencontradas, além do seu presente,
Mais distante que o seu futuro,
São coisas que só o tempo pode explicar,
Algo que ninguém sabe e nem saberá.

MENINOS DE RUA

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 17 de Agosto de 1993
Initium Sapientiae Timor Domini


Nas favelas e nas ruas
Morrem crianças,
Que moram nas ruas.
Morrem de fome,
Ou assassinadas
Na rodoviária
Ou, também na Candelária.

Na frente da Igreja
Ou nos pés do altar,
Morrem tantas crianças,
Que dá vergonha de falar.

Falar da pobreza,
Tão somente da fome,
Mas da “nobreza”,
Que deixa as crianças com fome.

Crianças de rua
Famintas por ações – solução.
Sabe que a vida é difícil,
Por ela malquista
Racista,
Malvista.

Que grande nação,
Nação de crianças,
Crianças famintas,
Famintas por diversão,
Pois, ainda, são crianças,
Crianças no parque do mundo,
Sonhando com o parque de diversão.

Ó Senhor! Dê-nos
Um mundo mais justo,
Dê-lhe o pão
E consciência aos imputos.

Estória de uma avó

Copyright by Ronye Márcio.
Feito em 30/08/03 às 09h30min

Regozijo pueril
Onde transpira a infância
Nasce toda a inocência
Yes, I love you, do juvenil
És isento de malícia.

Maroto em peraltices,
Azedume nas brincadeiras.
Resmungava altas tolices.
Cantiga, história fagueiras.
Ilusões de tais crendices,
Ostentava em meninice.

Carinho pela cultura;
Rodeado de fartura;
Uma avó cheia de história;
Zoada, lenda, oratória,

Do mito a fatos reais,
Estórias bem culturais

São passadas pela Anciã
A mais nova geração __ dita sã
Nessas rodas à fogueira
Toda Vida do local,
A esses Anjos tão matreiros...
Nossa crença brasileira.
A educá-los em moral.

DOCES LEMBRANÇAS

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 05 de Agosto de 1996


Quem será? Quem me ama?
Neste mundo de angústias
Que as chamas me afanam,
Que nem seu rosto me envolve,
Que nem em meus sonhos eu te vejo,
Que não consigo esquecer seus doces beijos,
Que a sua lembrança não me cansa,
Que não se esqueça da nossa herança.

Durante a minha vida...
... foi bom em te conhecer,
Que as minhas doces lembranças
Não consigo esquecê-las.
Em que se fez em sonhos,
O meu amor por te,
E que, hoje, eu as guardo
Em meu seio,
O desejo de te ver.

DESPREZADA MATEMÁTICA

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 10 de janeiro de 1998
Initium Sapientiae Timor Domini

Sou descriminada
E, às vezes, não sei o por quê?
Sou direita e sou correta
E, mesmo assim, vivo a sofrer.
Dou conta do que devo,
Somo com toda a atenção,
Pago tudo direitinho
E, mesmo assim, me chamam de LADRA.
Eu pertenço a uma sociedade
Que costuma enrolar,
Por isso, nem todos me entendem
E quem me entende
É difícil de encontrar.
Não sou egoísta,
Nem pelas desigualdades,
Mas tive que aprender a viver
Em uma sociedade paternalista.
Se eu divido e subtraio as amizades,
Não é com qualquer um que quero conviver,
Se sou correta como sou,
DIREITOS eu devo ter,
Mas sou lesada nos meus direitos
Por ser honesta com vocês.
Para a sociedade os meus dons eu presto,
Faço conta direitinho

E, mesmo assim, ainda não presto,
Só, por causa de “alguns coitadinhos”
Que não tem visão do que é certo,
Por isso, se para os outros
Eu somar ou multiplicar
Sou “santa” e eu “presto”!!
Mas como não concordo com que vejo,
Eu divido e subtraio,
No seu conjunto de mentiras eu não caio;
Na escola eu tento conscientizar,
Explico tudo tão devagarzinho
E os alunos só querem bagunçar,
Se peço silêncio porque sei
Que estudar é direito de todos
E os que me ouvem
Dizem que não entendeu.
Já estou farta de ninguém me entender,
Se a sociedade tem uma mente tacanha,
Se sou complexa de compreender,
Se veem maldade critico. É crítico,
Por isso sou discriminada,
Não sou coitada, GRAMÁTICA;
Sou a desrespeitada MATEMÁTICA.

DESCOBRINDO O AMOR

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 21 de Agosto de 1993
Initium Sapientiae Timor Domini

Sonhei, esta noite, contigo;
Você estava em meus braços,
Sorridente falou-me:
__ Eu quero você só para mim.
A envolver-me em seus braços,
Seguido por um beijo.
Senti meu sangue ferver.
O meu coração palpitar.
Os meus joelhos tremerem;
Não sei o que senti
Amor, ilusão, se foi, não sei;
Beijei-a de novo
Só para senti-la junto a mim,
Você estava loucamente envolvente,
Seduziu-me,
Deixou-me carente,
Sei, agora, o que sinto,
Não é uma compulsão, ilusão,
Muito menos uma paixão...
É amor.
Um amor fortíssimo,
De uma força exuberante,
Que foi penetrando no meu ser,
Dominando todos os meus pensamentos,
Fazendo que eu só pensasse em ti.
Eu, hoje, não vivo sem ti
E, sem não conseguirei viver,
Pois somos o elo de dois seres
Que se funde em um.

Arraia

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 06 de Janeiro de 1996
Boracéia – SP

Ó arraia de cores mil,
Que dá vida e novas cores,
És tu __ arraia de anil
Que és mais bela do que as flores

Ó arraia que belo bailar o teu,
Que os Anjos do céu a solta,
Que a tua calda parece um véu,
Que os ventos do Sul sopram-na.

Ó arraia feita de bambu
Que desliza suave pelos céus
Com tua cor verde e azul
Com a tua calda cor de anil

De onde vem esta arraia?
Que os anjos, pelo céu, soltam-na
Será que vem do céu ou da terra?
Será que vem do Sul ou do Norte?

Ó arraia clandestina
Que o Anjo do Céu __ solta-a
Será um anjo __ Cristina
Ou é a Arraia que volta.

Albatroz

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 06 de Janeiro de 1996
Boracéia – SP
ronyemarcio@hotmail.com

Albatroz que asas grandes _ Tu tens!
Que belo vôo rasante!
Que desvenda estes céus _ distantes,
Que mergulha neste mar também.

Ó ave peregrina dos céus.
Diga-me de onde vem,
Será que é uma ave de rapina,
Ou vem da terra do meu Bem.

Ó ave que belo céu você povoa,
Que vai de encontro ao mar,
Leve os meus sonhos, pois voa...
A quem está a esperar-me.

Ó ave que belo vôo rasante!
Nesse mar delirante,
Dessas espumas flamejantes,
Que faz lembrar-me de amar.

Ó ave que belo bailar o seu!
Nesse céu de anil
Que levou os sonhos meus
Por este vasto mar do meu Brasil.

ACREDITE

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 31 de Maio de 1996
À 01h. 27min. da madrugada
Sexta-feira

Sou livre,
Mas em meus sonhos me flagelo,
Sou sonhador...
Sem um destino para seguir
Mas em minhas lágrimas cristalizaram
O meu triste sonho,
Que há de por vir.
Quem me cala?
Sei que Podes me ouvir.
Se eu choro,
Sei que Estas aqui.
Acordo,
Cresce uma esperança dentro de mim.

Viva o seu dia, o hoje,
Pois, amanhã você não pode estar aqui.
Faça com que vale a pena,
Porque amanhã, talvez...
Você não tenha tempo
De se arrepender.
Acredite no seu sonho,
Vale a pena você viver seu sonho,
Acredite realmente em ti.

A FORÇA DO NORDESTINO

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 27 de Agosto de 1993

Somos povo de tão pouco estudo
Mas com grande sabedoria.
Somos povo de tão pouca nobreza
Mas quão grande é a sua hospitalidade.
Só pessoas que nada sabia
Que vive em tão grande pobreza
Que corre atrás de um trabalho
Para não morrer de fome.
Somos povo com poucos recursos
Que trabalha com dignidade o orgulho.
Somos povo do Nordeste
Que quase tudo aguenta.
Eu trabalho dia a dia
Para o sustento da minha família.
Quando a terra não dá frutos,
O jeito é fugirmos dela,
Vamos para a cidade
Para tentar construir nossa vida nela.

A ERA DO IMPERIALISMO E O AVANÇO TECNOLÓGICO A MANIPULAR A SOCIEDADE COM SUAS IDEOLOGIAS ATRAVÉS DA CULTURA DE MASSA

ÓRGÃO RESPONSÁVEL:

Escola Municipal Antônio Bráulio de Carvalho

CONTEXTUALIZAÇÃO:

É de fundamental importância que a escola proporcione aos alunos o conhecimento e analise de forma crítica a relação intrínseca entre a História e o seu mundo contemporâneo, pois desde o início do século XIX o mundo vem sofrendo com o domínio do imperialismo, e a nossa sociedade não seria diferente. Já que o nosso país é capitalista, temos que alertar os nossos jovens das manipulações e influências da cultura de massa e da ideologia dos meios de comunicação.

O poder político é apenas uma expressão do poder na sociedade. Não é todo o poder. Além da forma ratificada e legitimada de poder pelo Estado, que é o poder político, muitas outras expressões de poder se manifestam em todos os níveis das relações sociais. Onde quer que exista desigualdade de statos, tende haver alguma forma de manifestação de poder. (NOVA; 2006. p. 127)

No âmbito internacional a ideologia dominante vem dos países potencialmente desenvolvidos como: EUA, Portugal, França, Alemanha, Espanha e etc. Essa dominação é ocasionada pelo bem de consumo tornando a população consumista, influenciada pela ideologia dos empresários através dos meios de comunicação e da cultura de massa. A concentração de capital nas mãos de poucos sempre fez parte da História da humanidade e ela tem que ser estudada desde a implementação, o processo - que não é novo – e perpassa a atualidade. A industrialização reafirmou o oligopólio das grandes potências que se desenvolveu em diversos países da Europa, consequentemente iniciou-se o monopólio e capitalismo financeiro; a esse propósito Marx e Engels comenta:

Na sociedade burguesa, o trabalho vivo é apenas um meio para aumentar o trabalho acumulado. Na sociedade comunista, o trabalho acumulado é apenas um meio para ampliar, enriquecer, promover o processo de vida do operário.
Portanto, na sociedade burguesa o passado domina o presente, na sociedade comunista o presente domina o passado. Na sociedade burguesa, o capital é independente e pessoal, enquanto o indivíduo ativo é dependente e impessoal.
E a burguesia chama a supressão dessa situação de supressão da personalidade e da liberdade!(2000, p.61)

Com a presente palestra quero mostrar aos alunos o poder de manipulação que a mídia, as músicas, as propagandas, os programas de rádio influenciam a opinião pública manipulando-a em favor do mercantilismo; o resultado foi o aumento da capacidade produtiva das indústrias e o aprimoramento das formas de dominação de uma sociedade, ”porque se trata realmente da supressão da personalidade, da independência e da liberdade do [povo brasileiro]1”(MARX E ENGELS: 2000, p.61)

OBJETIVO GERAL DO SEMINÁRIO

Construir a identidade pessoal e social na dimensão histórica, a partir do reconhecimento do papel do indivíduo nos processos históricos simultaneamente como sujeito e como produto dos mesmos, a abordar os desafios de um país periférico como o Brasil, a abranger uma abertura política a levar em consideração a forma específica de desenvolvimento capitalista e o estágio da constituição da classe trabalhadora.
__________
1. Grifo meu.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Construir uma identidade ética em relação ao posicionamento do ideal de direito;
• Despertar a curiosidade sobre a política igualitária e social;
• Compreender-se como ser individual a viver em coletividade;
• Perceber as mudanças a as influências do poder político e do capitalismo no processo histórico da humanidade;
• Observar os meios de manipulação utilizada pelo capitalismo em cada momento histórico;

PÚBLICO ALVO

Alunos do Ensino Fundamental [8° e 9° ano] da Escola Municipal Antônio Bráulio de Carvalho

CONVIDADOS

1. Alunos do estabelecimento de ensino do 8° e do 9° ano;
2. Prof° Osvaldo Matos Santana (Professor convidado do 9° ano);
3. Prof° Tomaz Antonio Araújo (Palestrante);

CRONOGRAMA

Sessão Temática

14h:40min - APRESENTAÇÃO: A Revolução Industrial
14h:50min - A Era do Imperialismo
15h:00min - O Avanço Tecnológico
15h:10min - Manipulação da Sociedade Operária
15h:20min - A Ideologia Capitalista
15h:30min - A Cultura de Massa

METODOLOGIA A SER APLICADA NO SEMINÁRIO

A opção metodológica buscará garantir o envolvimento e a participação de todos/as envolvidos na construção do material, desde o princípio à preparação dos discursos sobre a Revolução Industrial e o efeito que proporcionou a evolução da humanidade de um modo geral. A optar pela metodologia da educação participativa, tendo como referência elementos para a elaboração do projeto a partir do conteúdo lecionado, ou seja, a questão da discussão sobre as mudanças histórico-sócio-político-ideológico da Revolução Industrial a atualidade.

REFERÊNCIA

LIVRO BASE

MELANI, Maria Raquel Apolinário (Eda Respons.). PROJETO ARARIBÁ: História 8°. São Paulo: Moderna, 2006.

LIVROS OU MATERIAL DE APOIO

ARAÚJO, Thomaz Antonio. A Revolução Industrial. (Poesia). s/d. [ ver anexo ]
DANTAS, Pedro. América Latina: democracia representativa versus democracia participativa. Conhecimento Prático Geografia da Escala Editorial. São Paulo: (27): 36-41, 2009.
MARX, Karl. ENGELS, Friedrich. NASSETTI, Pietro (trad.) Manifesto do partido comunista. 2 ed. São Paulo: Martin Claret, 2008.
NOVA, Sebastião Vila. Introdução à sociologia. 6 ed., 3 reimpr., São Paulo: Atlas, 2006.

sexta-feira, setembro 17, 2010

MÃE

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 08 de Maio de 1994
Às 11h. 46min da manhã

Mãe é aquela de sentimentos puros,
        é que aquece os nossos corações,
        é de sentimentos verdadeiros,
        é que une os nossos laços,
        é que ilumina os nossos passos.


Mãe é de todos os dias,
        é de todas as horas,
        é de todos nós,
        é de todos que choram.


Mãe é aquela que beija e abraça,
        é aquela que nos defende com raça,
        é aquela que Deus iluminou,
        é aquela que nos alimentou.


Mãe, você sabe o que quero
        que você seja feliz
        que sorria para todos com...
        o mais puro sentimento de mãe.


Mãe do sentimento mais puro,
        do conhecimento futuro,
        do sofrimento passado,
        você marcou os nossos corações
        de puros e verdadeiros sentimentos,
        que é o amor de mãe.

quinta-feira, agosto 26, 2010

A educação visual como objeto de interpretação na contemporaneidade

A Educação Visual, a Arte e a imagem

A arte visual é uma forma de linguagem que passa uma informação ou uma mensagem tanto quanto qualquer outro meio de comunicação, é por isso que os alunos têm que conhecer a arte como uma experiência de aprendizagem ilimitada, na qual todos, que observam na dimensão onírica, na comunicatividade das formas, dos traços, das cores, das sobreposições das tintas nos induz a criar imagens para que possamos refletir em que o autor estava pensando ou em que mensagem queria nos transmitir.

É importante salientar que os discentes não têm uma educação visual e poucos sabem o que significa ou que importância tem cada forma em uma obra. A princípio todos têm um choque, pois não compreendem o que significa àquele amaranhado de formas na tela, e tão pouco que inferências têm que terem para compreender a mensagem por trás daquela pintura. Assim sem os olhos da reflexão e da crítica o alunado apesar de ver não conseguem enxergar os fenômenos artísticos que servem como base para uma análise reflexiva, e quando eles não têm esse estudo comprometem todo ou qualquer nível de análise para que se possa compreender a leitura imagética da obra.

A dificuldade se encontra também no método em que os professores utilizam juntamente com os recursos didáticos, pois a maioria ainda utiliza os desenhos mimeografados no qual cada aluno pinta como bem quer não tendo uma reflexão sobre o processo de pintura, bem como uma reflexão no processo de evolução na história da Arte.

A princípio o que se deve especular é a eficácia das aulas de Artes, logo após em fazer uma análise nos princípios conceituais, procedimentais e atitudenais no contexto de produção nas aulas de educação artística. Nesse contexto há uma mudança radical que direciona a atenção dos educadores para aulas embasadas em pintar desenhos, ao invés de estudar o processo histórico da arte com suas influências na antropologia, na filosofia, na psicologia e principalmente na cultura. "Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática." (FREIRE, 2008. P. 39) É possível reconhecer o processo literário/artístico usado pelos educadores no âmbito escolar, pois há diferenças biofisiopsicologicas para cada arte e em cada época. E a valorizar assim a pluralidade cultural do indivíduo baseando-se nas diferenças étnicas, de sexo, de crença e de classe social.

O professor que desrespeitar a curiosidade do educando, o seu gosto estético, a sua inquietude, a sua linguagem, mais precisamente, a sua sintaxe e a sua prosódia; o professor que ironiza o aluno, que o minimiza, que manda que "ele se ponha em seu lugar" ao mais tênue sinal de sua rebeldia legitima, tanto quanto o professor que se exime do cumprimento de seu dever de propor limites à liberdade do aluno, que se furta ao dever de assinar, de estar respeitosamente presente à experiência formadora do educando, transgride os princípios fundamentalmente éticos de nossa existência. (FREIRE, 2008. p. 59 e 60)

É no processo educativo que o professor usa de meios escusos para romper com a dialogicidade e discrimina de forma mesquinha a produção artística por causa de suas culturas e etnias. No caso do conhecimento artístico quando há um domínio do imaginário, do conhecimento crítico, da crítica da arte, do processo evolutivo e das suas particularidades da história da arte fará com que o professor privilegie sua atuação e é no terreno das imagens que a arte aflora todo seu poder de comunicação.

As formas artísticas apresentam uma síntese subjetiva de significações construídas por meio de imagens poéticas (visuais, sonoras, corporais, ou de conjunto de palavras, como no texto literário ou teatral). Não é um discurso linear sobre objetos, fatos, questões, idéias e sentimentos. A forma artística é antes uma combinação de imagens que são objetos, fatos, questões, idéias e sentimentos, ordenados não pelas leis da lógica objetiva, mas por uma lógica intrínseca ao domínio do imaginário. O artista faz com que dois e dois possam ser cinco, uma árvore possa ser azul, uma tartaruga possa voar. A arte não representa ou reflete a realidade, ela é realidade percebida de um outro ponto de vista.(PCN de Arte, 1997. p. 37)

Outro ponto fundamental é o estudo da linguagem total em que se baseia na análise usufruindo-se da razão, intuição, emoção, criatividade, relações de textura e principalmente a inter e transdisciplinariedade pictórica.

A manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação. Essencialmente, o ato criador, em qualquer dessas formas de conhecimento, estrutura e organiza o mundo, respondendo aos desafios que dele emanam, num constante processo de transformação do homem e da realidade circundante. O produto da ação criadora, a inovação, é resultante do acréscimo de novos elementos estruturais ou da modificação de outros. Regido pela necessidade básica de ordenação, o espírito humano cria, continuamente, sua consciência de existir por meio de manifestações diversas. (PCN de Artes. 1997. p. 32)

A educação pela expressão é feita por meios de apropriação da história relacionada com a sua convivência em que as incertezas da linguagem visual trazem mais gozo do que a facilidade da arte televisiva, que mesmo ainda ludibria o expectador por não saber fazer a integração da educação visual numa área de Educação em que se situa no campo concreto da expressão plástica e do desenho, no entanto a sua escrita visual tem uma linguagem específica das artes plásticas e seus elementos visuais da comunicação adentram no campo da linguagem em que a intencionalidade e a informação são elementos constantes na obra pictórica.

Para que possa ser compreendida, necessita que ocorra antes um processo de alfabetização, um passado importante no sentido da alfabetização do olhar é levar a pessoa a ver a arte. Essa iniciação deve começar em casa, mas é na escola que surge a oportunidade de freqüentar o campo da arte indo a museus e exposições e assistindo a apresentações. Ver é olhar criteriosamente, treinando o olhar e questionando o gosto, "conversando" com o objeto de contemplação, contextualizando-o à época de sua criação e extraindo dele toda plenitude de seu significado. Mais que nunca, a arte representa um excelente exercício de emprego das habilidades do comparar, compreender, descrever, classificar. Cor, luz, forma, linhas, relevos, temas, estilos, tintas são campos progressivos dessa exploração. É evidente que essa alfabetização do olhar necessita de ajuda de especialistas em artes, mas em sua ausência singela humilde dos pais e professores em admitir que, além de seu olhar, existem outros mais expressivos já ensina a anima sua busca. Convidar uma criança a aprender um pouco mais para ensinar os adultos é uma maneira de animar suas pesquisas e brindar sua auto-estima. (ANTUNES, 2001. p. 79 e 80)

Os códigos de comunicação visual exercem uma forte interpretação e compreensão da linguagem imagética na dialogicidade, na qual aperfeiçoa o domínio da inteligência sobre os significados perceptivos, mas pode limitá-los também. E ao reconhecer a importância do código visual como uma publicidade para as diversas entidades como a comercial, social, política, religiosa e familiar, em que pode ampliar de forma holística o esquema de percepção do olhar, em que consiste melhorar através da aprendizagem da capacidade de discriminação.

... a cultura que vai nos ajudar a contextualizar e a globalizar, não apenas em virtude da necessária variedade de conhecimentos, mas também da ginástica mental a que somos levados. Por esse motivo, a falha não está na especialização, mas na hiperespecialização, que se transforma em uma clausura e tolhe a cultura. É preciso religar as duas culturas, a chamada humanista (a literatura, as artes, a filosofia) e a científica. (MORIN, 2003. P. 50)

Assim, a produção e a organização da arte visual exercem uma forte influência no ensino-aprendizagem do cidadão, pois sabemos que em todo âmbito social há uma abordagem seqüencial de imagens que nos induzem, nos intencionam e nos propõem a algo, porque somos alienáveis, e baseando nessa observação é que acredito no aprendizado lúdico nas obras pictóricas e no desenvolvimento cognitivo dos jovens.

É, pois, fundamental que compreendamos o papel de leitor que tais textos nos reservam. E para tal compreensão precisamos contemplar, à luz clara do meio-dia, o retrato de nós mesmos que esses textos apresentam. Em outras palavras: a imagem com que tais textos nos representam corre o risco de afivelar-se ao nosso rosto como máscara, deixando nossa face na sombra. (LAJOLO, 2001. P. 37)

É importante não restringir o uso do imaginário de uma criança, visto que ela tem uma forte relação com a linguagem imagética, em que se traduz em uma relação íntima com o mundo que a cerca, traduzindo suas relações com o mundo imaginário de seu cérebro interferindo, dessa maneira, positivamente no uso de sua linguagem onírica, no qual ela cria um amigo imaginário para se relacionar e aflora a sua imaginação poética frete aos símbolos imagéticos.

Muitas vezes a educação visual é encarada com preocupação por parte dos familiares, pois há censura feita às crianças, já que eles encaram como devaneios dela por ser muito ligada no mundo da imaginação, sendo que essa preocupação jamais deveria existir, visto que representa um ótimo exercício cerebral para a criança, e quando inibe essa educação visual a transforma de forma débil e ineficiente para um parâmetro ideológico, reflexivo e crítico do ser humano.

REFERÊNCIA

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 37 ed. São Paulo: Paz e Terra. 2008.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários a educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2005

ANTUNES, Celso. A teoria das inteligências libertadoras. 3 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000.

LAJOLO, Mariza. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6 ed. São Paulo: Ática, 2001. (Série: Educação em ação)

PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: arte / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/14369/1/A-educacao-visual-como-objeto-de-interpretacao-na-contemporaneidade/pagina1.html#ixzz0xXzZ9ESE

Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão

O ser humano sempre viveu em grupos que formam as comunidades e as sociedades, mas essa convivência trouxe consigo a necessidade de normas e padrões a serem seguidos para que a ordem e a paz estejam sempre presentes nas relações humanas. Sabemos que no decorrer da história da vida humana em sociedade já houve e ainda há atitudes barbarias, atos contrários a liberdade humana de pensar, agir e viver nos espaços sociais, em que existe opressão e falta de respeito da dignidade humana.

A partir dos pormenores supracitados, ocorreu o surgimento da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que se originou através da Revolução Francesa com o tema: liberdade, igualdade e fraternidade, com o objetivo de atuar na vida do cidadão comum em sociedade, no sentido de que todos tenham a liberdade de ir e vir e direitos iguais a educação, o que se pode aprofundar mais, pois essa liberdade existir no pensar, se expressar, agir, ter consciência, locomoção, se associar, os quais são ações que comprovam que o ser humano é livre, mo que teve como origens:

Em quatro de agosto de 1789, o “regime feudal” foi abolido pela Assembléia, com a eliminação dos direitos senhoriais sobre os camponeses e o fim dos privilégios tributários do clero e da nobreza. O objetivo era acalmar o ânimo dos grupos revolucionários que agiam por toda a frança, massacrando nobres e tomando seus bens. Em várias regiões do país registraram-se casos em que grupos populares condenavam membros da nobreza a diversas formas de castigo: tortura, enforcamento, esquartejamento etc. esses episódios do mês de agosto ficaram conhecidos como Grande Medo. (COTRIM, 2007. p. 294)

Após todos esses episódios ocorreu no dia 26 de agosto a Assembléia Nacional que proclamou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão que teve como partes essenciais a serem cumpridas, segundo Cotrim, a liberdade e a igualdade dos cidadãos perante a lei, o direito a propriedade individual, o direito de resistência à opressão política e a liberdade de pensamento e de opinião.

A liberdade que foi tema da Declaração dos Direitos do homem trata da dignidade dos membros da família humana e suas relações com a liberdade de falar, crer, pensar, sentir-se livre de terrores, libertarem-se da miséria e da fome, esse direito é um dos princípios mais importantes que deve ser respeitado em qualquer situação de convivência humana dentro do que rege as leis. No século XIX é que esse ideal veio se consolidar com o final da escravidão, mas sabemos que essa liberdade foi e ainda é limitada ao espaço físico, pois liberdade está, nos dias em que vivemos, relacionada à libertação da miséria das favelas, libertação do analfabetismo e educação de má qualidade em todas as regiões do país, a libertação dos subempregos, libertação da alimentação em que há a falta do que se pede numa cesta básica e a libertação da falta de espaço e moradia digna, dentre outros. Desse modo, a liberdade ainda necessita ser conquistada nos dias atuais.

O segundo princípio colocado na Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão foi relativo à igualdade. A luta é contra as diferenças de tratamento entre um negro e um branco, diferenças entre a classe desfavorecida e a classe dominante, isto é, a luta por igualdades de oportunidades e respeito, sem discriminação entre cor, raça, origem e religião, pois não há nenhuma lei que justifique essas situações de desigualdades, mas esse princípio só veio ganhar mais força na segunda metade do século XX, pois ocorreu de forma lenta e foi se modificando com o passar do tempo, na época da criação estava restrita a igualdade dos cidadãos perante a lei. Hoje vemos a luta em prol de várias desigualdades, como: as diferenças entre o valor que se dá ao homem e a mulher nas sociedades, a luta pelo respeito às opções sexuais das pessoas, luta pela igualdade de condição educacional, e outras lutas mais por igualdades sociais em nossos dias.

A fraternidade está atrelada as relações amigáveis, afetuosas e cordiais que acontecem entre irmãos, no caso, a irmandade é humana e envolve as relações de solidariedade e harmonia entre esta irmandade. O que vemos na Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão é a fraternidade como nivelamento entre seres humanos, em que a posição social deve ser colocada de lado, em que somos uma família humana com componentes de maior ou menor valor social. È possível perceber que a fraternidade sempre precisou existir para regular as relações humanas e hoje é evidente que necessita que ela exista no campo político, empresarial e na vida dos cidadãos em geral.

O que se defende nesse caso é a pessoa humana no coletivo. Vemos a falta da fraternidade quando há destruição de florestas com incêndios criminosos, ao percebermos a falta de segurança no meio social e a convivência das pessoas com o medo, os diferenciais de desenvolvimento dos países e outras situações mais vistas em nossa atualidade. Precisamos lembrar que nesse caso o sucesso vem do coletivo para o particular, pois se todos preservam as florestas cada cidadão do nosso planeta terá uma qualidade de vida melhor e isso só ocorre se cada pessoa fizer a sua parte na contribuição do ambiente que pertence à coletividade.

É possível perceber que na verdade a Declaração dos Direitos Humanos e do Cidadão existe no papel, mas na vida real esta muito difícil de concretizar, pois é fácil no nosso cotidiano vermos autoridades desrespeitando o cidadão comum, pessoas com o salário inferiores ao salário mínimo, crianças trabalhando e fora da escola, jovens que se prostituem , falta de atendimento médico para a classe desfavorecida, falta de moradia, pessoas que não têm o mínimo para se alimentar dentre outras situações de desigualdades sociais, problemas de falta de amor ao próximo e ausência de liberdade para ser, viver e usufruir de vida digna em sociedade.


REFERÊNCIAS:

COTRIM, Gilberto. HISTÓRIA GLOBAL: Brasil e geral. Volume único. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

ALMANAQUE ABRIL: Atualidades Vestibular. São Paulo: Abril, 2007.

Fonte:
 http://www.webartigos.com/articles/19320/1/Declaracao-dos-Direitos-do-Homem-e-do-Cidadao/pagina1.html#ixzz0xXwcz8LW

quarta-feira, agosto 25, 2010

Deus come?

Copyright by Ronye Márcio Cruz de Santana
Feito em 23 a 25 de Agosto de 2010


Num Sábado comum, eu estava preparando o almoço, enquanto a minha esposa estava trabalhando no colégio AGES, aplicando uma avaliação para uma turma da Faculdade. E eu fiquei responsável para cuidar da casa e do almoço. As tarefas eram feitas simultaneamente, coloquei no fogo o arroz, o feijão, os legumes e o macarrão e ia arrumando a casa.

Os meninos estavam na sala assistindo a TV. Eles tinham colocado um documentário para assistir. Maravilha, eles estariam, pelo menos, quietos em algum lugar e daria tempo para concluir tudo sem atrapalhações e sem confusão das crianças ao meu pé-de-ouvido.

O meu filho mais velho, Péricles de 6 anos, tinha colocado um documentário cujo nome era Dragões, ele iniciava contando como era a vida dos dragões no final da pré-história e como eles conseguiram sobreviver até a Idade Média. É um relato feito por pesquisadores de uma Universidade dos Estados Unidos, no qual são incumbidos de estudar as causas da morte de um dragão achado congelado no alto de uma montanha e junto a esse animal corpos de guerreiros que morreram em batalha com esse animal.

Como o meu filho é fascinado por dragões eu não estava preocupado com a zuada (1) , porque ele fica o tempo todo vidrado no vídeo, então dá tempo suficiente para terminar todas as tarefas domésticas e ainda deter-me nos afazeres escolar. Quando acabei a arrumação da casa fui à cozinha ver como estava o almoço.
Todo parecia perfeito só me faltava fazer a salada que era rápido e fácil de fazer.

Quando as horas iam passando o meu filho corre em direção à cozinha e diz:

__ Pai, eu estou com fome! Quero comer alguma coisa! Põe a minha comida, por favor!

__ Tá, todo bem! Agora saia da cozinha que eu coloco a sua comida.

__ Pai, eu quero arroz com feijão e carne somente.

__ Não. Você tem que comer todo que eu colocar no seu prato.

__ Avi (2)! Eu não quero comer os legumes e verduras.

__ Mas vai ter que comer tudo, sim, Senhor!

__ Mas eu não gosto.

__ Não tem que gostar é para te manter saudável e forte, por isso vai ter comer tudo e sem reclamar.

__ Tá bom!

Péricles se dirigiu à sala da televisão e se sentou no sofá e continuou a assistir o seu documentário, enquanto isso eu fui colocar a comida dele.

Nesse meio tempo o Gustavo veio a mim e disse:

__ Pai, eu quero a didita (3) .

__ Tá, meu pequenininho! Papai faz.

Ele me pediu colo e me abraçou. Ao colocá-lo no chão ele saiu correndo para a sala junto do irmão.

Fiquei olhando os meus filhos por alguns segundos e voltei a pôr a comida no prato para o Péricles. Ao terminar de colocar levei-o para ele. Com uma cara de não muito agrado ele recebeu e ficou olhando para as verduras e legumes por alguns minutos, enquanto isso eu voltei para a cozinha para fazer a vitamina do Gustavo.

Separei os ingredientes da vitamina coloquei no liquidificador e liguei, deixei ligado por alguns segundos e coloquei a vitamina no copo e entreguei a Gustavinho.

Sorrindo ele me falou sorridente com o ‘r’ vibrante.

__ Brrrrigado!

__ De nada! Meu Pequenininho.

Beijei-o na testa e saí. Nesse meio tempo Péricles não tinha ao menos tocado na comida por causa dos legumes e verduras. Nesse meio tempo já tinha enchido o copo de Gustavo duas vezes e ele não tinha comido nada.

Depois de 10 minutos ele se volta para mim e diz:

__ Pai, o que Deus come?

Parei por algum tempo refleti bastante, pois fiquei com medo de dizer algo que pudesse fazer com que ele recusasse a comer. Respirei fundo e comecei a falar sobre a natureza.

__ Péricles, está vendo aquela árvore?

Ele se levantou do sofá e ficou olhando para a árvore bem em frente de casa e disse:

__ Sim, pai! Eu estou vendo.

__ Ela está viva?

__ Sim.

__ Você sabe como ele se alimenta?

__ Sim. Ela suga os nutrientes da terra.

__ Mas como ela faz isso?

__ Eu não sei.

__ Olha para mim meu filho. E ouça o que eu vou te dizer. Essa árvore só pode se alimentar se houver água, se caso não chover ela morrerá, porque não tem como ela sugar os sais minerais e as vitaminas da terra se não houver água. Quando chove a água umedece a terra e só aí é que as raízes conseguirão sugar a água e as vitaminas e os sais para se alimentar e conseguir sobreviver.

__ Venha aqui.

Fomos para a árvore e eu lhe mostrei uma lagarta.

__ Que bicho é esse?

__ É uma lagarta.

__ O que ela come?

__ De folhas.

__ Como esse bichinho, há vários outros animais que se alimentam de folhas, de flores, de brotos, de madeira, de raízes e de néctar. São os animais herbívoros. A depender da espécie cada animal se alimente de uma parte da planta para manter as vitaminas necessárias no seu organismo para sobreviver.

__ Que bicho é aquele no telhado daquela casa?

Com um ar irônico e sarcástico ele respondeu:

__ Ah! Pai. É um gato.

__ Sim, mas o que ele come?

__ Ele come ratos, passarinhos, lagartixas, catende (4) ...

__ Igualmente ao gato há várias espécies de animais que só se alimenta de outros animais. São os carnívoros. Para sobreviverem eles têm que matar outros animais para se alimentar que na maioria das vezes são outros animais herbívoros.

Depois dessa preparação sobre alimentação e as diferenças que cada ser tem para se alimentar; só aí é que comecei a falar sobre Deus e como ele se alimenta para sobreviver.

__ Péricles, preste bem atenção no que eu vou te dizer. Deus é Ser Supremo. Ele pode ser qualquer coisa, estar em qualquer lugar, ver o que as pessoas fazem, ouvir o que as pessoas falam, porque Deus é energia, é luz, é poder. Ele não tem forma. É como o vento; você sente, mas não O vê. Você sente em seu coração, mas não O toca. E quando Ele visita o seu coração e percebe que nele tem amor, carinho, fé, solidariedade, respeito... Ele o abençoa. E é daí que vem o alimento de Deus, das coisas boas que as pessoas praticam no seu dia a dia. Para manter Deus vivo temos que manter o amor e o respeito ao próximo.

__ Então, se eu fizer uma coisa ruim Deus sabe?

__ Sim, Ele todo vê, todo sabe, todo pode.

__ Se eu for bom Deu fica forte?

__ Sim, porque Ele se alimenta da nossa fé, do nosso amor que temos por Ele e pelo seu semelhante, que são todas as pessoas do planeta, por isso é que devemos respeitar uns aos outros e amar a todos sem distinção de nada.

__ Como eu te disse Péricles. Cada ser tem uma forma diferente de se alimentas, visto que cada um tem uma necessidade de vitamina e sais minerais deferentes para seu organismo se manter vivo e saudável.

Enquanto eu falava para ele sobre todo isso, ele ficava refletindo sobre todo que eu estava dizendo. Depois de alguns segundos que terminei de falar ele olhou para mim e disse:

__ Tá bem, papai! Eu vou comer tudo: o feijão, o arroz, a carne, a salada e até mesmo os legumes e as verduras, porque eu sei que eu preciso das vitaminas e dos sais minerais que a comida tem.

Depois que ele me falou isso, ele voltou para o sofá pegou o seu prato de comida e começou a comer sem reclamar e satisfeito, pois agora ele estava vendo um sentido para comer todas essas coisas, que antes ele não via sentido em comer tanto alimento sem saber para que serve todo aquilo.

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(1) Vem da Língua Africana que foi altamente difundida nos quilombos que é a flexão no particípio do verbo zuir (u-i) (zuada) v.i. 1. Fazer ruído. 2. Zumbir, zunir. 3. Alvoroço, algazarra, bagunça.
(2) Expressão do nordeste que significa Essa não!, Que coisa, também!
(3) Didita é um termo que o meu filho usa para se referir à vitamina, ele começou a usa desde quando tomava a vitamina na mamadeira.
(4) O nome catende é a variação de Katendi, do africano. Que significa lagartixa ou pequenos lagartos que moram nas frestas das paredes.

domingo, agosto 22, 2010

Análise sintática: definição

Ronye Márcio Cruz de Santana1

A sintaxe é o estudo do aprofundamento e das relações que as palavras se estabelecem entre si nas orações, é uma técnica empregada no estudo da estrutura sintática de uma língua. Ela é útil quando se pretende entender as ligações que as orações da língua estabelecem entre si nos períodos, assim cria-se o discurso. E para compreender precisa-se de dois elementos essenciais descrever e decompor.

Descrever é quando as estruturas sintáticas são possíveis ou aceitáveis na língua; ou decompõem o texto em unidades sintáticas a fim de compreender a maneira pela qual os elementos sintáticos são organizados na sentença.

Ao compreender os vários vocábulos inerentes em uma língua é facilitada pelo procedimento analítico, através do qual se buscam nas sentenças as razões para certos fenômenos detectados nas unidades maiores como, por exemplo, o texto. Dessa forma, a Gramática Normativa sempre se ocupou em decompor algumas unidades estruturais da língua para tornar didática a compreensão de certos fenômenos.

No âmbito da fonologia, tem-se a análise fonológica, em que a estrutura sonora das palavras é decomposta em unidades mínimas do som (os fonemas); em morfologia, tem-se a análise morfológica, da qual se depreendem das palavras as suas unidades mínimas dotadas de significado (os morfemas).

A análise sintática, é um útil instrumento para manusear mais satisfatoriamente as múltiplas possibilidades de que dispõe para combinar palavras e orações, ocupa um lugar de destaque em muitas gramáticas da língua portuguesa, porque grande parte das normas do comunicar-se e do escrever recai sobre a estrutura sintática, isto é, sobre a organização das palavras na sentença. Para compreender o uso dos pronomes relativos, a colocação pronominal, as várias relações de concordância, por exemplo, é importante, antes, promover uma análise adequada da sintaxe apresentada pela sentença em questão. Nenhuma regra de conduta da língua culta tem sentido sem uma análise sintática da sentença que se estuda. Por isso, antes que se aplique qualquer norma gramatical é preciso compreender de que forma os elementos sintáticos estão dispostos naquela sentença especial. Isso se dá porque os elementos sintáticos também não são fixos na língua. Por exemplo: uma palavra pode funcionar como sujeito em uma sentença e, em outra, funcionar como agente da passiva. Somente a análise sintática poderá determinar esse comportamento específico das palavras no contexto da sentença. Há que se ressaltar, a importância do estudo da forma das frases que, se dá, basicamente, nos quadros da sintaxe, podendo ser distribuída por três sub-capítulos: sintaxe de concordância, de subordinação ou regência, e de colocação.

Sendo a análise sintática uma aplicação estritamente voltada para a sentença, parte-se dessa unidade maior para alcançar os seus constituintes - os sintagmas – que, por sua vez, são rotulados através das categorias sintáticas. Como se vê, é um exercício de decomposição da sentença. Veja um exemplo de análise sintática:

A professora quer que você estude antes de brincar.

...[há três orações]

...[1ª oração: A professora quer = oração principal]

...[na 1ª oração: sintagma nominal = A professora; sintagma verbal = quer]

...[sintagma verbal da 1ª oração: formado por um verbo modal]

...[2ª oração: que você estude = oração subordinada objetiva direta]

...[na 2ª oração: sintagma nominal = você; sintagma verbal = estuda]

...[2ª oração: introduzida pelo pronome relativo que]

...[3ª oração: antes de brincar = oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo]

...[sintagma adverbial: locução adverbial de tempo: antes de]

...[sintagma verbal: brincar]

Pode-se compreender através da análise que foi desenvolvida, as várias unidades menores do período, isto é, as três sentenças, e, além disso, identificou-se as funções dos elementos sintáticos presentes em cada oração (tipo de verbo, qualidade do pronome, tipos de sintagmas, tipo de advérbio). A partir desse resultado é possível que a frase se defina pelo seu intuito comunicativo, ou seja, pela sua capacidade de, num relacionamento linguístico, sendo capaz de transmitir um conteúdo satisfatório para a situação em que é utilizada.

REFERÊNCIA

INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 3 ed. São Paulo: Scipione, 1995.

MAZZARATTO, Luiz Fernando. CAMARGO, Davi Dias de. SOARES, Ana Maria Herrera. Manual de Redação: guia prático da Língua Portuguesa. São Paulo: DCL (Difusão Cultural do Livro), 2001.

RYAN, Maria Aparecida. Conjugação dos verbos em português: prático e eficiente. 17 ed. São Paulo: Ática, 2006.

TERRA, Ernani. NICOLA, José de (Ass. Ped.). Minigramática. 8 ed., 7° imp. São Paulo: Scipione, 2001.

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Acadêmico do curso de Letra/Literatura Portuguesa da Faculdade AGES.

Ar-vo(u)-re

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 11 de Novembro de 2008
Às 9h. 50min. da noite


Sob a sombra da a-
Chorei e fique sem ar-
Não sei se com ar-vo(u)
Ou fico in árvore
Pela vida
Que em mim
             [acabou.
Ou uma nova etapa
             [começou.
Não sei se enraízo,
Ou outonizo.
Não uma morte,
Mas uma vida latente,
Para superar no primaveril.

APÓLOGO: A Caneta, o Lápis, a Lapiseira e a Borracha

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 12 de Janeiro de 2005
Publicado no Texto Livre

Em um pequeno mundo cheio de contos, lendas, histórias, mitos, narrações, descrições, ficções...

Há um mundo secreto onde contém todas estas histórias e que poucos dão valor a este mundo.

Chamamos-lhe de escola. E lá em uma sala encontramos um armário repleto de cadernos, livros, canetas, lápis, borrachas, apagadores... E neste local ouve-se grande algazarra, pois a Caneta ralhava com o Lápis, o desprezava, o ignorava, só porque ela o considerava fraca, pobre, raquítica e sem vivacidade. E assim passaram-se dias, meses... e em um determinado dia os alunos com euforia e deslumbramento com toda a magia de uma aula; o professor pediu que os alunos pegassem o lápis e fizessem um desenho que representasse a história lida.

A Caneta furiosa ralhava, gritava, agitava-se, porque se considerava tão importante que só ela poderia ser utilizada, no entanto a Borracha e a Lapiseira fitaram-na e disse-lhe:

__ Para coisas tão finas, delicadas só pode ser feita se não por lápis, pois seus traços são rudes, grossos, e ainda não são removíveis.

A Caneta furiosa repele:

__ Porém ele a cada traço se desgasta, desmancha-se em pó. E tu, Lapiseira, és que o aponta, tornando-o afinado, no entanto o consomes e dizes que és amiga. E tu, Borracha, quando estás furiosa com inveja segues os passos dele, porém esqueces que apagas cada trilha que ele percorreu.

Antes que toda esta ladainha continuasse o Caderno bradou:

__ Cala-te!

A Caneta surpresa pergunta:

__ Por quê?!

__ Tu não sabes que cada um tem uma função. A minha não é de ser pisado por vocês, no entanto é em mim que vocês bailam, dançam e ao fim dão forma a uma história, a um conto, a uma atividade e todo isso tem a sua utilidade, tem o seu objetivo de ser e de existir.

Houve um minuto de silêncio e o Caderno voltou a falar:

__ E tu não sabes que não és eterna?

E a Caneta surpresa perguntou:

__ Não?!

__ Não. Olha-te no espelho. Como tu és transparente e tísica, veja a ti mesma que a tua vida está a se esvair a cada traço que tu fazes, a cada letra, a cada palavra, a cada frase,... A tua força, o teu vigor está a ir embora, está a sumir a cada traço, letra, palavra ou frase que tu fazes em mim.

Cabisbaixa e a lacrimejar a Caneta se desculpa pelas grosserias. E o Caderno continua a falar:

__ Lembra que tu humilhaste o Lápis, a Borracha e a Lapiseira.

__ Sim.

__ Eles foram feitos para se ajudarem.

A Caneta curiosa pergunta:

__ Como?!

__ Quando o Lápis está escrevendo ou a desenhar em mim, ele está mostrando a sua cultura e a sua arte de modos simples, no entanto o seu grafite desgasta-se e esta é a função da Lapiseira afinar-lhe os traços e a Borracha...

Antes mesmo de o Caderno começar a falar a caneta o interrompeu aos brados perguntando-lhe:

__ Sim, e a Borracha? Em que esta invejosa realmente ajuda?

__ É tão óbvio minha amiga. Ela só apaga os traços que saíram errados, mau traçados e até mesmo apagar as letras ou palavras que o Lápis grafou erradas, nada mais do que isto. É por isso que cada um existe, todos nós temos que desempenhar uma função na sociedade e respeitá-la, pois por mais insignificante que nos pareça, ela tem a sua utilidade funcional e social. E assim somos uma sociedade, cada qual com o seu trabalho e a sua vida.

Cem ou sem. Quem é quem?

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 11 de Junho de 2004
Paripiranga-BA
Publicado na Webartigos

Maria foi à loja
Com cem Reais à mão;
A outra que sempre forja
Ter sem Reais na mão
Pediu a Maria, irmã...
Que comprasse um sutiã
Este custava um quarto
No qual o experimentou
Em um pequeno quarto
Gostou tanto __ levou-o
Este e mais um sutiã.
Pobre de sua irmã
Que lá só pode olhar
Que tinha cem ou sem
Será que posso levar?
Maria dois levou
A outra nem comprou
Porque só com o sem
Nem pagá-lo, pois tem?
Maria bem precavida
Guardou todo o resto,
Sabe que esta vida
É fácil um sequestro
Mesmo o pouco que tem.
Não é bom abusar
Ladrão quando não tem
Usurpa quem vai labutar.

PEDINDO DE CORAÇÃO

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 28 de Agosto de 1993
Publicado no Mas de poesia


Da superfície do mar,
Os meus olhos começavam a brilhar,
Com o canto dos pássaros,
Há um grito, a berrar.
Com os teus olhos,
Há de olhar-me.
Pedindo de coração
Para eu te amar,
E os teus lábios
Implorando para eu te beijar

ESTRELA GUIA

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 28 de Agosto de 1993
Publicado no Mar de poesia



Estrelas celestes,
Estrelas marinhas,
Envia-me
Uma mulher, não.
A mulher,
A sereia,
A princesa,
A rainha.


Ó estrela brilhante
Ilumine meus caminhos
Guie os meus passos
Dê-me um pouco de carinho.

HAICAIS

Copyright by Ronye Márcio
Feito em 09 de Fevereiro de 2009.
Initium Sapientiae Timor Domini
Publicado em www.webartigos.com


Se com o raiar
Ela não vem me encontrar,
Vou em seu lugar.
Às 5h. 10min.

Quem não tem leitura
É insosso e imaturo;
Não sabe crer, ver.
Às 5h. 18min.

Madruga, põe-se,
O dia a labutar;
Suo sem diversão.
Às 5h. 20min.

Olho, eu, e beijo
Sugo, eu, o mel da boca,
Sacio o desejo.
Às 5h. 24min.

Gabo-me e sou;
Há quem difame, sem ser.
Se quiser ser, seja.
Às 5h. 28min.

Poetizo hoje,
Estudei bastante ontem,
Depois glorioso.
Às 5h. 35min.

Planejo o futuro,
Para ser alguém maduro,
Manter-me seguro.
Às 5h. 38min.

Beija o beija-flor,
Delicado, doce o mel,
Cá e lá, flor em flor.
Às 5h. 42min.