Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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segunda-feira, janeiro 03, 2011

A democracia garante a igualdade social no mundo globalizado?

Por Ronye Márcio

É possível que a sociedade garanta uma mudança efetiva nas estruturas socioeconômicas de seu país, para isso é fundamental que o cidadão esteja antenado às variações do mundo do mercado internacional, e que compreenda a diversidade cultural dos temas e da sociedade a que se pretenda conhecer economicamente, mas a complexidade do processo de globalização requer das pessoas uma liderança e uma capacitação para se gerir uma sociedade e um mercado.

O homem é o objeto consumidor do mercado global, isto é, a parte influenciável e manipulável de todos os setores sociais, com isso, o modo de vida dessa sociedade vem se transformando em um mercado de consumidores compulsivos e sem freios nos atos socioeconômicos, pensando nisso Chiavenato nos esclarece sobre a esse mercado globalizado e consumidor:

A globalização consolidou no Brasil o consumo ideológico.
Atende às necessidades reais das classes média e média alta, que precisam de uma televisão de 29 polegadas e\ou de um carro BMW, queimar charutos ou beber vinhos importados. Um moderado consumidor de charutos cubanos e vinhos franceses pode gastar mensalmente de três a dez salários mínimos para satisfazer sua “necessidade”. Essa é uma despesa pessoal: se ele for anfitrião e dividir os seus prazeres, os seus multiplicam-se. São necessidades que se incorporam nas classes médias e alta e representam nova ideologia predominantemente no país. Considerar o seu caráter alienante e seus aspectos desumanos, que reduzem o homem a um animal consumidor, é outra questão. Estamos situando uma realidade que permite a vitoriosa expansão do consumismo global. (2004, p. 30-31)

Com a crescente demanda de produtos ficou inevitável a procura por uma demanda econômica e tecnológica, fatores que foram preponderantes ao desenvolvimento de toda uma sociedade, por isso, “os processos de globalização geralmente se agilizam quando ocorre um sensível avanço tecnológico” (CHIAVENATO, 2004, p. 9), isso determina e exclusão de boa parte de uma sociedade analfabeta e atecnológica, para isso o mercado proporciona uma demanda crescente de produtos no comércio e utiliza os meios de comunicação como um veículo de manipulação da massa, influenciando-os a comprarem um produto que na maior parte das vezes é inútil ao seu convívio.

A diversidade do consumo identifica-se com a diversidade do poder político. Como temos direito de consumir, temos direito ao poder político. Se há vários tipos de poder. Essa diversidade brasileira, que na política recebeu o nome de democracia e na economia o de neoliberalismo ou globalização, permite o discurso de uma sociedade igualitária. (CHIAVENATO, 2004, p. 51)

Com isso podemos perceber que a sociedade não está preparada para o mercado consumidor e a realidade social no qual está inserido, por esse motivo é que podemos perceber que a democracia não é garantida e é mascarada na forma de uma cidadania aparente no qual se luta pelos direitos. O neoliberalismo promove uma aparente realização e ascensão social, mas o que realmente ele promove é a alienação e a manipulação controlada dessa sociedade a começar pelo sistema educacional pensando assim podemos perceber que:

Se relacionarmos a liberdade vivida, as condições de educação e saúde do povo e a força dos meios de comunicação, reproduzindo direta e indiretamente o discurso do poder, verificaremos como é fácil implantar no imaginário popular conceitos que favorecem o sistema e os seus modos de comunicação. (CHIAVENATO, 2004, p. 51)

Com isso podemos concluir que uma democracia não garante uma sociedade igualitária a todos, já que a sociedade política e financeira exerce uma influência na sociedade de massa, deixando-os submissos e passivos. Com o advento do processo tecnológico deveríamos ter uma sociedade mais justa, mais digna e igualitária, por isso é que a globalização gerou uma ilusão de bem estar social pelo poder de consumir e usufruir sem ser significativo para suas vidas.

REFERÊNCIA:

CHIAVINATO, Júlio José. Ética globalizada & sociedade de consumo. São Paulo: Moderna. 2004.

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