SILVA,
Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade:
uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2003.
RESENÇÃO
Tomaz Tadeu da
Silva é professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Pertence ao Conselho Editorial das revistas Curriculum Studies; Journal of Education Policy; Discourse
e Heuresis. É autor de diversos livros.
RESUMO
A
obra aborda não só a concepção das teorias do currículo como a define como um
princípio social, cultural e individual. É nesse contexto que o autor subdivide
em quatro capítulos, em que o primeiro é a introdução que explana o objetivo e
a finalidade que o autor quer defender na obra, sendo que a segunda permeia os
conceitos da teoria tradicional frente as teorias críticas: é nesse ponto que
surge o conceito de ideologia, reprodução, resistência, reconceptualistas,
neomarxista, política cultural, construção social, reprodução cultural e
currículo oculto. Já no terceiro capítulo Tomaz Tadeu descreve as teorias
pós-críticas que defendem e relação de que todo ser humano é completo e
complexo socialmente e incompleto e introspectivo ou extrovertido
individualmente, sendo simples ou complexo no seu ser, bem como nas suas
relações: é nesse ponto que surge as nomenclaturas de identidade, currículo
multiculturalista, relações de gênero, narrativa étnica e racial, os estudos
culturais e uma pedagogia pós-crítica. E no último capítulo ele aborda e
confronta as teorias críticas com a pós-críticas do currículo comparando com
questões de saber, no tocante ao conhecimento, de poder, em relação ao
princípio político e econômico e na identidade, referente ao ser como um todo.
CITAÇÕES:
(...)
as diferentes teorias podem recorrer a discussões sobre a natureza humana,
sobre a natureza da aprendizagem ou sobre a natureza do conhecimento, da
cultura e da sociedade. (p. 14b)
(...)
as teorias do currículo estão envolvidas, explicita ou implicitamente, em
desenvolver critérios de seleção que justifiquem a resposta que darão àquela
questão. (p. 15a)
(...)
As teorias do currículo estão ativamente envolvidas na atividade de garantir o
consenso, de obter hegemonia. As teorias do currículo estão situadas num campo
epistemológico social. As teorias do
currículo estão no centro de um território contestado. (p. 16a)
PARECER
O
que deixa bem claro no sentido do currículo é que ele faz parte da nossa vida
seja social, seja na constituição de própria identidade, e esse currículo
permeia as instituições sociais como as empresas e bem como as ideologias
utilizadas por elas para construir a partir da escola um currículo modelo que
dogmatize o ensino e aprendizagem por meio da metodologia a utilizar a didática
como forma de planejamento para que tenha seu objetivo cumprido a partir da
ideologia capitalista.
Para
manter a hegemonia do capitalismo o governo desenvolve métodos de mecanização
do ensino formal para adestras, manipular e manter as relações de poder nas
mãos das empresas e do mercado.
CITAÇÕES:
(...)
a cultura não depende da economia: a cultura funciona como uma economia, como
demonstra, por exemplo, a utilização do conceito de “capital cultural”. (p. 33a-34b)
(...)
a crítica de inspiração marxista, desnaturaliza o mundo “natural” da pedagogia
e do currículo significa submetê-lo a uma análise científica, centrada em
conceitos que rompem com as suas categorias de senso comum cm as quais,
ordinariamente, vemos e compreendemos aquele mundo. (p. 38b)
(...)
A capacidade intelectual dos alunos tal como avaliada pelos professores acaba
sendo determinada pela tipificação que os professores fazem deles. Essa
tipificação é determinada, em grande parte, pela classe social dos alunos. (p.
69a)
(...)
O tipo de código determina, por sua vez, a consciência da pessoa, o que ela
pensa e, portanto, os significados que ela realiza ou produz na interação
social. (p. 74b)
O
currículo oculto é construído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar
que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma
implícita, para aprendizagens sociais relevantes. (p. 78b)
PARECER
No
mundo capitalista as empresas utilizam o currículo oculto para fundamentar as
atitudes, os comportamentos e as leis para gerar valores dogmatizados para
desenvolver a capacidade intelectual, porém submisso às vontades do capitalismo
e as suas vontades.
Para
isso a crítica marxista vem desmistificando a noção de submissão para a luta de
classe, para a conscientização e emancipação e libertação do indivíduo pelo
conhecimento e troca por capital cultural socialmente construído para todos e
por todos.
CITAÇÃO
Essa
visão liberal ou humanista de multiculturalismo é questionada por perspectivas
que se poderia caracterizar como mais políticas ou críticas. Nestas
perspectivas, as diferenças culturais não podem ser concebidas separadamente de
relações de poder. (p. 86b)
O
currículo oficial valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, o domínio
e o controle, a racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica, o
individualismo e a competição. (p. 94b)
A
atitude racista é o resultado de uma complexa dinâmica da subjetividade que
inclui contradições, medos, ansiedades, resistências, cisões. (p. 103a)
PARECER
Nas
teorias pós-críticas o que podemos salientar é que a construção do homem é
feita pelo viés da cultura como representação de gênero, raça, etnia,
sexualidade e multiculturalismo reforçando o conceito de identidade e de
respeito pelas diferenças em que sua subjetividade dá conta da alteridade e da
relação do conhecimento e do poder, pois é construído pela noção de significado
e discurso.
O
contexto social é mais amplo a abrangente quando se refere a construção do meio
social e da individualidade a partir dos conceitos de ética, moral e conduta
socialmente aceito por todos.
PARECER CRÍTICO
Ao
ler a obra dá para perceber que ela de fundamental importância para o aluno dos
cursos de licenciaturas, pois constroem no cognitivo do aluno a noção de
currículo implícito e explícito na sociedade.
Referente
a minha profissão a obra indica caminhos teóricos e curriculares para a
construção de uma proposta socialmente aceita e defendida perla união.
Socialmente,
Documentos de Identidade traz à tona o conceito de relação social e o respeito
mútuo a todas as pessoas e entidade que constroem a identidade de cada um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário