Em si mesmo

Em si mesmo, viver é uma arte
E na arte de viver
É, simultaneamente, o homem:
O artista e o objeto de sua arte
Assim como: o escritor e a palavra.
Ronye Márcio

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quarta-feira, julho 09, 2014


SILVA, Tomaz Tadeu da. Documentos de Identidade: uma introdução às teorias do currículo. 3 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2003. 





RESENÇÃO

Tomaz Tadeu da Silva é professor do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pertence ao Conselho Editorial das revistas Curriculum Studies; Journal of Education Policy; Discourse e Heuresis. É autor de diversos livros.

 

RESUMO

A obra aborda não só a concepção das teorias do currículo como a define como um princípio social, cultural e individual. É nesse contexto que o autor subdivide em quatro capítulos, em que o primeiro é a introdução que explana o objetivo e a finalidade que o autor quer defender na obra, sendo que a segunda permeia os conceitos da teoria tradicional frente as teorias críticas: é nesse ponto que surge o conceito de ideologia, reprodução, resistência, reconceptualistas, neomarxista, política cultural, construção social, reprodução cultural e currículo oculto. Já no terceiro capítulo Tomaz Tadeu descreve as teorias pós-críticas que defendem e relação de que todo ser humano é completo e complexo socialmente e incompleto e introspectivo ou extrovertido individualmente, sendo simples ou complexo no seu ser, bem como nas suas relações: é nesse ponto que surge as nomenclaturas de identidade, currículo multiculturalista, relações de gênero, narrativa étnica e racial, os estudos culturais e uma pedagogia pós-crítica. E no último capítulo ele aborda e confronta as teorias críticas com a pós-críticas do currículo comparando com questões de saber, no tocante ao conhecimento, de poder, em relação ao princípio político e econômico e na identidade, referente ao ser como um todo.
 

CITAÇÕES:

(...) as diferentes teorias podem recorrer a discussões sobre a natureza humana, sobre a natureza da aprendizagem ou sobre a natureza do conhecimento, da cultura e da sociedade. (p. 14b)
(...) as teorias do currículo estão envolvidas, explicita ou implicitamente, em desenvolver critérios de seleção que justifiquem a resposta que darão àquela questão. (p. 15a)
(...) As teorias do currículo estão ativamente envolvidas na atividade de garantir o consenso, de obter hegemonia. As teorias do currículo estão situadas num campo epistemológico social. As teorias do currículo estão no centro de um território contestado. (p. 16a)

PARECER

O que deixa bem claro no sentido do currículo é que ele faz parte da nossa vida seja social, seja na constituição de própria identidade, e esse currículo permeia as instituições sociais como as empresas e bem como as ideologias utilizadas por elas para construir a partir da escola um currículo modelo que dogmatize o ensino e aprendizagem por meio da metodologia a utilizar a didática como forma de planejamento para que tenha seu objetivo cumprido a partir da ideologia capitalista.
Para manter a hegemonia do capitalismo o governo desenvolve métodos de mecanização do ensino formal para adestras, manipular e manter as relações de poder nas mãos das empresas e do mercado.
 

CITAÇÕES:

(...) a cultura não depende da economia: a cultura funciona como uma economia, como demonstra, por exemplo, a utilização do conceito de “capital cultural”. (p. 33a-34b)
(...) a crítica de inspiração marxista, desnaturaliza o mundo “natural” da pedagogia e do currículo significa submetê-lo a uma análise científica, centrada em conceitos que rompem com as suas categorias de senso comum cm as quais, ordinariamente, vemos e compreendemos aquele mundo. (p. 38b)
(...) A capacidade intelectual dos alunos tal como avaliada pelos professores acaba sendo determinada pela tipificação que os professores fazem deles. Essa tipificação é determinada, em grande parte, pela classe social dos alunos. (p. 69a)
(...) O tipo de código determina, por sua vez, a consciência da pessoa, o que ela pensa e, portanto, os significados que ela realiza ou produz na interação social. (p. 74b)
O currículo oculto é construído por todos aqueles aspectos do ambiente escolar que, sem fazer parte do currículo oficial, explícito, contribuem, de forma implícita, para aprendizagens sociais relevantes. (p. 78b)

PARECER

No mundo capitalista as empresas utilizam o currículo oculto para fundamentar as atitudes, os comportamentos e as leis para gerar valores dogmatizados para desenvolver a capacidade intelectual, porém submisso às vontades do capitalismo e as suas vontades.
Para isso a crítica marxista vem desmistificando a noção de submissão para a luta de classe, para a conscientização e emancipação e libertação do indivíduo pelo conhecimento e troca por capital cultural socialmente construído para todos e por todos.
 


CITAÇÃO

Essa visão liberal ou humanista de multiculturalismo é questionada por perspectivas que se poderia caracterizar como mais políticas ou críticas. Nestas perspectivas, as diferenças culturais não podem ser concebidas separadamente de relações de poder. (p. 86b)
O currículo oficial valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, o domínio e o controle, a racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica, o individualismo e a competição. (p. 94b)
A atitude racista é o resultado de uma complexa dinâmica da subjetividade que inclui contradições, medos, ansiedades, resistências, cisões. (p. 103a)

PARECER

Nas teorias pós-críticas o que podemos salientar é que a construção do homem é feita pelo viés da cultura como representação de gênero, raça, etnia, sexualidade e multiculturalismo reforçando o conceito de identidade e de respeito pelas diferenças em que sua subjetividade dá conta da alteridade e da relação do conhecimento e do poder, pois é construído pela noção de significado e discurso.
O contexto social é mais amplo a abrangente quando se refere a construção do meio social e da individualidade a partir dos conceitos de ética, moral e conduta socialmente aceito por todos.

 
PARECER CRÍTICO

 A obra como um todo desperta a curiosidade e a relação de poder e de construção social a partir de políticas públicas, de construção de conhecimento social e individual, cujo currículo é a base política de manipulação e adestramento social.
Ao ler a obra dá para perceber que ela de fundamental importância para o aluno dos cursos de licenciaturas, pois constroem no cognitivo do aluno a noção de currículo implícito e explícito na sociedade.
Referente a minha profissão a obra indica caminhos teóricos e curriculares para a construção de uma proposta socialmente aceita e defendida perla união.
Socialmente, Documentos de Identidade traz à tona o conceito de relação social e o respeito mútuo a todas as pessoas e entidade que constroem a identidade de cada um.
 
 
 

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